04/03/2021 às 22h50min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h18min

Dia Internacional da Mulher

Igualdade ou vingança? Demi Moore começou sua carreira com papéis ousados: Teve um namorado do outro mundo, recebeu Proposta Indecente, milionária, foi assediada sexualmente pelo chefe, e até fez Striptease a fim de reassumir a guarda da filha. O seu último longa: Animais Corporativos, no Telecine, equipara-se à obra literária: O Caso dos Exploradores de Cavernas ou ao verídico acidente aéreo ocorrido na Cordilheira dos Andes em 1972, misturado ao teatral humor sarcástico da série: The Office. Na trama, a CEO Lucy teve de praticar canibalismo diante de toda equipe para sobreviver. Contudo, em Até o Limite da Honra, Jordan O'Neil, apelidada pela imprensa sensacionalista de G.I. Jane, tornou-se a primeira Seal feminina da marinha americana. Um imenso potencial desperdiçado, incluindo a atuação piegas do futuro Rei Aragorn (Viggo Mortensen), ao tentar imitar o carrasco Hartman de Nascido para Matar. Ridley Scott também naufraga, ao insistir em irritantes narrativas feministas forçadas sobre a desagregadora guerra dos sexos, comparando inutilmente a força física de O'Neil com a força dos colegas brucutus, além de cenas de combate apressadas e confusas, ao invés de demonstrar o valor da causa feminina com inteligência, enfatizando na capacidade de liderança da tenente através dos seus conhecimentos estratégicos em guerra de guerrilha; virtude que passou despercebida. Veja o exemplo de Mulan e Gal Gadot - experiência adquirida no exército israelense, fundamental para ganhar o papel da Mulher-Maravilha. Ao contrário da diretora Emerald Fennell que em seu longa: Bela Vingança, critica o machismo feminino, fazendo as culpadas provarem do próprio remédio, na medida certa. Para a indicada ao Globo de Ouro, o crime não compensa. Apenas a violência gráfica, explícita, é capaz de sensibilizar os bárbaros corações arrependidos. Na trama, Cassie (Carey Mulligan) é uma jovem promissora que tenta vingar a morte da amiga Nina, estuprada na época do colégio, indo de boate em boate, antro de playboys bulinadores, fingindo estar muito bêbada para poder contra-atacar de forma inesperada com geniais argumentos ácidos, hilariantes. A nova Kill Bill também anota em um caderninho todo o processo da vingança, cujo método, equipara-se ao de Charles Bronson em Desejo de Matar. O arquiteto, traumatizado pela morte da família, escolhia violentos becos estratégicos à noite com intenção de ser atacado por criminosos para poder matá-los em suposta legítima defesa. A Arlequina, Margot Robbie, recusou o papel da atriz designada ao Globo de Ouro, mas virou produtora executiva do longa de roteiro ousado (ambos indicados), pelo qual a bela loira se apaixonou. The Undoing, que concorreu a quatro Globos de Ouro, surpreende, a partir do título sugestivo da obra literária de Jean Hanff Korelitz (You Should Have Known) que a inspirou. A minissérie da HBO, dita um ritmo objetivo de suspense psicológico, intrigante. Em cada episódio é revelado um suspeito falso, enquanto surgem novas pistas evidentes sobre o comportamento sociopático do verdadeiro assassino, obcecado em divergir, obstruir e confundir a todos, incluindo os "jurados-telespectadores”. Da mesma produtora de Big Little Lies, Nicole Kidman interpreta uma experiente psicóloga de princípios morais universais (chamada Grace pela quarta vez na carreira), que ronda a cidade que nunca dorme, disposta a conhecer a verdade e fazer justiça, protegendo o pai (Donald Sutherland), o marido (Hugh Grant) e o filho (Noah Jupe) do assassino cruel, foragido. Pieces of a Woman, da Netflix, também adota a regra de ouro ou ética da reciprocidade, em oposição a eterna vingança, recorrendo a um análogo desfecho, igualmente justo. O longa de Kornél Mundruczó, produzido pelo católico Martin Scorsese, retrata os dilemas de uma jovem mãe, incompreendida pela família, que penou para superar as dores do parto traumático, sem demonizar a parteira (Molly Parker), apesar da constante influência negativa da sua mãe materialista (Ellen Burstyn), somado a difícil convivência com o marido hiperativo. Sean Carson é um ex-dependente químico de classe social e cultura antagônica, interpretado pelo alcoólatra Shia LaBeouf. A exemplo da psicóloga vivida por Nicole Kidman, Marta (Vanessa Kirby) também deu um tempo ao tempo até clarear as ideias, frutificar e amadurecer a semente do coração, a fim de encontrar com inteligência emocional o caminho do bem e da justiça comum, analisando a partir daí os fatos, racionalmente.
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