07/02/2020 às 16h00min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h37min

Estreia no Cinema - 07/02/2020

E o Oscar vai para... Arlequina!!!   Arlequina merece um Oscar, apesar do resto do elenco, roteiro e direção confusa   A pequena nipônica Cassandra Cain (uma Batgirl ninja dos quadrinhos) rouba um diamante raro do Máscara Negra (Ewan McGregor), protagonista da excelente minissérie da nona arte, Jogos de Guerra. A missão de babá a fim de tentar devolvê-lo ao dono ficou para Arlequina, que ainda não superou o fim do namoro tóxico com o Palhaço do Crime. Um enredo simples que se complica ao longo da charmosa narrativa da protagonista devido aos inúmeros flashbacks desnecessários, focados em apresentar o passado gratuito da futura equipe de mulheres empoderadas em vez de desenvolver melhor os respectivos atributos. Um elenco inexpressivo que não representa os icônicos personagens vindos das "HQs", popularizados nas animações de Bruce Timm. Principalmente o grande ator Ewan McGregor, interpretando um mimado vilão caricato, irritadiço. A direção indecisa mescla desde o humor pastelão bastante infantilizado à cruel realidade objetiva da máfia, em cenas fortes para maiores de 16 anos. Ao contrário da atriz nerd Margot Robbie, que assistiu a todas essas animações disposta a encarnar para sempre a essência da personagem querida. Por isso, Arlequina salva a pátria da DC mais uma vez carregando o filme Aves de Rapina (Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa) nas costas, dentro do possível. Atuação magistral digna de um Oscar que acontece neste domingo, dia 9 de fevereiro. Margot concorre à melhor Atriz Coadjuvante pelo filme O Escândalo.   Aves de Rapina (Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa). Direção: Cathy Yan (Birds of Prey and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn, EUA - 2020, 109min). 16 anos.   Nota: 2,0   A nefasta doutrinação ideológica direcionada aos jovens   O diretor-personagem neozelandês Taika Waititi capturou a essência do totalitarismo, cuja manipulação em massa contamina atualmente as mentes de jovens e imaturos que se recusam a crescer, a fim de se tornarem fanáticos seguidores de um partido único, sem volta, acima da pátria-mãe, aspirando cegamente a revolução antropomórfica descrita nas obras de George Orwell. O nazismo perdeu a guerra física, porém sua doutrinação nefasta espalhou-se pelos quatro cantos do mundo, disfarçada, para gradativamente crescer exponencialmente através da politização cultural de Antonio Gramsci. A fantástica trama baseada no livro O Céu que Nos Oprime, de Christine Leunens, nos moldes de “A Vida é Bela”, é sobre o fanático menino de 10 anos, Johannes (Roman Griffin Davis) por seu amigo imaginário Adolf Hitler (Taika Waititi) como no filme Os Heróis Não Têm Idade, cuja pureza divina aflora após a convivência com a judia adolescente (Thomasin McKenzie, de O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos) escondida no sótão de sua casa, gerando uma vontade contraditória, irresistível em fazer o bem a ela. A partir daí, a mãe (Scarlett Johansson) sabiamente usa evasivas muito criativas, evitando ao máximo o confronto ideológico a fim de que ele se liberte da lavagem cerebral conscientemente. "Jojo Rabbit" recebeu 6 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Atriz Coadjuvante para Scarlett Johansson, que também concorre à Melhor Atriz em História de um Casamento.   JoJo Rabbit. Direção: Taika Waititi. Comédia dramática de guerra. (EUA/Nova Zelândia/República Checa, 2019 - 108min). 14 anos.   Nota: 4,5   O Bom Selvagem é corrompido pelos malvados policiais arianos do Esquadrão Anti-Crime Ambientado no subúrbio de Montfermeil, onde o humanista Victor Hugo escreveu “Os Miseráveis”. Lá o diretor convencionou adaptar a obra prima para os dias de hoje, interessado apenas no combate entre a guarda imperial e a resistência que uniu burgueses e operários contra o governo, na primeira metade do século 19. A partir da ótica marxista, em contradição às ideias universais do poeta, o longa homônimo e sectarista (indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional - antítese do favorito "Parasita") vilaniza a figura do policial branco em seu árduo trabalho rotineiro que tenta restabelecer a ordem numa comunidade utilizando meios truculentos. Em contrapartida, Ladj Ly minimiza as frequentes infrações do negro muçulmano e do menor abandonado trombadinha por considerá-lo uma vítima da sociedade, ignorando a importância da educação familiar para a formação do seu caráter. A miséria da alma idealizada por Victor Hugo não tem nada a ver com a condição financeira ou social do ser humano, como doutrina o longa. Destacamos exemplos de personagens do livro (vestidos a caráter) que foram impregnados pela miséria da alma. Como a fofoqueira mau-caráter que provocou intencionalmente a demissão da colega Fantine do trabalho operário, obrigando-a se prostituir, sem outra alternativa. A amoral família Thénardier que adotou Coset - os vilões maquiavélicos do romance. Ao contrário do honesto Inspetor de Polícia, Javert, que “honradamente” se suicidou de consciência limpa ao compreender que suas leis pragmáticas e imorais não funcionavam. Em oposição aos exemplos de fé, fraternidade e perdão do arqui-inimigo Jean Valjean. Um ex-delinquente de consciência íntegra que venceu na vida ratificando a máxima de Machado de Assis: Não é a ocasião que faz o ladrão, a ocasião faz o furto; o ladrão nasce feito.   Os Miseráveis. Direção: Ladj Ly. Policial. (Les Misérables -  França, 2019 - 102min). 14 anos.   Nota: 2,0         A escrava Harriet provou que o homem não é produto do meio contrariando a antifilosofia de Karl Marx.   Quem captou a essência da obra prima de Vitor Hugo não foi a atual versão de Os Miseráveis, mas o novo longa da diretora Kasi Lemmons (ainda sem previsão de estreia no Brasil). A trama conta a história real de Harriet Tubman (Cynthia Erivo - Indicada ao Oscar de Melhor Atriz), uma escrava maltratada nascida no condado de Dorchester, estado de Maryland. Em 1849 na iminência de ser vendida, Harriet foge afobada para as ruas de Filadélfia a fim de conquistar sua liberdade, um emprego e uma vida digna independente. Lá, para sua surpresa, encontra colegas da mesma etnia, vestidos a caráter, vivendo em pé de igualdade com os brancos, parte do secular grupo espiritualista inglês Quakers (Sociedade dos Amigos), que aqui focava em resgatar outros escravos do sul. Abolicionistas aristocratas semelhantes a José Bonifácio, André Rebouças, Joaquim Nabuco, Teodoro Sampaio, Machado de Assis e José do Patrocínio. Harriet, ainda não satisfeita, lutou na Guerra da Secessão resgatando mais centenas de escravos. Um exemplo de esperança, ascensão social e meritocracia. Negra porreta, símbolo de fé e superação que viveu quase 100 anos porque jamais desistiu dos seus sonhos.   Harriet. Direção: Kasi Lemmons (EUA - 2019,125 min).   Nota: 3,0


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