O Exorcista faz 50 anos graças a Nossa Senhora de Fátima e ao Arcanjo Miguel

Rogério Candotti | [email protected] | blogdorogerinho.wordpress.com

O melhor filme de terror de todos os tempos com a maior bilheteria de um filme adulto, corrigida pela inflação, fez a Academia se render ao gênero que odeia após indicá-lo a 10 Oscars em todas as categorias principais. O longa de William Friedkin ao lado de O Bebê de Rosemary (1968) tornou-se uma referência indispensável aos subsequentes, embora insistam ainda em contrariá-lo, porque é bem  iluminado e independente de sustos gratuitos na sua trilha sonora pontual, enquanto os personagens são desenvolvidos até o exorcismo, apenas nos vinte minutos finais. O roteirista William Blatty se baseou no exorcismo real do menino de 14 anos, sob o pseudônimo “Robbie Mannheim” ou “Roland Doe”, para a publicação do best-seller homônimo que deu origem ao clássico, ao entrar em contato com o verdadeiro exorcista, cuja façanha consta no livro de Thomas B. Allen “Possessed: The True Story of an Exorcism”, base dos documentários: “In the Grip of Evil” e “The Haunted Boy: The Secret Diary of the Exorcist”.
Robbie, a exemplo da pequena médium sonâmbula, Regan (Linda Blair), foi possuído por invocar demônios através do Tabuleiro Ouija, com intuito de se comunicar com a falecida tia Harriet. Ocorre que o Padre William S. Bowdern para derrotá-lo precisou recorrer a mãe de Jesus, colocando corajosamente as contas no pescoço daquele menino endiabrado, antes de rezar o Rosário e lhe contar repetidamente por 38 dias as seis aparições milagrosas da Virgem Maria em Fátima, Portugal. Aquela padroeira lusitana havia profetizado aos pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta o início da Segunda Guerra Mundial e à Revolução Russa, caso a humanidade não desse ouvidos aos seus apelos. De fato, as seis aparições de Nossa Senhora de Fátima ocorreram sempre no dia 13, por seis meses seguidos; desde maio até 13 de outubro de 1917; um mês antes da revolução comunista na Rússia. Felizmente, o adolescente se encantou pela história de Maria de Nazaré, sendo agraciado com o Batismo Católico e a Primeira Comunhão; até incorporar o Arcanjo do Apocalipse 12:7–9 que liderou os exércitos de Deus contra as forças do mal durante a guerra no céu: “Satanás! Satanás! Eu sou São Miguel, e ordeno a vós, Satanás e outros espíritos malignos, que deixeis este corpo em nome de Dominus, imediatamente. Agora, AGORA, AGORA!”. Robbie ao dizer essas palavras proféticas teve as mais violentas convulsões desde o início do exorcismo, quando finalmente se acalmou: “Ele se foi”.
Enquanto isso, em 1973, a mãe divorciada de Regan, Chris MacNeil (Ellen Burstyn), vivia uma carreira de sucesso, trabalhando em casa como atriz, cujo ambiente carregado de festas e muita bebida trouxe um demônio sumério para lá. Pazuzu estava sempre um passo à frente dos encarnados, recorrendo a violência sexual e a pornografia, com palavras de baixo calão na boca de uma criança que acabara de completar 12 anos. No caso do jesuíta de pouca fé (Jason Miller), a estratégia diabólica foi culpá-lo pela morte da mãe doente, embora o sacrifício genuinamente cristão do Padre Karras em defesa da obsediada em coma tenha expulsado Pazuzu daquela família para sempre, quando ignorada as inúmeras sequências desprezíveis, exceto pela paródia estrelada por Leslie Nielsen e a própria Linda Blair como xará da primeira-dama Nancy Reagan: “Repossuída” pelo evangélico Jim Bakker, condenado por desviar doações dos fiéis para o próprio bolso, tanto no filme Os Olhos de Tammy Faye quanto na vida real.