08/08/2024 às 20h17min - Atualizada em 08/08/2024 às 20h17min

​Santo de barro, amarela!

Rendo-me ao erro junto aos leitores da Gazeta, também a Pablo Picasso, Salvador Daly e a um presidente, que teria dito que nosso Brasil é surreal: na semana passada provei do próprio veneno, o santo virou diabo, pois troquei os nomes dos pintores. 
Há boas décadas nossa cidade conta com um moinho, sem vento, que ainda assim instiga Miguel de Cervantes a lutar no subsolo: o Metrô não perdoa nem o distante tumulo do autor do lindo livro mais lido no mundo.
Tudo por aqui caminha em suave jeitinho de submundo, com tatuzão à frente. 
Recentemente um restaurante aqui do lado, famoso, obstruiu nossos belos seis metros de passeio da Rua dos Pinheiros, repleto do péssimo 'intertravado' nada permeável, com tabladinho elevado cercando cadeiras...quase outro bonde parklet: o restaurante, fora da lei, após denuncia de um leitor ao jornal, este teve a satisfação de ver a  Subprefeitura multar e exigir a retirada do 'púlpito', em 24 horas. Parabéns, principalmente ao leitor!
Como a historia me persegue, conto outro conto: há uma década solicitamos ao Metrô que retirasse a floreira, pretenciosa área verde, que reduz o passei do lado da Rua Pinheiros em 3,5 metros. Conto também que necessárias  árvores entumecem o ambiente de se roubar celular. Obvio que estamos reeditando criticas, padrão Cervantes a quem se faz de Miguel, à desajeitada mini estação grudada na esquina inundável da Estação Fradique. Suponho que o apressado Metrô, deve ter calculado o volume de usuários dessa estação sem necessários recuos, referendando-se na população do outro lado da Rebouças, onde residências contribuem só com 80 habitantes por hectare.
Voltando a nossa briga no mesmo passeio da importante e requisitada Rua dos Pinheiros, cada vez mais denso e tenso, vejo a dupla METRÔ x PMSP plantando mais uma banca de bugiganga, ‘chic’ estilo campanha política. O passeio afunilou só mais um pouquinho e ainda sobra 1,28 m como passagem de pedestres, estilo magreza Salvador Daly!
A foto ilustra o arrojado projeto, onde vemos pedestres, obstruindo uma bicicleta, enquanto o caminho está livre de comprador de isqueiro.
Hoje, infelizmente, o conto continua dedicado à surreal contribuição urbanística de orgãos públicos, amarelantes, ignorantes do dever de contribuir para a  identidade de uma sociedade carente de exemplos prospectivos, abastecida pelo submundo dos avessos do Veloso e  que precisa  crescer com a contribuição de cultura ao pais !
Voltando ao hino nacional: o gigante adormecido em berço esplendido, precisa de regime e de despertador... antídotos contra a politicagem das famosas forças,  já não mais ocultas!  
*Nadir Curi Mezerani é arquiteto, professor  e urbanista, diretor da Gazeta de Pinheiros

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