05/10/2018 às 19h44min - Atualizada em 05/05/2021 às 10h04min

Estreias da semana - 05/10/2018

Engraçado e violento, Venom é mistura possessão espiritual e fantasia O melhor vilão do Homem-Aranha, ao lado do Duende Verde, manteve sua origem clássica como simbiose alienígena sem deixar de criminalizar a ciência do mal nas versões modernas (Ultimate). Agora tratado como um parasita em vez “apenas” um supertraje, Venom vampiriza as energias psicofísicas de seus hospedeiros, controlando parte da mente e obrigando-os a comer em dobro a fim de alimentá-lo também. Depois de várias tentativas ele encontra uma alma com afinidade psíquica: Eddie Brock (Tom Hardy), um malandro repórter investigativo adepto do jeitinho brasileiro de levar vantagem em tudo. Contravenção impulsiva que acaba lhe custando o emprego e a namorada (Michelle Williams). Uma boa pessoa que cede aos caminhos do mal com facilidade. A ótima primeira parte simboliza desde o “diabinho” que inferniza nossa consciência, nos desviando do caminho correto, até uma possessão espiritual. No entanto, a parte final peca pelos efeitos especiais ruins e corriqueiras cenas de ação, além de alguns vilões que não convencem. Apesar disso, sua origem é valida e dá margem para colocar de imediato o anti-herói no universo cinematográfico da Marvel. (Venom, EUA, 2018, de Ruben Fleischer) 112min, 16 anos Nota: 2,5 O verdadeiro Papillon viveu 38 anos no Brasil Henri Charrière (Charlie Hunnam) é enviado de Paris para a Ilha do Diabo, Guiana Francesa, na década de 1930, acusado de assassinato. Lá ele conhece Louis Dega (Rami Malek, de “Mr Robot”) que promete ajudá-lo em troca de auxílio para escapar da prisão. Refilmagem moderna, dinâmica, muito mais didática e com poucas cenas não copiadas do longa estrelado por Steve McQueen e Dustin Hoffman em 1973, comodismo proposital do novato diretor Michael Noer,  preocupado em corrigir os principais erros do clássico para a época em que foi lançado . Os diálogos-chave transcritos, aqui, fluem com mais naturalidade, a fotografia é menos suja e as cenas de ação são de fato muito superiores. As boas atuações pouco dramáticas engrandecem a adaptação. Destaque para a ousada vida de Papillon fora da colônia penal, quando ainda arrombava cofres aliado a uma organização criminosa que o traiu e o condenou injustamente. Segundo a reportagem da revista Isto é intitulada “A verdadeira história de Papillon”, publicada em 2005, o legítimo Papillon foi René Belbenoît, um intelectual que falava quatro línguas, autor do livro “A Ilha do Diabo”, ganhador do Prêmio Pullitzer de 1938. O sucesso da obra na época fez com que a França desativasse o presídio. Depois de liderar um grupo de presos (entre eles Charrière) e fugir para a então Guiana Inglesa radicou-se com seus parceiros em Roraima desde 1940, morrendo em 1978, aos 73 anos, e sendo sepultado na Vila Surumú, no norte do Estado, hoje parte da Terra Indígena São Marcos. (Papillon, EUA, 2017, de Michael Noer,) 120min, 14 anos. Nota :3,5 Amigos em conflito ideológico Em Oakland, Califórnia, o ex-presidiário Collin (Daveed Diggs) enfrenta os últimos dias de liberdade de condicional antes de acertar as suas contas com a justiça. Quando ele e o amigo Miles (Rafael Casal) presenciam uma troca de tiros envolvendo policiais, eles hesitam sobre a melhor coisa a fazer. O caso expõe as diferenças de pensamentos entre eles e revela os traumas sociais de cada um. O primeiro, com extremo receio de cruzar com um policial mal intencionado pela rua e prendê-lo; o outro ao contrário, é um revoltado radical e violento que anda armado. Um filme competente visualmente, com ótimos cortes de cena bem editado no ritmo das discussões acaloradas. Ponto cego (Blindspotting, EUA, 2018, de Carlos López).Drama.95 min Nota: 3,0 Novela da vida real Cine documentário sobre quatro jovens judeus sobreviventes ao Terceiro Reich em plena Berlim, vivendo tão imprudentemente expostos que se tornam “invisíveis”. Ainda vivos, são entrevistados hoje interagindo durante as cenas a todo momento. O problema é a trilha sonora de novela mexicana e muitas descrições óbvias e repetitivas. Por ser ambientado em cômodos fechados, estáticos e pouco convidativos, o filme se torna arrastado e sonolento apesar de ser um importante registro biográfico. Os Invisíveis ( The Invisibles, de Claus Räfle, Alemanha 2017), 110 min Nota: 2,0 Juliet, Nua e Crua  Annie (Byrne) está há anos presa num relacionamento já desgastado com Ducan (O’Dowd), um fã obcecado pelo roqueiro Tucker Crowe (Hawke), que está desaparecido há décadas. Quando uma demo acústica do último trabalho de Tucker – gravada há 25 anos - aparece, novas conexões se formam, mudando a vida dos envolvidos. (Juliet, Naked, EUA/Inglaterra, 105min). 12 anos. Mare Nostrum  Roberto (Silvio Guindane) e Mitsuo (Ricardo Oshiro) são dois desconhecidos que, após uma série de coincidências, voltam para o Brasil no mesmo dia, depois de um longo tempo no exterior. Eles se encontram devido a um terreno que foi negociado por seus pais décadas atrás e decidem tentar ganhar dinheiro em cima do local. No entanto, eles entram em conflito quando começam a achar que o lote possui poderes mágicos. Direção de Ricardo Elias (Brasil, 2018, 101min). 14 anos
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