26/08/2021 às 23h27min - Atualizada em 26/08/2021 às 23h27min

Com ruídos acima do limite Congonhas deve ter operações internacionais a partir de outubro

Apesar dos protestos da população das zonas sul e oeste, a Infraero está realizando obras de reforma e adequação de algumas áreas do Aeroporto de São Paulo/Congonhas para permitir a operação internacional da aviação geral executiva. Desde que foram alteradas as rotas de Congonhas em suas duas pistas, o barulho infernal das aeronaves invadiu os bairros de Santo Amaro, Morumbi, Panamby, Real Parque, Butantã, Cidade Jardim, Pinheiros e até os municípios de Osasco e Taboão da Serra, além do Parque Cantareira, uma das maiores florestas urbanas do mundo. Iniciados no começo em junho, os trabalhos seguem em ritmo acelerado e a previsão é de estarem concluídos no próximo mês de outubro. Investimentos Os investimentos são da ordem de R$ 2,5 milhões, oriundos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac). O projeto do terminal internacional da aviação executiva prevê instalações para a Polícia Federal, com escritório e salas de inspeção, alfândega da Receita Federal (incluindo área de catering e depósito de bens apreendidos), Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com salas de atendimento, higienização e confinamento. Barulho acima do permitido Com dezenas de destinos e origens de voos, as novas rotas traçadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) continuam gerando conflitos com moradores da Zona Sul e Oeste. Após as mudanças repentinas e até arbitrárias quatro anos atrás, a aproximação por Moema e Campo Belo e a decolagem por Santo Amaro, Morumbi, Butantã, Pinheiros, Osasco e Taboão da Serra, acabaram aumentando ainda mais o barulho estrondoso, que interfere na vida de milhões de moradores da região. Quase 200 mil aeronaves operadas De Congonhas, partem e chegam aviões desde 1936. Atualmente, é o segundo mais movimentado nacionalmente e opera das 6h às 23h. Segundo dados da Infraero, por ano são mais de 20 milhões de passageiros e 195 mil aeronaves operadas. Aeroporto X Comunidade O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica afirma que há normatização federal que trata sobre ruídos. O instrumento legal que visa a harmonia entre o aeroporto e a comunidade é o Plano Específico de Zoneamento de Ruído (PEZR). Ele define a região no entorno do aeroporto onde não há compatibilidade do nível de ruído com o uso residencial e deve ser aplicado. Danos à saúde O barulho dos aviões pode gerar danos irreversíveis à saúde, como estresse e aumento da pressão sanguínea, problemas mais frequentes em pessoas idosas. Uma pesquisa realizada pela ‘Escola de Saúde de Harvard’, nos Estados Unidos, indica que o volume do tráfego de aeronaves é considerado alto quando ultrapassa 55 decibéis, dez níveis acima do índice permitido pela ‘Lei do Psiu’ na cidade de São Paulo. ANAC e DECEA não respondem A Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), nunca responderam as reclamações dos moradores, após as mudanças de rotas das pistas 1 e 2 de Congonhas, em 2018. Também não justificaram as razões dos aviões decolarem e ligarem agora as suas turbinas ao máximo, com altura menor e barulho acima de 55 decibéis, sobre os bairros de Santo Amaro, Morumbi, Panamby, Real Parque, Vila Sônia, Jardim Guedala, Pinheiros, Butantã e até os municípios de Osasco e Taboão da Serra. O mesmo acontecendo do outro lado, na Serra da Cantareira, quando utilizam a outra pista. Internacionalização “A internacionalização da aviação executiva significa a retomada das operações internacionais em Congonhas, suspensas desde os anos 1980 e abre um amplo campo de negócios para a aviação geral no terminal aeroportuário central da capital paulista. Já neste ano, vamos proporcionar condições de acesso e deslocamento à altura das necessidades do setor empresarial e também das viagens de turismo a outros países”, afirma o superintendente da Infraero no aeroporto, João Márcio Jordão. Ruído aeronáutico A análise dos possíveis problemas decorrentes do ruído aeronáutico envolve a ANAC, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e os operadores dos aeródromos abrangidos, entre outros. Desta forma, é realizado um mapeamento das solicitações/reclamações relacionadas com ruído aeronáutico em uma determinada região, de maneira a permitir a tomada de ação pelos diversos envolvidos. Esse apontamento, observação ou reclamação pode ser feito por meio do acesso ao endereço eletrônico https://sistemas.anac.gov.br/pesquisas/index.php/935953?lang=pt-BR.


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