23/08/2019 às 17h59min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h45min

Estreias do cinema - 23/08/19

Brinquedo Assassino hi-tech gore   Uma das maiores franquias cults de terror, após o desgaste natural de 30 anos, levou o último longa de 2017, O Culto de Chuchy, ignorado pelos cinemas brasileiros, a estrear direto nas plataformas digitais, obrigando a franquia a tomar um novo rumo ousado afastado do sobrenatural vudu para investir em ciência tecnológica ex machina. Dessa vez “O Cara legal” chama-se Buddi (Mark Hamill - “Luke Skywalker”), um boneco de fabricação em massa sensacional de uma poderosa multinacional que aprende rápido a conviver em família ao seu modo rudimentar a partir do zero como um Golem, Amazo, Ultron ou Frankenstein, podendo controlar em automação todos os objetos eletrônicos à sua volta, ao invés de estar possuído pelo serial killer com sede de vingança Charles Lee Ray (Chucky). A exemplo de um Golem sem referência alguma, Buddi executa inocentemente ao pé da letra as violentas emoções manifestadas pelo dono pré-adolescente Andy (Gabriel Bateman) contra a mãe  Karen (Aubrey Plaza), o “padrasto” (Henry Kaslan) e os vizinhos, obcecado em protegê-lo à qualquer custo. Diferente do Brinquedo Assassino original, há uma motivação lógica e moral justificável em razão de sua pragmática programação de fábrica. A magnífica direção de Lars Klevberg soube intercalar o suspense introdutório ao terror clássico gore durante o clímax mesclado a alívios cômicos fabulosos, banhados de muito sangue ao estilo Uma Noite Alucinante.   Brinquedo Assassino. Direção: Lars Klevberg. Terror. (Child’s Play, Canadá/EUA, 2019, 90min).16 anos.   Nota: 3,5   Controle estatal comunista, liberalismo e livre-arbítrio   "Brinquedos Mágicos" de porcelana distinguem-se pela profundidade da cor após o banho de chá. Nathan é um boneco ridicularizado por não conseguir ganhar cor. A rotina pacata da loja do “Gepeto chinês” se transforma com a súbita presença de um robozinho em forma de bola que diz ter vindo do futuro, mistura de Wall-e com BB8. A belíssima animação chinesa mescla linguagem infantilizada a termos avançados de mecânica quântica. A jornada de autodescobrimento do Pinóquio chinês dourado ao lado do “futurobô” de volta para o futuro leva-os ao submundo do senhor dos raios “Hades” e ao “Oráculo de Delfos informatizado”. Enquanto Nathan deseja se desmaterializar mergulhando em seu inferno astral, o robozinho sonha estar livre do controle de voz humano conquistando o livre arbítrio.   Os Brinquedos Mágicos. Direção: Gary Wang. Animação (Tea Pets, China, 2017, 98 min). Livre.   Nota: 4,0   Irmãos de armas de tradições milenares   Desde a guerra de Troia provocada pelo rapto de Helena, de Romeu e Julieta ao Poderoso Chefão, disputas entre famílias pelo poder são tão nocivas quanto as político-religiosas. A trama ficcional durante a bonança da maconha remete às origens do narcotráfico precursora da era Pablo Escobar. Ambientado entre as famílias indígenas Wayuu do norte da Colômbia, uma população antiga se envolveu numa guerra para controlar os negócios destruindo suas vidas e sua cultura em meio a discussões fúteis, tradições e rituais sagrados milenares. Tudo começa de maneira bastante inócua após o namoro do jovem Raphayet (José Acosta) e Zaida (Natalia Reyes). A mãe de Zaida, Úrsula (Carmiña Martínez), matriarca do clã, discorda  da amizade de Raphayet com seu parceiro do clã alijuna, Moisés (Jhon Narváez), que fala espanhol. Os dois, na pressa de comprar cabeças de gado em troca da mão da filha, associam-se a traficantes americanos de maconha e de maneira inusitada inicia-se uma carnificina sem precedentes. ssaros de Verão foi o representante do país no Oscar 2019.   ssaros de Verão. Direção: Cristina Gallego e Ciro Guerra. Drama. (Pájaros de Verano, Colômbia, Dinamarca, México e França, 2018, 125min). 18 anos.   Nota: 3,0   Quem ama, cuida   Na Châteauroux de 1958 dois jovens de classes sociais divergentes engatam "Um Amor Impossível" frutificando gravidez indesejada. Por conseguinte, o abastado Philippe (Niels Schneider) se recusa a casar com Rachel (Virginie Efira) e os avôs aristocratas de ver a neta Chantal (interpretada como adolescente pela estoniana Estelle Lescure) durante toda vida. Apesar do grande apreço de Chantal pelo pai, eles tiveram raros encontros, seu nome era lido apenas em folhas de cheque mensais como pagamento de pensão obrigatória, impondo obrigação de educá-la apenas à mãe.   Um Amor Impossível. Direção: Catherine Corsini.Drama. (Un Amour impossible, França 2018, 135 minutos). 16 anos.   Nota: 3,5   ---------------------------------------   Série   Ultraman MIB - gigantes substituídos por humanoides de exoesqueletos   Suponhamos que o Ultraman original Hayata fosse o único gigante da família Ultra a defender a Terra. Terminada sua jornada, ele regressa ao planeta Ultra e durante 40 anos a paz reina por aqui. No entanto, a inútil Patrulha Científica contra os monstros gigantes que nos fazia esperar até os cinco minutos finais em cada episódio até Ultraman entrar em cena para salvar o dia, tornou-se, décadas depois, uma eficiente agência secreta de combate a alienígenas à lá MIB. A belíssima animação da Netflix em 3D reinventa o universo do personagem dos anos 60 sem deixar de lado sua essência. Hayata, devido à idade avançada, atualmente não participa mais das atividades de campo passando o bastão ao filho adolescente Shinjiro, apaixonado por uma popstar que detesta o herói e é auxiliado por agentes munidos de exotrajes em homenagem aos três sucessores do Ultraman: Ultraseven, Jack e Ace. Longe de serem humanos perfeitos, os membros da equipe tomam, às vezes, atitudes piores que as dos supostos criminosos alienígenas. O dilema da série é matá-los ou deixar que eles matem centenas de inocentes na impossibilidade ou não de prendê-los.   Nota: 4,0  


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