04/06/2020 às 23h04min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h31min

Dicas de séries e filmes - 05/06/2020

Nicolas Cage fazendo arte no Telecine   Nicolas Cage interpreta um lenhador munido do mesmo machado simbólico de duplo fio que Ícaro esquartejou o Minotauro do Labirinto. Na exata primeira hora do longa escrito e dirigido por Panos Cosmatos, “Mandy - Sede de Vingança”, disponível no Telecine, o contido protetor da floresta dos contos de fadas dos Irmãos Grimm, recorria diariamente apenas da parte espiritual interna do seu instrumento de trabalho, fundamental, amparado na pureza angelical da esposa Mandy Bloom (Andrea Riseborough). A partir do rapto e brutal assassinato a esmo da companheira por uma seita hippie fundamentalista evangélica, em 1983, o pacato morador da cabana rupestre, envolto de natureza bucólica, sob violenta emoção, perde o rumo, ao aflorar sua oculta personalidade sanguinária, macho alfa, à lá Coringa, em "A Piada Mortal", após um dia ruim. O descontrolado Red Miller (Cage) com sangue nos olhos agora está disposto a descer ao submundo infernal ceifando os responsáveis, a fauna e a flora, se necessário, apenas com a parte externa do seu instrumento divino. De início, a estética artística e lenta em cores granuladas e psicodélicas, altera-se bruscamente na parte final, para um visceral terror gore sobrenatural e hipnotizante, característico da louca carreira icônica do ator de olhos esbugalhados. Essa experiência sensorial, inigualável, relembra as franquias clássicas, O Massacre da Serra Elétrica, Uma Noite Alucinante e Mad Max; os filmes, Suspiria, e até 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro.   Mandy - Sede de Vingança. Direção: Panos Cosmatos. Terror. (Mandy, Bélgica, EUA, Reino Unido - 2018, 119 min). 18 anos.   Nota: 4,0     Sorria, você está sendo manipulado pela mídia oportunista   Em 1998, inspirado no episódio "Special Service" de Além da Imaginação, quatro anos antes do primeiro Big Brother Brasil, cujo vencedor foi o autêntico e simplório Kléber Bambam, estreava no cinema O Show de Truman - O Show da Vida, disponível na Netflix. O personagem interpretado por Jim Carrey, nativo de Seaheaven, uma ilha disfarçada de cenário pré-fabricado, foi o primeiro bebê adotado por uma empresa a levar uma vida toda artificial (esposa, amigos e o primeiro amor) em realidade simulada, programado para ser filmado por 5 mil câmeras, rodeado de atores e figurantes bajuladores, a fim de cativar a audiência de bilhões de telespectadores, 24 horas por dia. Isso até o astro principal do programa por 30 anos, cair na real. A dura verdade inconveniente que quase o matou de desgosto, finalmente fazia sentido em sua vida de aparências, em oposição às mentiras e falácias convencionadas a massagear seu ego, religiosamente, desde o berço.   O Show de Truman - O Show da Vida. Direção:  Peter Weir. Comédia. (The Truman Show - EUA - 1998, 103 min).   Nota: 4,5   Suspense psicológico imperdível com membros de “La Casa de Papel”   A primeira parte da trilogia homônima escrita por Dolores Redondo, “O Guardião Invisível”, disponível no catálogo da Netflix, mistura suspense psicológico com toques de terror mitológico, em uma trama fluente e complexa, onde não se pode piscar nem por um segundo. Ambientado em Pamplona, na Espanha, a inspetora de polícia, Amaia Salazar (Marta Etura - Enquanto Você Dorme) investiga um serial killer, apelidado pela imprensa de Bazajaun – o deus protetor da floresta na mitologia basca, atmosfera umbandista que lembra o famoso livro O Guardião da Meia-Noite. Lá, a instintiva policial taciturna descobre os corpos de dezenas de garotas assassinadas sem qualquer violência sexual, jogadas ao lado do Rio Baztán. Tão intrigante quanto a investigação à lá Twin Peaks são os flashbacks paralelos sobre a infância perturbadora da protagonista, que apanhava da mãe sem dó. A ótima fotografia turva inspirada do terror gore de Dario Argento (Suspiria) somado a um ritmo envolvente, composto por parte do elenco estrelado do seriado La Casa de Papel, faz o longa do diretor espanhol Fernando González Molina, ficar acima da média.   Guardião Invisível. Direção: Fernando González Molina. Suspense policial. (El Guardián Invisible, Espanha, Alemanha -2017, 128 min). 16 anos.   Nota: 4,0   Gotham - Mesmo na escuridão haverá luz   A essência de Gotham, dominada por mafiosos loucos e apenas loucos ordinários que Christopher Nolan não conseguiu retratar por completo em sua trilogia, devido à trágica morte de Heath Ledger, a série mostra, agora na Netflix, finalizada em cinco temporadas. De forma deturpada e apressada, mas convincente, no modelo arcaico de 22 episódios semanais, vemos o incorruptível detetive James Gordon, amparado pelo fiel parceiro, Harvey Bullock, tentando conter as ações criminosas lideradas por Carmine Falcone e Salvatore Maroni que controlam o crime na cidade gótica. Em oposição, aparece o decorrente adversário Pinguim, Oswald Cobblepot, ainda magro, em breve amparado pelo Charada, Edward Nygma, ainda um mero auxiliar da “médica brasileira”, pretendente de Jim, Lee Thompkins (interpretada por Morena Baccarin). A insanidade de Nygma está contida, devido ao intenso amor que sente pela colega, Kristen Kringle. O aspirante triângulo amoroso (Jim e Lee) se completará com a ainda sã Barbara Kean, a futura mãe da Batgirl. Vilões unidos ambíguos roubam a cena, ressuscitados uma vez ou outra por Hugo Strange, no Asilo Arkham. Um “Longo Dia das Bruxas” espera o futuro comissário de polícia. A exceção do ulterior Palhaço do Crime, Jerome Valeska, que gosta de trabalhar sozinho, após seu fatídico dia ruim. Destaque às amigas de infância, Pamela Pepper e Selina Kyle, que já mostra afeto pelo pequeno milionário Bruce Wayne ao testemunhar a trágica morte dos pais dele, tutelado pelo dedicado e habilidoso mordomo, Alfred Pennyworth, enquanto não inicia seu treinamento fora do país. A fuga ideal para se tornar o Batman em consequência de um vírus de alto “Contágio” que enlouquecerá os cidadãos, lançado pela Liga dos Assassinos de Ra's Al Ghul, deixando a cidade sitiada e isolada do resto do país, transformada em uma “Terra de Ninguém”.     Gotham. Criação. Bruno Heller. Drama e ação. EUA, desde 2014, 5 temporadas, 40 min). 16 anos.   Nota: 3,0
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