27/09/2019 às 11h05min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h45min

Estreias do Cinema - 27/09/19

Hebe - combater a corrupção e a causa LGBTQI+ virou crime   A Rainha da TV Brasileira participou da primeira transmissão da TV brasileira na TV Tupi e em 1955 inaugurou lá o primeiro programa feminino. Hebe - A Estrela do Brasil se passa entre os governos Figueiredo e Sarney quando a cantora resolveu migrar da Band para o SBT em 4 de março de 1986 a fim de mais liberdade equiparada ao anti politicamente correto programa do Bozo ( Bingo – O Rei das Manhãs). As roupas e joias extravagantes condizentes à mansão no Morumbi não ofuscaram todo apreço pelos empregados do lar e assistentes de TV confundindo-os a membros da família. O combate à corrupção e às minorias através de notórios convidados e discursos polêmicos no programa ao vivo quase a condenaram a 8 anos de prisão (que contraste!). A exemplo de Sílvio Santos (Daniel Boaventura), Divaldo Franco e Chico Xavier, Hebe (Andréa Beltrão - excelente) se vestia para o amado público. As paixões adolescentes do filho são paulino roxo, Marcelo (Caio Horowicz) e a jogatina barata de baralho do marido ciumento comprovam sua singela vida corriqueira de inocentes vícios fugazes, como o whisky. O ciúmes doentio de Lélio (Marco Ricca) por Roberto Carlos (Felipe Rocha) e o alquebrado Chacrinha (Otávio Augusto) em seus últimos meses de vida seriam alívios cômicos se não fossem trágicos.   Hebe – A Estrela do Brasil . Direção: Maurício Farias. Cinebiografia dramática (Brasil, 2019, 120min). 14 anos.   Nota: 4,0   Alienados à caça de alienígenas   Não é à toa que Ad Astra - Rumo às Estrelas se passa na mesma “época” de 2001 - Uma Odisseia no Espaço, um dos pilares da ficção científica cinematográfica que completou 50 anos ano passado. Em ambos, a humanidade já conheceu a maioria dos planetas do Sistema Solar, à exceção de que aqui, o homem continua sendo um lobo piorado do próprio homem, em vez da máquina (HAL 9000) querer dominá-lo. Brad Pitt dá um show novamente usando as mesmas habilidades no espaço do dublê terrestre hollywoodiano do filme do Tarantino. Além disso, como narrador-personagem ele dita o ritmo fluente entre diálogos e monólogos reflexivos simultâneo ao raciocínio do espectador, mas peca pelo didatismo excessivo do roteiro. Na trama, o engenheiro espacial Roy McBride (Brad Pitt) precisa percorrer metade do Sistema Solar a fim de encontrar o pai desnaturado (Tommy Lee Jones), desaparecido na órbita de Netuno, ao contrário da compreensiva esposa que o ama de verdade (Liv Tyler) esperando seu retorno, pacientemente. O progresso tecnológico exacerbado tomou o lugar da família, ao lado do consumismo e da burocracia, disfarçada de testes psicológicos. A Lua virou terra sem lei e sem escrúpulos equiparada ao longínquo Velho Oeste. Por isso, conhecer a si mesmo antes de desbravar os infindáveis limites da fronteira final é o lema do diretor James Gray (Z - A Cidade Perdida).   Ad Astra – Rumo às Estrelas. Direção: James Gray. Ficção Científica dramática (Ad Astra, EUA/Brasil/China, 2019, 123min). 14 anos.   Nota: 4,5.   Furacão, pântano e enchente repleta de predadores assassinos em vez de fantasmas   Miami, Flórida lembra: praia, pântano, furacão e desenho do pica-pau; a atmosfera perfeita para se produzir um dos melhores filmes de terror de suspense do ano na mão do criativo diretor francês Alexandre Jouan (de Viagem Maldita), que sabiamente optou por um claustrofóbico porão alagado em meio a esse caos exterior. A fotografia suja e escura é clareada apenas pela violência da natureza lá fora. Após perder uma prova de natação, a desiludida jovem Haley (Kaya Scodelario, de Maze Runner, é fluente em português, filha de pai britânico e mãe brasileira) vai atrás do pai desaparecido (Barry Pepper) durante a passagem de um furacão nível 5. Ao tentar resgatá-lo, ambos acabam presos no porão de sua casa que está à venda. A água sobe depressa na iminência de afogá-los antes da frágil estrutura desmoronar ou virarem comida de "Predadores Assassinos" inusitados.   Predadores Assassinos. Direção: Alexandre Aja.Terror de Suspense. (Crawl, EUA/Sérvia/Canadá, 2019, 87 min). 16 anos.   Nota: 4,5.   O médico bom e o médico monstro   A belíssima fotografia do Havaí durante a segregacionista década de 1920 de um vilarejo dominado por cafeicultores capazes de dar a vida a fim de manter esse sectarismo nojento. Por sua vez os nipônicos camponeses oprimidos recriminam o recém-chegado médico Doc (Matt Dillon) acompanhado do mestiço assistente bastardo Jo (Ryan Potter) por seus métodos alternativos de cura contrários às crenças rudimentares deles que matam ao mesmo ritmo da perigosa técnica do abrutalhado médico abastado Reyes (Jim Caviezel), aclamado por seus fascinados pacientes, mesmo após sucessivos fracassos. Jo e Reyes travam um disputa desigual pelo amor da filha (Olivia Ritchie) de um rico dono de plantação que a impede de tomar as próprias decisões, enclausurada no seu quarto de princesa. "Meu Amor por Grace” desenvolve muito bem a notória luta de classes de caráter sócio-econômico e religioso. Isso até o desfecho infantilizado viciante a partir do terceiro ato desequilibrando a disputa ideológica em aberto para um duelo ridículo entre o mocinho pobre e o bandido caricato rico.   Meu Amor por Grace. Direção: David L. Cunningham. Romance dramático. (Running for Grace, EUA, 2018, 110min). 12 anos.   Nota: 3,0.   Juiz vira “refém em Terminal Jurídico" para senador corrupto continuar em liberdade   O juiz Ferreira (Gustavo Weneck) é obrigado a passar meses enclausurado no fórum onde trabalha após a família fugir para Buenos Aires. A trama sugestiva sobre o caso verídico ocorrido em 2013 envolvendo o então senador mineiro Zezé Perella acusado de ter transportado ilegalmente robusta quantidade de cocaína. Um eletrizante suspense de terror em preto e branco comparado a uma estressante vigília noturna de um soldado na Guerra do Vietnã. Ferreira vive escoltado por policiais munidos de fuzil até dentro do próprio gabinete. Portanto, qualquer contato com o mundo exterior pode ser mortal, à exceção de audiências de extrema urgência. Esse ambiente de hipertensão permanente acaba provocando ao magistrado honesto alucinações que beiram a loucura. Foro Íntimo foi todo filmado no Fórum Lafayette, no centro de Belo Horizonte, durante o recesso do judiciário.   Foro Íntimo Direção: Ricardo Mehedff. Suspense  de terror. (Brasil, 2017,74 min). 12 anos.   Nota: 4,0.     O Abominável Homem das Neves   Um grupo de pessoas viaja ao Himalaia e conhece um Yeti, o Abominável Homem das Neves, chamado Everest, conhecido pela altura e por viver entre as paisagens naturais da Ásia. Resta aos viajantes ajudá-lo em seu caminho de volta para casa.   Abominável. Direção: Jill Culton. Animação.(Abominable, China/EUA, 2019, 97min). Livre.  


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