05/09/2024 às 21h38min - Atualizada em 05/09/2024 às 21h38min

​Assim como seu trajeto, “Nova Raposo” segue como projeto controverso

O projeto Nova Raposo, proposto pelo governo do estado de São Paulo, promete transformar a Rodovia Raposo Tavares, que liga a zona oeste da capital à região metropolitana, por meio de um ambicioso programa de concessão à iniciativa privada. Com um investimento previsto de R$ 7,12 bilhões, o plano inclui a duplicação de vias, construção de viadutos, implementação de ciclovias e a modernização da rodovia para atender à crescente demanda por mobilidade na região. No entanto, conforme apontado pela Gazeta de Pinheiros e Grupo 1 de Jornais nos últimos meses, o projeto tem gerado uma série de controvérsias, especialmente entre os moradores que deverão ser afetados, motoristas com a implantação de muitos pedágios urbanos, entidades e ambientalistas, que denunciam a retirada de imensa área verde urbana de Cotia, Butantã e até Pinheiros, mostrando projetos alternativos de transportes coletivos sem afetar a natureza, economicamente viáveis e ecologicamente corretos. 

Entre prós e contras
Entre os pontos positivos, o governo estadual destaca a geração de 8,3 mil empregos diretos e indiretos, além da melhoria na infraestrutura, que promete beneficiar até dez municípios. A inclusão de ciclovias e novos acessos, como os que ligam a Avenida Escola Politécnica à Marginal Pinheiros, são vistos como avanços importantes para a mobilidade urbana. Além disso, a adoção de pedágios com tecnologia "free flow" promete tornar o trânsito mais fluido e reduzir congestionamentos, especialmente nos trechos urbanos da rodovia.

Oposição popular ‘Nova Raposo Não!’
No entanto, os impactos negativos não podem ser ignorados. O projeto enfrenta forte oposição popular, especialmente devido ao número significativo de desapropriações e ao potencial desmatamento de áreas verdes. Movimentos como o "Nova Raposo Não" criticam o caráter rodoviarista do projeto, que, segundo eles, prioriza o transporte individual em detrimento de soluções mais sustentáveis e inclusivas. A falta de transparência nas audiências públicas e a sensação de que as demandas da população não foram plenamente atendidas alimentam a insatisfação. A estimativa de desapropriação de 300 mil metros quadrados de terrenos é um ponto de grande preocupação, assim como a possível desvalorização imobiliária nas áreas afetadas.

Decisões do governo avançam mesmo diante de insatisfação
Mesmo com as alterações feitas no projeto, como a inclusão de ciclovias após demandas da população, o governo estadual não conseguiu aplacar a insatisfação popular. A crítica principal é que o governo segue adiante com a obra, desconsiderando a vontade expressa de muitos moradores. A reivindicação por uma maior escuta e consideração das demandas locais permanece, com muitos argumentando que o projeto, da forma como está, trará mais prejuízos do que benefícios a longo prazo.

Conclusão em 2033
Apesar da resistência, o governo Tarcísio de Freitas parece determinado a seguir em frente com o projeto, previsto para ser concluído em 2033. A concessão de 30 anos à iniciativa privada, somada às preocupações sobre o impacto ambiental e social, torna o futuro da Nova Raposo um tema central nas discussões sobre o desenvolvimento urbano em São Paulo. Em meio a essa polêmica, resta saber se os benefícios prometidos pelo governo justificarão os custos impostos à população.

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