31/07/2020 às 21h40min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h26min

Dicas de Filmes e Séries - 31/07/2020

Gladiador e Troia foram gravados na paradisíaca Ilha de Malta Aquiles humanizado como veio ao mundo Em 1193 A.C. o prepotente comandante Agamenon (Brian Cox) usa o rapto da cunhada Helena (Diane Kruger), orquestrado pelo amante Paris (Orlando Bloom), como pretexto emocional para quebrar o incômodo acordo de paz firmado entre Aqueus, Troianos e Espartanos, a fim de conquistar Troia. O problema maior não era transpor as gigantescas muralhas, mas convencer o jovem impetuoso Aquiles (Brad Pitt) a liderar o ataque apoiado por Ulisses-Odisseu (Sean Bean). Indisposto a satisfazer o ego do irmão do traído rei Menelau (Brendan Gleeson), o indomável mirmidão acaba sendo persuadido pela própria mãe, Tetris (Julie Christie), a deixar a família para fazer história. Ocorre que ao desembarcar na praia de Illion, o cético sétimo filho de Peleu destrói a esmo o templo sagrado do Deus-Sol Apolo (irmão gêmeo da mulher-maravilha, Artemis), que o amaldiçoa naquela noite, após o ataque traiçoeiro idealizado pelo bondoso rei Príamo, interpretado pelo saudoso “Lawrence da Arábia”, Peter O'Toole. O confronto acaba na trágica morte por engano do seu primo Pátroclo (Garret Hedlund) pelo algoz marido de Andrômaca (Saffron Burrows), Heitor (Eric Bana), quando Aquiles já pensava em voltar pra casa. A provocação involuntária gera o egrégio “presente de grego”, emergido das raivosas águas governadas por Poseidon, convictos na fé cega troiana para “queimar navios” e as muralhas fortificadas da polis. Com a sua cidade-estado em chamas, inspirado por Apolo ao ver guerreiro aretê desequilibrado momentaneamente à procura da grande paixão repentina, Briseida (Rose Byrne), o arqueiro troiano, Paris, acerta o semideus com uma flechada no seu calcanhar, justamente o único lugar que não fora banhado pelas águas sagradas do rio Estige, vingando o irmão morto, Heitor. "Troia", de Wolfgang Petersen, (disponível no Telecine), adaptação comercial, fiel e honesta, entretanto, superficial e comodista, composta de personagens materializados, feita para um público comum, que com raríssimas exceções leu a obra-prima original de Homero, Ilíada. O maior poeta da história foi orientado pela pitonisa consultora do oráculo de Delfos. Troia. Direção: Wolfgang Petersen. Épico. (Troy, EUA – 2004, 155 min). 14 anos. Nota: 4,0   Pax Romana às avessas Há 20 anos o diretor Ridley Scott reconstituía a Roma Antiga de forma primorosa, embalado na trilha sonora empolgante de Hans Zimmer (Blade Runner 2049), que rendeu 5 Oscars, apesar do roteiro ter sido prejudicado pela morte de Oliver Reed durante as filmagens. Destaque ao colossal Coliseu, elipse de 15 andares que acomodava até 80 mil espectadores, gratuitamente, com vista privilegiada para uma arena de medidas semelhante às de um campo oficial de futebol, repleta de tigres e leões comedores de escravos de guerra, crianças, mulheres e velhinhos cristãos martirizados. Na verdade, o estoico imperador Marcus Aurelius (Richard Harris), o último dos cinco competentes Imperadores Adotivos, nunca cogitou proibir os jogos, tampouco a volta da República que colapsou em razão das lutas entre o povo e os aristocratas, enquanto o vilão maniqueísta, identificado no clássico modelo do déspota militar, na realidade, foi um homem seguro que assinou um acordo de paz com as tribos germânicas e reinou ao lado do pai até a sua morte, infectado em razão de uma peste, ao invés de assassinato, marcando o fim da Pax Romana (contemporânea à passagem de Jesus pela Terra), iniciada justamente com o fim da República. Nesse sentido, a graciosa e astuta Lucilla (Connie Nielsen), que no longa tenta destituir o irmão louco por baixo dos panos com a ajuda do senador Gracchus (Derek Jacobi), na vida real, tenta colocar o marido no lugar dele em vez do amante, visando sempre a permanência do império. Por fim, a política maquiavélica do Pão e Circo que inspirou esses jogos sangrentos, criada para hipnotizar o público a fim de evitar novas rebeliões, foi o grande desafio do novo imperador narcisista, interpretado por Joaquin Phoenix, cujo objetivo era matar na arena o "Gladiador" idolatrado pelo público para conquistar sua audiência (disponível na Netflix e Prime Video). Maximus (Russell Crowe), o general fictício que virou escravo, foi inspirado no virtuoso general conservador, Cincinnatus. Gladiador. Direção: Ridley Scott. Épico. (Gladiator, EUA – 2000, 155 min). 14 anos. Nota: 3,5   O clero é lobo do homem Em plena Revolução Francesa ocorrem inúmeras mortes atribuídas a uma fera descomunal, oportunidade ideal para igreja papal deturpar teologicamente outra lenda clássica, a exemplo do vampiro e do lobisomem, fomentando a falácia de que a besta que aterrorizava a região de Gévaudan foi morta por uma bala de prata benzida por um padre. É nesse cenário mesquinho, cheio de intrigas e fofocas aristocráticas, que o diretor Christophe Gans, embalado pelo filme Matrix, resolve adaptar fantasia e realidade com golpes de Kung Fu, usando semelhantes truques de câmera. Na trama de "Pacto dos Lobos", disponível no Prime Video, o curandeiro naturalista Grégoire de Fronsac (Samuel Le Bihan), auxiliado pelo fiel índio xamanista Mani (Mark Dacascos), são contratados para matar a aberração. O jovem físico intelectual tratava até epilepsia, enquanto o “faixa preta” pele-vermelha curava através de passes espirituais, ciente de que cada um de nós carrega o Espírito de um animal guardião que nos protege, chamado totem. Essa medicina revolucionária vai de encontro às crenças dogmáticas dos habitantes de Gévaudan, Auvergne e Dorgogne, unidos em parte a um secreto acordo oligárquico em prol da mediocridade. Eis que surge a misteriosa cortesã (interpretada por Monica Bellucci, atuando ao lado do ex-marido Vincent Cassel), a peça que faltava para tornar essa rivalidade “Irreversível”. O Pacto dos Lobos. Direção: Christophe Gans. Aventura (Le pacte des loups, França – 2001, 142 min). 16 anos. Nota: 4,0
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