03/05/2019 às 11h26min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h51min

Estreias do cinema - 03/05/19

O que a pequena Amanda e os Vingadores têm em comum? No universo fictício de “Vingadores – Ultimato” houve famílias desestruturadas, crianças órfãs e pais enlouquecidos, especialmente o Gavião Arqueiro, vítima de um ataque terrorista. Com Amanda, de 8 anos (Isaure Multrier), aconteceu o mesmo. Aqui o foco é o drama de uma personagem específica, e, lá, da humanidade inteira. O único parente próximo sem qualquer experiência é o tio David (Vincent Lacoste), de 24 anos, totalmente perdido de início em repentinas crises de choro, tendo que trabalhar em mais de um emprego para sustentá-la até se adaptar à nova realidade, amparado por amigos mais próximos que sobreviveram à tragédia apesar das sequelas físicas e psicológicas no cenário bucólico parisiense em cores granuladas. Destaque ao simbolismo do famoso coelho branco de “Alice no País das Maravilhas”, mensageiro entre o mundo físico e o mundo espiritual. Amanda. Direção: Mikhaël Hers. Drama. (Amanda, França, 2018,107 min). Nota: 4,0   Entre tapas e beijos familiares Os dois filhos já casados Bridget (Hilary Swank), Nicky (Michael Shannon) e a filha adolescente Emma (Taissa Farmiga) se reúnem depois de muito tempo na casa do pai teimoso Burt (Robert Forster) devido ao processo avançado de Alzheimer da mãe Ruth (Blythe Danner). A dificuldade em deixar as diferenças de lado é encarada com uma alta dose de rancor e nervos à flor da pele, mas com piadas pontuais sarcásticas sensacionais. O grande elenco consegue sustentar o tema batido apenas com diálogos teatrais em plano fechado sempre neles, ensinando como se deve (ou não) honrar pai e mãe, porque a encarnação se ganha na família. Tudo o que tivemos. Direção: Elizabeth Chomko. Drama. (What they had, EUA, 2018,101 min). 12 anos. Nota: 3,5   Cemitério Maldito à brasileira Revelação como um dos maiores talentos do cinema nacional, a diretora nerd Gabriela Amaral Almeida  revitalizou o terror trash no país após “O Animal Cordial”,  trazendo aqui elementos típicos do gênero: cenários em cores escuras, sujas, animais peçonhentos, fantasmas e zumbis “nacionalizados”. O longa ainda ganha sabor especial estreando dias antes do clássico remake de Stephen King: “Cemitério Maldito”. Dalva (Nina Medeiros), de 9 anos, se torna meritoriamente responsável pela casa após o pai apático, o pedreiro Jorge (Julio Machado), entrar em depressão ameaçado de perder o emprego. Órfã recente de mãe e cada vez mais distante da estimada tia Cristina (Luciana Paes), prestes a se casar, a inexpressiva garotinha tenta, como último recurso, para suprir a solidão e trazer a mãe de volta à vida aprendendo rituais de magia branca. A sombra do pai. Direção: Gabriela Amaral Almeida. Drama. (A sombra do pai, Brasil, 2019). 92 min. Nota: 3,0   Crepúsculo aristocrático - das pomposas grifes europeias aos campos de batalha Linda fotografia de uma das épocas mais glamorosas da humanidade, formada por gente fina, elegante e nem um pouco sincera, motivo principal da Primeira Guerra Mundial. Ambientado ao entardecer em raios fúlgidos que beijam diariamente as águas cristalinas do Danúbio Azul, fonte inspiradora de poetas da música clássica e da literatura. Lá no coração da Europa de 1913, durante o declínio do Império Austro-Húngaro, uma jovem mulher (Juli Jakab) retorna à Budapeste, cidade onde nasceu, depois de anos vivendo em um orfanato. Com  muita fé e determinação  ela tenta conseguir emprego na lendária loja de chapéus Leiter, que pertenceu à sua família por muito tempo. Câmera fechada instigante, envolto de muito mistério, focada apenas no rosto apático e tenso e nas costas da protagonista: longos planos-sequências, profundidade de campo limitada ocultando horrores da História. Característica do diretor László Nemes, o mesmo do vencedor do Oscar “O Filho de Saul”, não conseguiu com este longa chegar à final em 2019. Entardecer (Napszállta, Hungria, França, 2018). Direção: László Nemes. 14 anos. Nota: 3,0   Borrasca Em uma noite chuvosa, Gabriel e Diego, um escritor amargurado e um piloto de helicópteros, respectivamente, reavaliam suas vidas. Baseado na peça homônima de Mário Bortolotto. Direção: Francisco Garcia. Drama. (Borrasca, Brasil, 2017), 75 min. 14 anos. [- Para educação do dia 10.3]    
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