18/08/2023 às 00h46min - Atualizada em 18/08/2023 às 00h46min

​Veterinário do CEUB alerta para problemas orais de cães e gatos

Tártatos, doenças periodontais e leões causadas por atritos podem ameaçar a vida dos animais de estimação

Muitas vezes ignoradas pelos tutores, as doenças orais são questões de saúde comuns entre os cães e gatos, apresentando uma alta prevalência na população desses animais. Placas bacterianas nos dentes, conhecidas como tártaro, são um dos principais problemas e, se não tratados adequadamente, podem acarretar consequências graves para a saúde dos pets. Bruno Alvarenga, professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB), destaca a importância de prevenir e tratar as doenças bucais em cães e gatos.
Segundo Bruno Alvarenga, o tártaro nos dentes dos animais pode levar a uma série de complicações, incluindo mau hálito, retração gengival, exposição das raízes dentárias, perda de dentes e infecções sistêmicas, arriscando a vida do animal de estimação. O professor alerta que é muito comum que os animais com problemas orais apresentem vermelhidão ocular e tenham dificuldade em se alimentar, entre outras desordens.
Entre os felinos, o especialista destaca que uma condição preocupante é a lesão de reabsorção dentária, que afeta cerca de dois terços dessa espécie. “O diagnóstico dessa desordem é realizado por meio da avaliação clínica em conjunto com a radiografia. O problema pode gerar um processo inflamatório doloroso para o gato e, em muitos casos, o tratamento indicado é a extração do dente afetado”, alerta.
O tratamento das doenças orais em cães e gatos é semelhante ao realizado em humanos, porém os animais necessitam ser anestesiados para que a avaliação e o tratamento possam ser conduzidos de maneira segura. O docente do CEUB afirma que para tratar a doença periodontal, por exemplo, o procedimento inclui a inspeção visual da boca, seguida de radiografia, remoção de placas dentárias, extração de dentes quando necessário e remoção do excesso gengival, além de polimento dentário. 
No que diz respeito à prevenção, o médico veterinário enfatiza a importância de criar o hábito de manipular a boca dos pets desde filhotes, para que eles não estranhem ou resistam a essa prática quando adultos. “A escovação dentária com produtos veterinários adequados é essencial, e esse momento pode ser aproveitado para avaliar os dentes, gengivas e a cavidade oral em geral”, reforça.
No caso dos gatos, Alvarenga ressalta que donos de felinos adultos que não possuem o hábito de escovar os dentes de seus animais devem ser cautelosos ao tentar introduzir tal prática, pois pode causar estresse e outras doenças. “Caso o tutor note qualquer vermelhidão na gengiva, presença de placas, dentes fraturados, lesões ou neoformações na cavidade oral, é recomendado buscar orientação e tratamento junto a um dentista veterinário”, recomenda o especialista.
Apesar de existirem diversos produtos e petiscos no mercado que afirmam realizar a “limpeza dos dentes”, Bruno explica que esses são apenas coadjuvantes na prevenção de placas, e a escovação regular ainda é o melhor método. “O tutor deve se atentar a certos produtos, como os ossos grandes, que podem até causar lesões no esmalte dentário dos cães”.

Longevidade e saúde oral pet
A prevenção e o tratamento precoce de questões relacionadas à saúde bucal são cruciais para garantir a longevidade e o bem-estar dos animais. Uma boca doente pode resultar em dor crônica, dificuldade na alimentação e ser a fonte de infecções que podem afetar órgãos como rins, coração, fígado, pulmão e encéfalo. Ao notar qualquer alteração nas condições orais dos pets, os tutores devem prontamente procurar uma unidade de atendimento veterinária com serviço especializado em odontologia.
Bruno Alvarenga, professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB)

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