14/08/2020 às 20h42min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h25min

Dicas de Filmes e Séries - 14/08/2020

Confrontos épicos e segregação racial, sem lacração A primeira temporada da série original da Netflix baseada na HQ homônima, criada por Gerard Way e o quadrinista brasileiro Gabriel Bá, serviu apenas de introdução para a super equipe já adulta (nascida no mesmo dia), abordando a complexa convivência com o exigente pai adotivo, Sir Reginald Hargreeves (Colm Feore). Na trama da segunda temporada, após escaparem do apocalipse provocado pela Número 7, Vanya (Ellen Page), munida do mortal “violino branco”, o Número 5 (Aidan Gallagher) transporta todos desordenadamente de volta no tempo até mais ou menos o início do mandato do Presidente Kennedy, cujo assassinado dessa vez provocará uma guerra apocalíptica entre americanos e soviéticos. Em todas as realidades cinematográficas fica evidente que a morte de JFK foi causada por uma conspiração orquestrada por uma organização mafiosa que teve o seu projeto criminoso de poder interrompido pela vítima incorruptível, outrora pactuado com os membros do seu Partido Democrata corrupto, de acordo com o livro: Homens do Amanhã - Geeks, Gângsteres e o Nascimento dos Gibis. Além do combate épico digno de um blockbuster entre a The Umbrella Academy e a "Comissão" de viagens no tempo, importantes questões sociais são abordadas naturalmente, sem a típica lacração impositiva. Vânia se envolve em um romance lésbico com uma esposa sufocada pelo marido machista, somado à dura responsabilidade em cuidar do filho autista. O astronauta Luther (Tom Hopper), enquanto não os acha, ocupa-se de lutas clandestinas, delegando tacitamente a liderança da equipe ao Número 2, Diego (David Castañeda). Já o Espírita Klaus (Robert Sheehan) abstém-se das drogas que limitavam sua comunicação com o mentor espiritual Ben (Justin H. Min) e vira guru de uma seita religiosa com milhares de seguidores. O Número 5 rouba a cena novamente ao ficar encarregado de matar um "cabeça de aquário" a fim de salvar os irmãos, enquanto escapa da sua versão mais velha. Por fim, Allison (Emmy Raver-Lampman) caiu como uma luva no sul de Dallas para combater a segregação racial imposta, usando seu perigoso poder de controle mental (semelhante ao do vilão de Jessica Jones, Killgrave), em razão da promulgação das leis Jim Crow, “separados, mas iguais”, todas elaboradas pelos políticos hipócritas do Partido Democratas, desde o término da Guerra de Secessão. The Umbrella Academy. Direção: Sylvain White, Stephen Surjik, Tom Verica, Ellen Kuras, Amanda Marsalis, Jeremy Webb. Aventura. (EUA, 2019 – 2020, 2 temporadas. 50 min). 16 anos. Nota: 4,0   Tragédia cinematográfica transportada imediatamente para a vida real Um político mau-caráter em campanha para prefeito contrata uma agência de publicidade para difamar a qualquer custo o principal adversário, Pawel Rudnicki (Maciej Stuhr). Para o trabalho sujo foi escolhido o funcionário imoral ideal da empresa, expulso da faculdade de Direito por plagiar o trabalho de conclusão de curso e que ainda colocou uma webcam espiã no quarto da desejada prima Gabi (Vanessa Aleksander), cuja família progressista de classe alta pagou seu curso. Logo, o hacker rancoroso Tomasz (Maciej Musialowski) vai trabalhar no gabinete desse bondoso candidato anti-populismo organizando eventos de campanha enquanto paga secretamente os “Antifas e Black Blocs de Varsóvia” para estragar a festa e gerar escândalo atingindo a reputação de Pawel (noticiado sempre pela imprensa televisiva como um tumulto isolado apenas, ao invés de uma conspiração). “Rede de Ódio”, da Netflix, título tendencioso apenas no Brasil, a fim de demonizar as redes sociais que trouxeram transparência e liberdade de expressão ao povo, em oposição aos globalistas mal-intencionados que perderam espaço nesse mundo digital democrático. Três semanas após o término das filmagens, Paweł Adamowicz, o prefeito liberal de Gdańsk, (mesmo nome do personagem fictício), alvo frequente de inimigos online, foi esfaqueado até a morte durante um evento de caridade transmitido ao vivo. Rede de Ódio. Direção: Jan Komasa. Drama. (Sala Samobójców. Hejter, Polonia – 2020, 136 min). 18 anos. Nota: 3,0   Sete irmãs gêmeas contra a genocida política comunista do filho único Depois de "A Fortaleza", com Christopher Lambert (1993), viajamos ao distópico ano super populacional de 2073 onde os habitantes, para sobreviverem, se alimentam de rato em vez de cachorro devido à escassez de alimentos. Nesse sentido, o governo também adota a genocida política comunista chinesa do filho único, que assassinou até hoje mais de 330 milhões de bebês recém-nascidos vivos, segundo o documentário disponível na Amazon Prime Video, One Child Nation. No longa original da Netflix, "Onde Está Segunda?", em vez de ser assassinado, o segundo filho é criogenizado por uma agência especializada ligada ao governo, comandada pela oportunista empresária Nicolette Cayman (Glenn Close), de olho na presidência da república. Na trama dirigida por Tommy Wirkola (João e Maria - Caçadores de Bruxas), sete irmãs gêmeas idênticas de personalidades distintas, graças à grande atuação de Noomi Rapace (Prometheus), são batizadas cada uma pelo avô (Willem Dafoe) com o nome dos dias da semana. Logo, para driblar a falaciosa repressão governamental malthusiana assumem uma única identidade falsa em homenagem à mãe falecida após o parto, a fim trabalharem no mesmo local, revezando-se uma vez por semana pelo nome biológico. Ocorre que a introdutória premissa social e filosófica, interessantíssima, é deixada de lado para ser substituída pela frenética perseguição policial costumeira, ordenada pela magnata consequencialista. No entanto, o árduo trabalho em equipe das belas e esforçadas irmãs acabou vencendo a tirania cientificista e produzindo boas reflexões. Onde Está Segunda? Direção: Tommy Wirkola. Ficção Científica. (What Happened to Monday?, Reino Unido/França/Bélgica – 2017.123 min). 16 anos. Nota: 3,5   Os opostos se atraem para um romance mágico do Castelo Animado Baseado na trilogia literária da britânica Diana Wynne Jones: “Howl's Moving Castle”, o anime produzido pelo Studio Ghibli em 2004, discute o evidente narcisismo em contraste com a depressiva reclusão, unindo duas almas para sempre em um dos poucos finais românticos dirigidos por Miyazaki. Na trama, a discreta Sophie, de 18 anos, ofuscada pela extravagante família, torna-se uma pessoa retraída enquanto administra sua loja de chapéus. Isso até ela ser amaldiçoada pela Bruxa do Vale e ter que buscar refúgio no Castelo Animado (disponível na Netflix), cujo proprietário é um feiticeiro vaidoso que apenas se desfaz da obcecada beleza para defender com bravura a pátria amada (análogo à Guerra do Iraque). A nova moradora do castelo movediço, aparentando agora 90 anos, livre da sombra das belas parentes vulgares, transforma-se lá numa ativa governanta prestativa até com a algoz Bruxa do Vale. Interessante notar que, conforme os pretendentes se envolvem, eles rejuvenescem fisicamente e espiritualmente, coroados no fim pelo novo e flamejante coração desmaterializado de Howl, o feiticeiro. O Castelo Animado. Direção: Hayao Miyazaki. Animação. (Hauru no ugoku shiro, Japão – 2004, 120 min). Livre. Nota: 4,0
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