15/08/2024 às 22h29min - Atualizada em 15/08/2024 às 22h29min
Brasil, potência olímpica?
Na cerimônia de encerramento das Olímpiadas – Paris 2024, comemorou-se 20 – vinte - medalhas do Brasil: 3 ouros, 7 pratas e 10 bronzes! Resultado bom, comparando-se com as conquistas das Olimpíadas precedentes. Temos que nos voltar para uma análise crítica construtiva das conquistas, objetivando construir um Plano Diretor Estratégico para o desenvolvimento dos esportes no país. Sobrepaira sobre o grande esforço individual – ser convocado a participar da maior festa do esporte do mundo já é um prêmio – a falta de investimentos econômico-financeiros na prática brasileira de esportes. O montante investido é muito pequeno, se realmente desejamos apresentar uma colocação digna de um país continente na tabela de medalhas olímpicas. Segundo o critério de avaliação aceito nos meios esportivos, os Estados Unidos da América do Norte ganharam 126 medalhas (40 ouros; 44 pratas; 42 bronzes). Passou a China, total de 91 medalhas (40 ouros; 27 pratas; 24 bronzes) por conta do maior número de medalhas de prata. Se compararmos com esses dois gigantes olímpicos com o resultado do Brasil em medalhas, ganha o nosso país, ficando atrás respectivamente, em 108 e 71 medalhas no total.
Não é, no momento, uma comparação justa! Se olharmos a Austrália em relação ao Brasil a conta resulta: 53 – 20 = 33; se a comparação é com a Holanda temos: 34 - 20 = 14. Assim parece plausível sonhar em avançarmos de 20 para 56 medalhas no total (média das diferenças acima mencionadas). O esporte, não custa repetir o conceito, tem enorme valor para a educação, para a saúde, bem como para o desenvolvimento de um país. Termos investimentos à altura de um sonho desse tamanho resultará em ganhos dificílimos de mensurar. E mais, o prestígio que ganharemos no conceito, dentre as nações do mundo. Também como já é reconhecido por muitos, merece uma severa crítica ao corpo dirigente dos esportes no Brasil. Prevalece muito amadorismo. Além disso, constata-se facilmente a troca de interesses, de favores caráter com meramente pessoais ou de grupos, bem como a busca por resultados econômicos-financeiros de pessoas ou grupos, inconfessáveis. A resposta estará na maior profissionalização do comando dos esportes.
O futebol profissional já tem demonstrado que essa direção, com profissionalização do corpo diretivo, é algo promissor. A constituição das Sociedades Anônimas no Futebol Profissional do Brasil (Lei 14.193/21) é um caminho com promessas de levar o esporte das multidões para um patamar mais perto dos melhores campeonatos europeus. Não nos iludamos, contudo: o amor que brasileiros têm pelo esporte já pré-define que uma profissionalização total é improvável – os dirigentes amadores estão fortemente vinculados ao comando do esporte no Brasil. O que leva a admitir que a participação dos amadores, em menor escala, é algo muito brasileiro.
O exemplo da maior profissionalização pode e deve se expandir para todos, todos sem exceção, esportes no país. Na experiência de vida entendemos que marketing e comunicação constituem-se na estrela brilhante nos negócios. Com essas considerações e propostas, tudo pode convergir para mais e melhores resultados! As empresas grandes e médias, devem e podem ser convencidas a investir no esporte. O modelo brasileiro é por demais baseado em clubes privados. São eles os grandes líderes na formação do atleta olímpico. Cogitar-se, no modelo brasileiro em duas áreas muito promissoras: nas escolas (de todos os níveis de idade e capacitação) assim como, assimilar melhor o modelo americano: investir na prática de esportes na área militar. Temos talentos em todas as áreas! O esporte é uma dessas áreas; tem demonstrado como de inúmeros locais do Brasil, até de um pequeno rincão, deste imenso continente, surgem atletas ouro, prata e bronze. Assumir essas críticas construtivamente é uma tarefa importante para os próximos desafios, nas próximas Olimpíadas. O tiro de partida foi dado!
*Nelson Terra Barth, esportista de corpo e alma