25/04/2024 às 22h20min - Atualizada em 25/04/2024 às 22h20min

Rio Pinheiros, ontem e hoje

O rio Pinheiros é um dos mais importantes cursos d´água da cidade de São Paulo. Apesar de hoje estar sujo e malcheiroso, desempenhou um papel estratégico no deslocamento das primeiras populações do planalto paulista. Vindos do litoral por um caminho alternativo para chegar à vila de São Paulo de Piratininga, os jesuítas entravam pela atual região Sul da cidade pelo rio Grande, que desaguava no Guarapiranga para formar o rio Pinheiros.
Deste local, onde se encontrava o Aldeamento de Santo Amaro, fundado em 1560 por Anchieta, era possível na época das chuvas alcançar de barco o rio Tietê, entrar no Tamanduateí, para aportar na aldeia de São Paulo.
As margens do Pinheiros, antes ocupadas por exuberante Mata Atlântica, onde abundavam as palmeiras do tipo jerivá - daí o rio ter sido chamado pelos índios de Jurubatuba, “rio das palmeiras” - as chácaras substituíram a vegetação original.
A várzea do Rio Pinheiros foi uma região de chácaras produtoras de verduras, legumes e frutas, consumidas na região de Santo Amaro e exportadas até para São Paulo (na época Santo Amaro era um município independente).
O rio era bastante sinuoso, inundando as várzeas adjacentes na época das chuvas, que começou a ser retificado a partir de 1928 - processo que só foi terminado no início da década de 1950.
A partir de então, as chácaras começaram a ser expulsas pelos loteamentos de bairros operários e pelas fábricas que se instalavam ao longo do rio, junto com a Estrada de Ferro Sorocabana.
A água do Pinheiros, ainda limpa e relativamente isenta de sujeira, era insumo bastante utilizado nas indústrias metalúrgicas e químicas, que se espalhavam na região.
Na ausência de leis e controles ambientais, o rio também se tornou destino dos efluentes industriais e dos esgotos domésticos, que descarregados em pequenos córregos ainda abundantes na região, acabavam caindo no rio.
Entre os anos 1950 e 1980 substâncias tóxicas de todos os tipos, metais pesados e lodos de efluentes, passaram a se acumular no fundo do rio.
Em 1970 foram construídas as marginais do rio Pinheiros (Avenida das Nações Unidas), completando-se o processo de degradação da região do entorno do Pinheiros.
A qualidade da água do antigo Jurubatuba foi fortemente afetada por todo este processo. Parte do volume do rio era bombeada para a represa Billings, localizada na região de São Bernardo, cuja água acionava a usina hidrelétrica Henry Borden, localizada no alto da serra de Santos.
A poluição cada vez maior do Pinheiros, fez com que a operação tivesse que ser abandonada pelo estado em 1992. Mesmo assim, ainda hoje, segundo dados da SABESP, cerca de 290 indústrias e 400 mil famílias jogam seus dejetos no rio. 

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