25/07/2024 às 23h18min - Atualizada em 25/07/2024 às 23h18min

​Comunidade contesta e quer alteração na futura estação da Linha 4 do Metrô

A expansão do metrô em São Paulo continua a gerar debates, especialmente quando se trata de equilibrar os benefícios socioeconômicos com as preocupações ambientais. Conforme publicado na edição anterior (19/07) da Gazeta de Pinheiros, a proposta de construção do acesso secundário da Estação Chácara do Jockey, da Linha 4-Amarela, tem sido objeto de controvérsias entre moradores, ambientalistas e autoridades.

Impacto para a região
Inicialmente planejado para dentro do Parque Chácara do Jockey, o acesso norte da estação necessitará de desapropriações, com um impacto de 670 m². Informam que deste total, 346 m² serão efetivamente utilizados, reservando mais da metade desse espaço para um bicicletário, mas que de qualquer maneira vai afetar a área verde. "Um aspecto crucial do projeto é a preservação da pista de skate local, sem qualquer interferência durante as obras.
Comparado ao projeto original, que propunha uma intervenção mais intrusiva no parque, os ajustes realizados demonstram um esforço claro para minimizar os impactos ambientais", concluem os responsáveis do metrô.

Áreas verdes estão sob observação
Em relação às áreas verdes, um ponto de preocupação são as 129 árvores mencionadas no relatório ambiental preliminar. Informam que apenas 48 estão diretamente afetadas pelo projeto, representando 37% do total. "As demais árvores estão situadas em uma zona de buffer de 7 metros, mostrando um cuidado significativo na seleção do local para mitigar os impactos".

Audiência discute e comunidade contesta
"A audiência sobre a estação do metrô, realizada a semana passada no Parque Chácara do Jockey, foi muito boa. População presente, ativa, revoltada e clara. A mesa diretora 'escorregou' bastante nas respostas. Uma das questões muito apontada foi a de que a distância desta estação, com a da Vila Sonia é de 1,3km. Dela até a futura Estação Taboão, quase 4 km. Por que não fazer esta estação mais para a frente, na Av. Guilherme Dumont Vilares/Av. Francisco Morato, por exemplo, onde havia previsão de que seria anteriormente?", explicam os moradores.

Ocupação do parque público
"Foi questionada na reunião a questão de que esta estação não vai facilitar o acesso da população dos bairros. E o apontamento de 40 mil usuários não modifica se a estação não for ali. Não parece absurdo ocupar parte - mesmo que pequena - de um parque público, que foi conquistado a duras penas pela população local", continuam as explicações.

Olhar de forma mais ampla
"E nos parece que um olhar para toda a região, de forma mais ampla, seria benéfico. Em todas as nossas vias tronco estamos com obras, que podem ser necessárias em alguns pontos, mas precisam ser vistas juntas e observando o seu custo: Francisco Morato, estação dentro do Parque, com todos os problemas indicados; Raposo Tavares - Sapetuba - Projeto Nova Raposo com desmatamento e alargamento de pistas, favorecendo e privilegiando transporte particular, com projeto rodoviarista; Vital Brasil - Instituto Butantan desmatando, transformando área residencial em área industrial, sem nenhuma consulta ou informação à população", explicam.

Processo de verticalização
"Em todas estas áreas existe um processo de verticalização que levanta preocupação: atende as necessidades de moradia? Tem infraestrutura que de conta do adensamento? Existe previsão de melhoria e incentivo à utilização de transporte coletivo? A população - não só do Butantã, mas da cidade tem sido ouvida? Tem conhecimento do que acontece? O Butantã é uma região com muitos rios e córregos canalizados e com nascentes sendo tamponadas. Em tempos de mudanças climáticas, estão sendo observadas estas questões? Não vamos aprender nada com a tragédia do Rio Grande do Sul?", concluem os moradores.

39 mil beneficiados
"A estação está projetada para atender aproximadamente 39 mil pessoas diariamente, aliviando o trânsito na região e contribuindo para a redução de viagens motorizadas e acidentes. Os benefícios socioeconômicos são substanciais, refletindo não apenas em economia financeira, mas também em melhorias tangíveis na qualidade de vida dos cidadãos", explicam os dirigentes da Cia. do Metrô.

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