20/08/2021 às 00h36min - Atualizada em 20/08/2021 às 00h36min

Feliz Dia do Folclore Brasileiro

No próximo domingo (22) iremos comemorar o Dia do Folclore Brasileiro tão esquecido, ao analisar uma das melhores séries brasileiras dos últimos tempos. Cidade Invisível é sucesso em mais de 50 países, graças à Netflix. A plataforma digital ressuscitou nesta primeira temporada a Cuca, a sereia Iara, o Curupira, o Boto-cor-de-rosa, o Tutu Marambá — parente do Bicho-Papão e do Boi da Cara Preta —, e o nosso querido Saci Pererê, além de muitas outras entidades escondidas da ganância humana. A trama séria e adulta, moderna e conservadora ao mesmo tempo, aborda uma investigação policial de suspense e mistério, sem perder a essência dos espíritos elementais da natureza, fomentados por Monteiro Lobato, Maurício de Souza e Ziraldo no início do século passado, ao invés do Halloween. O feriado materialista em 31 de outubro além de deturpar Día de Los Muertos mexicano, ofusca o Dia do Saci, instituído recentemente no país. O carioca Carlos Saldanha que comandou a franquia A Era do Gelo, dessa vez coordena um competente elenco principal liderado por Alessandra Negrini. Os efeitos especiais de primeira categoria enalteceram algumas lendas da cultura brasileira, enquanto outras, irão se manifestar somente na próxima temporada. Já a primeira temporada da série Sweet Tooth (guloso), descreve a jornada de Gus (Christian Convery), um humano com chifres de alce e orelhas felpudas que viveu os primeiros nove anos ao lado do pai (Will Forte) escondido no parque Yellowstone, entre os estados de Wyoming, Montana e Idaho, o mesmo do Zé Colméia. Após conhecer o grandão, Jepperd (Nonso Anozie) e a ativista Ursa (Stefania LaVie Owen), o pequeno híbrido sentiu uma necessidade irresistível de rever a mãe geneticista (Amy Seimetz) que permanece desaparecida no Colorado, além da cerca impenetrável da reserva florestal. A fábula infantil da Netflix foi baseada na HQ homônima de Jeff Lemire ganhadora do prêmio Eisner, desenhada entre 2009 e 2013. A trama se desenvolve a partir de uma experiência bem-intencionada no Fort Smith Labs, mas que acaba criando milhares de genomas humanos misturados com diversos tipos de animais, alguns extremamente inteligentes, de olfato e audição apurada, enquanto outros, permanecem dominados pelos instintos mais primitivos, análogos ao centauro com o corpo de cavalo e o cérebro de gente, e ao minotauro, rei do labirinto grego em Creta, com a cabeça e o corpo de touro. Acontece que o desconhecido vírus letal “Flagelo”, escapa acidentalmente daquele laboratório, dizimando grande parte da população mundial. Em apenas uma década o planeta se transformou numa distopia moderna, controlada por governos sectaristas que imperam através do medo, segregando, caçando e matando essas criaturinhas especiais. Max (Max Records) é um garoto de 9 anos que não tem com quem brincar. A mãe, Connie (Catherine Keener)  trabalha fora o dia todo e a irmã adolescente, Claire (Pepita Emmerichs) está em outra. Para piorar, o único iglu em forma de lar foi destruído pelos colegas. Ao ver a mãe com o novo namorado, Adrian (Mark Ruffalo), Max resolve fugir fantasiado de lobo em um barco a vela para além do horizonte, após o lago próximo a sua casa se transformar num oceano que deságua na ilhota “Onde Vivem os Monstros”. Na verdade, cada criatura fofa de lá, simboliza uma parte da sua personalidade, a exemplo do genioso Carol (James Gandolfini), do incompreendido Alexander (Paul Dano), da irritante Judith (Catherine O'Hara), do sábio Douglas (Chris Cooper), do pacato Ira (Forest Whitaker), do melancólico Bernard e da amorosa KW (Lauren Ambrose). Naquela realidade, ao contrário do mundo real, o solitário menino pode reinar soberano como o centro das atenções, morar num palácio construído pelos monstros em poucos minutos, brincar e dormir a hora e com quem quiser, especialmente com Carol e KW, seu alter ego misturado com o alter ego da mãe. O best seller homônimo, escrito e ilustrado por Maurice Sendak em 1963, foi adaptado para o cinema em 2009 pelo diretor Spike Jonze, envolto na excelente trilha sonora  da banda, Karen O and The Kids. Ofelia (Ivana Baquero) é a reencarnação de uma princesa que habita uma dimensão paralela à nossa, localizada no submundo. Uma terra fantástica digna dos contos de fadas onde não há mentira nem dor. Ocorre que o bom e misericordioso Rei decide enviá-la ao nosso mundo físico de provas e expiações, não como um castigo, punição ou vingança por suas constantes rebeldias, mas com o intuito de educá-la até a maturidade espiritual, sem perder com isso a pureza da criança. O maior desafio da nova encarnada na pele de uma humilde plebéia será aprender a obedecer às ordens do padrasto impiedoso, ligado ao governo nazifacista do ditador Francisco Franco em 1944. Numa época conturbada após a Guerra Civil Espanhola, durante o Dia D. O pragmático Capitão Vidal (Sergi López) sofre do Complexo de Cronos, escravo do tempo, viciado em consultar o amado relógio de bolso. Enquanto o Fauno, mensageiro do Rei (interpretado por Doug Jones que também faz o Homem Pálido) tem a missão de conduzi-la até “O Labirinto do Fauno”, escondido secretamente na floresta agregada a residência do militar, onde a subalterna resignada realizará três provas cabais de amor genuíno ao próximo, a fim de retornar a verdadeira Pátria ­Espiritual.
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