03/10/2024 às 22h23min - Atualizada em 03/10/2024 às 22h23min
Degradação e invasão ameaçam represas Billings e Guarapiranga
As represas Billings e Guarapiranga, fundamentais para o abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo, sofrem com a degradação ambiental e a ocupação irregular de suas margens. Desde o início dos anos 1980, a falta de moradias e a expansão urbana desenfreada levaram milhares de famílias a ocuparem essas áreas de preservação, resultando em severos impactos ambientais.
300 mil famílias
A situação se agravou nos últimos anos, com mais de 32 novas invasões apenas no último ano, promovidas por grileiros que comercializam terrenos ilegalmente através de anúncios nas redes sociais. Estima-se que cerca de 300 mil famílias residam em áreas de mananciais e de risco, contribuindo para a contaminação dos reservatórios devido ao lançamento de esgoto não tratado diretamente nas águas.
Poluição dos reservatórios
As consequências dessa ocupação desordenada são visíveis: desmatamento, assoreamento e poluição dos reservatórios com diversos tipos de resíduos, incluindo plásticos, metais e entulhos de construção. A Promotoria de Justiça da Habitação e Urbanismo de São Paulo destaca a redução da produção de unidades habitacionais pelo ‘Programa Minha Casa, Minha Vida’ como um fator que intensificou essas ocupações irregulares.
Qualidade da água
Além dos impactos ambientais, a degradação das represas afeta diretamente a qualidade da água, comprometendo a capacidade de armazenamento e o abastecimento para a população. Estudos apontam que a poluição se acumula no fundo das represas, reduzindo a profundidade e a capacidade de armazenamento de água, o que agrava ainda mais o problema em períodos de seca.
Fiscalização
Para mitigar os danos, é urgente que o poder público adote medidas eficazes de fiscalização e remoção das ocupações irregulares, bem como a implementação de programas de saneamento e recuperação ambiental nas áreas afetadas. A situação atual das represas Billings e Guarapiranga exige uma ação coordenada entre governo, sociedade civil e instituições ambientais para garantir a preservação desses importantes recursos hídricos e a sustentabilidade do abastecimento de água na Região Metropolitana de São Paulo.