12/04/2024 às 00h38min - Atualizada em 12/04/2024 às 00h38min
Novos postes da ENEL na Avenida Santo Amaro causam polêmica e conflito
A instalação de uma segunda linha de postes pela Enel no lado oposto à já existente, está sendo veementemente objetada pela comunidade e especialistas. Virtualmente tudo é questionado: desde o valor do projeto até o imenso ruído de comunicação entre empresa, prefeitura e população, passando também pela ameaça que a obra representa para o patrimônio natural da avenida, com dezenas de árvores de espécies catalogadas.
Não obstante, diversos novos postes da região já estão prejudicando a qualidade de vida dos moradores, que fizeram diversas denúncias sobre postes mal posicionados que bloqueiam entradas de carros e dificultam a caminhada dos transeuntes pela calçada.
Problemas de comunicação
A ENEL alega que a iniciativa é parte da “requalificação” da rede elétrica da região. Questionado sobre o assunto, o prefeito Ricardo Nunes afirma que o projeto foi sim contratado pela prefeitura, mas que “não havia previsão da instalação de novos postes”, pedindo então para a subprefeitura o embargo da obra. Entretanto, o departamento jurídico da própria prefeitura afirma que não há esse direito. O custo da obra, segundo o próprio prefeito, está avaliado em quase R$30 milhões.
A atitude da ENEL é contestada por especialista como Marcus Abrantes, que afirma que não havia a necessidade de instalação de novos postes e que já existem outros exemplos na cidade que confirmam isso, sendo um dos casos mais conhecidos e emblemáticos o da Avenida Paulista.
Foi comunicado que a nova rede planejada para essas ruas será estendida para todas as vias que cruzam a Avenida Santo Amaro, a fim de suprir a demanda energética necessária para a obra em andamento. A intervenção em Santo Amaro inclui a interrupção e desvio da rede de alta tensão, localizada no topo dos postes. Há preocupações tanto com a poluição visual quanto com a preservação das árvores do bairro.
Projeto sem planejamento
Luiz Castro, em seu perfil do instagram, aponta as contradições e perigos do projeto: “Não faz sentido você enterrar um fio e sobrecarregar o outro”, aponta em seu vídeo-resposta. Outro problema gravíssimo que ele aponta é o fato de os fios estarem sendo passados entre os galhos e sobre as árvores: “Recentemente (a região) sofreu com uma catástrofe justamente porque os fios passavam entre os galhos das árvores”.
Portanto, a crítica ocorre no sentido de que o enterramento dos fios parece algo inovador, mas as necessidades impostas pelo projeto causam mais danos do que benefícios. Castro também afirma que irá propor um projeto de lei para ressarcir moradores com postes impostos em suas ruas para compensar os lucros obtidos pela empresa privada em tais atos.
