12/09/2024 às 22h47min - Atualizada em 12/09/2024 às 22h47min
Acabou a paz: população da zona oeste irá dormir tranquila algum dia novamente?
O Grupo 1 de Jornais como um todo recebe frequentemente reclamações de seus leitores acerca de problemas com barulhos em seus bairros. As origens dos ruídos são diversas, mas têm em comum a falta de senso cívico e cordialidade por parte de setores da população e de estabelecimentos comerciais. Bares, baladas e, como não poderia deixar de ser, os pancadões, esse fenômeno social que tem fundamentos multifatoriais, é verdade, mas parece ter saído completamente do controle público. É preciso perguntar: quando veremos medidas efetivas contra isso?
Semanalmente, leitores empilham reclamações nos nossos contatos afirmando serem incapazes de descansar dentro de suas próprias casas por causa dos níveis descabidos de barulho emitidos em horários simplesmente inaceitáveis. Pior, quando procurados pela redação, instituições públicas parecem desinteressadas em efetivamente resolver o problema ou simplesmente rendidas, já que demonstram ineficiência em enfrentar um comércio apenas interessado no lucro de suas casas cheias ao lado de residências e organizações clandestinas que movimentam esses eventos de rua que simplesmente desprezam a existência de seus vizinhos. Suas respostas são genéricas e protocolares.
Adicionalmente, é preciso apontar pouca divulgação de medidas contra esses problemas nas plataformas eleitorais dos candidatos da atual corrida para a Prefeitura. Aparentemente, o sossego dos cidadãos não parece uma prioridade para ninguém - a não aqueles que sofrem com isso.
Depoimentos
“Começou a funcionar um local para barulho ao vivo, que começa de madrugada e vai até as 6:00 hs da manhã, sempre de sábado para domingo. Fica na Rua Paes Leme. E tem até cartaz na porta anunciando a programação.” L.L.I.
“Obras de prédios no centro do Butantã, estão afetando a nossa qualidade de vida, pois as construtoras não respeitam os horários e trabalham até altas horas da noite, inclusive nos finais de semana. Já reclamamos ao PSIU, PM e outros órgãos, sem sucesso.”. A.M.
“Agora, até de domingo a obra da ‘One’, na rua Arthur de Azevedo, não deixa as pessoas descansarem?” L.R.
“ Os fins de semana de ‘pancadões’ do PCC de Paraisópolis continuam infernizando nosso sossego noturno. E a música extremamente alta e agitação pelas drogas, deixam, nos dias seguintes, os jovens desfalecidos em várias ruas dos bairros vizinhos. Uma tristeza! E a PM ‘não intervém’ com ordens diretas do ex e atual governador”. L.I.
“Sou nascida e criada em Pinheiros, ou seja, são quase 67 anos. Nunca me senti tão desalentada como agora. Tem dias que não podemos abrir as janelas porque o som de música e falatório e gritos etc. e tal, parece que acontecem no meio da minha sala. Triste, mas muito mesmo.” V.T.P.
“Pinheiros virou ‘terra de ninguém’. Qualquer um chega aqui e abre um bar/balada sem ter alvará, isolamento acústico, nada...Só que ficar resmungando em redes sociais não vai adiantar nada. Temos que levantar do sofá e fazer barulho, protesto, falar com os vizinhos, fazer algo real para mostrar nosso descontentamento.” H.W.B.