24/10/2024 às 20h32min - Atualizada em 24/10/2024 às 20h32min

Assim caminha a humanidade

Rogério Candotti | [email protected] | blogdorogerinho.wordpress.com

“Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (João, 14: 6). Para Christopher Nolan a humanidade prosperou graças aos ensinamentos do Cristo somados à tecnologia avançada, porque religião e ciência devem caminhar juntas de acordo com a terceira Lei de Clarke: “Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.” Interestelar (2014), que completa 10 anos em novembro, teve a consultoria do famoso astrofísico, especialista em buracos negros, Kip Thorne; sendo uma carta de amor á filha do diretor Flora, de modo a compensar a ausência dele em casa. Por isso, Nolan faz questão de trabalhar ao lado da esposa Ema e do irmão Jonathan; enquanto Flora foi uma das vítimas da bomba atômica em Oppenheimer em 2023. Na trama disponível no Max, a praga faraônica que devastou aquela humanidade de mentalidade malthusiana foi baseada no maior desastre ecológico americano, de acordo com o documentário: Dust Bowl: As Tempestades Negras. Acontece que depois do fracasso de 12 missões tripuladas ao longo de quase 100 anos, a missão Lazarus da NASA encontrou finalmente um planeta habitável para o novo Adão e a nova Eva semear, enquanto isso, a equação mágica era desvendada por Murphy (Jessica Chastain), aos 33 anos de idade, acompanhada de seu fantasma amigo (Holy Spirit). Porém, antes de chegar à Terra Prometida: Edmunds, o pai Joseph Cooper (Matthew McConaughey) e a Dra. Amelia Brand (Anne Hathaway) precisaram vencer um dilúvio no planeta oceânico Miller e escapar do buraco negro Gargantua, cujo sistema relativístico ao seu redor difere bastante do sistema newtoniano da Terra, responsável por destruir a encarnação daquele pai com a sua amada filha superdotada, cujo criador foi o vizinho Saturno, ou Cronos na mitologia grega, senhor do tempo e da razão.
Eram os Deuses Astronautas? Para Stanley Kubrick a humanidade depende de auxílio extraterrestre há pelo menos quatro milhões de anos para sobreviver, embora o Monolito inspirado no conto de Arthur C. Clarke, A Sentinela, pode ter sido uma grande homenagem ao cinema e à TV que impulsiona nossas vidas diariamente. Ocorre que essa dependência tecnológica deixou a humanidade apática: sem personalidade própria, até finalmente ela se impor, cegando o ciclope cibernético que os controlava. 2001 — Uma Odisseia no Espaço (1968), disponível também no Max, contém recursos revolucionários para a época, cujo enredo lento e contemplativo precisou ser explicado em seguida no livro homônimo de Arthur C. Clarke e na continuação cinematográfica: 2010 — O Ano Em Que Faremos Contato (1984), pondo fim à Guerra Fria e a Corrida Armamentista entre russos e americanos.
“Esse é um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a humanidade” — Neil Armstrong. Apesar da maioria da população ainda acreditar que as imagens da chegada dos americanos à Lua pertencem ao filme dirigido por Stanley Kubrick, para Andrei Tarkovsky esse acontecimento marcou o fim da corrida armamentista e do comunismo. Em Solaris (1972), a tecnologia é assustadora e perigosa, diferente de 2001. Por isso, o diretor cristão nascido na União Soviética considera que a humanidade deve conhecer a si mesmo antes de buscar novos mundos porque Deus está dentro de nós. Na trama, Kris Kelvin (Donatas Banionis) é enviado até uma estação espacial sobre o planeta Solaris quando encontra a falecida esposa que se suicidou há 10 anos. Na verdade, Hari (Natalya Bondarchuk) é uma projeção de sua mente, materializada por aquele planeta oceânico vivo, embora o acúmulo de lembranças deixem-na cada vez mais humana, em oposição aos outros tripulantes imorais, nascidos de parto normal. Trinta anos depois, o diretor Steven Soderbergh contratou dois dos maiores símbolos sexuais da época com a intenção de homenagear o clássico original, baseado no livro de Stanisław Lem. Com menos reflexão e mais romance entre Rheya (Natascha McElhone) e Kelvin (George Clooney) em apenas 94 minutos de duração, o Solaris americano está longe de ser um filme ruim, apesar do protesto do escritor polonês: meu livro não foi dedicado a problemas eróticos de pessoas no espaço sideral, e sim um encontro humano que não pode ser reduzido a conceitos, ideias ou imagens; por isso se chama Solaris e não Love in Outer Space — Stanislaw Lem. Rhea é o nome da nona lua de Saturno, porque na mitologia grega ela é filha de Gaia e Urano, esposa de Cronos e mãe de Zeus.

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