11/11/2021 às 23h04min - Atualizada em 11/11/2021 às 23h04min

​Plano de Roda Gigante permanece mesmo com concessão de parques

Um dos pontos de requalificação do entorno do Rio Pinheiros provoca discussão entre moradores e poder público. O Executivo Estadual anunciou a construção de uma Roda Gigante nas cercanias do Parque Cândido Portinari. Moradores locais criticam e afirmam que não houve estudo de impacto da medida na região. Projeto deve permanecer, independentemente da concessão dos parques.

Ponto turístico
O Governo do Estado pretende transformar o Parque Cândido Portinari em um grande ponto turístico da cidade com a construção de uma roda gigante no local. A ideia tem como ponto de partida atitudes similares em Londres e Paris, por exemplo. A população local, porém, se divide entre os que gostaram da ideia e os que se preocupam com o acréscimo de movimento de público na região.
Um dos grandes cartões-postais de Londres, a London Eye é uma roda gigante à beira do Tâmisa que atrai turistas do mundo todo e proporciona uma vista do alto de uma das principais capitais do mundo. Inspirado neste conceito, o Governo do Estado pretende implementar no Parque Cândido Portinari algo muito similar.
A roda gigante de observação, que terá 90 metros de altura, faz parte das ações de revitalização do entorno do rio Pinheiros, que deve ser despoluído até dezembro de 2022 por meio de um grande programa de saneamento básico. A Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) da Prefeitura de São Paulo aprovou o projeto.
A empresa SPBW, vencedora do Chamamento Público, terá o prazo de um ano, a partir da emissão de todas as licenças necessárias, para instalar o equipamento, com projeto urbano de autoria de Levisky Arquitetos | Estratégia Urbana. A expectativa é que esteja em funcionamento até o ano que vem.
Para explorar o serviço na área, a interessada pagará à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) R$ 141 mil mensais ou 10% do valor do faturamento bruto (prevalecendo o maior) e destinar parte dos ingressos à população de baixa renda. Seriam 42 cabines, cada uma com capacidade para 8 pessoas. Isto poderia, segundo estimativas, atrair um público de 1300 pessoas por dia.

Polêmica
Na época do lançamento do projeto, a Gazeta de Pinheiros conversou com representantes da Sociedade Amigos do Bairro City Boaçava (SAB) sobre o tema.
Gazeta de Pinheiros- O Estado anunciou a construção de uma roda gigante na região. A população foi consultada?
SAB - Infelizmente não. Porem o tema foi levado ao Conselho do Parque Villa Lobo, onde será instalada a roda gigante, para avaliação e aprovação. O conselho do parque aprovou a iniciativa.
GP - Qual é a posição da comunidade local?
SAB - Os moradores do Bairro City Boaçava, são na sua maioria contra. Pois entendem que, se não houver um investimento para esta atração de grande envergadura, o bairro se transformará em estacionamento natural deste novo e importante fluxo de visitantes.
GP - Como a presença afetaria a vida da população próxima?
SAB - Qualquer parque de diversão com uma atração de tal envergadura, acabará por transformar a vida de uma bairro residencial. Mesmo sem qualquer estudo técnico, se pode desenhar, qual será o impacto sobre o entorno desta atração. Simplesmente, o Estado não tem o direito de alterar a residência e a vida deste universo de moradores em função de uma atividade que visa exclusivamente os resultados financeiros. O Estado e os empreendedores qualificam a roda gigante como um enquadramento maravilhoso  de São Paulo aos olhos do mundo. Porém nenhum estudo legal do impacto desta atração sobre a sua vizinhança foi feito. Vamos lutar, contra com todas as vias, principalmente as legais. Esperamos que o juízo deste valor seja definido pelo judiciário.

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