12/09/2024 às 22h39min - Atualizada em 12/09/2024 às 22h39min
Ação do PCC em Paraisópolis ameaça projeto de canalização do córrego Antonico
Uma ação recente do Primeiro Comando da Capital (PCC) dentro da Comunidade de Paraisópolis, colocou em risco o andamento de um projeto vital para a região: a canalização do córrego Antonico, uma obra orçada em mais de R$ 100 milhões. Segundo moradores, a facção criminosa expulsou os trabalhadores da empresa responsável pelo projeto no início de agosto, tomando o controle das faixas ao redor do córrego, onde construções estavam sendo removidas desde 2022.
Novas habitações em áreas desocupadas
Imagens capturadas por drones e comparadas com fotos de satélite revelam o surgimento de novas habitações em um trecho de aproximadamente 500 metros, que antes estava desocupado. Algumas dessas construções já estão quase concluídas, enquanto outras ainda são barracos de madeira, fase inicial antes das edificações de alvenaria.
Remoção de casas
Na última terça-feira, 3 de setembro, a Prefeitura de São Paulo retomou a remoção de cerca de dez casas construídas em áreas de risco ao longo do córrego. A ação só foi possível após a obtenção de uma decisão judicial de reintegração de posse, emitida na véspera. De acordo com o Secretário Municipal de Habitação, Milton Vieira, algumas famílias resistiram em sair, mas a decisão judicial permitiu que a remoção prosseguisse.
PCC traz famílias para invadir
Além disso, os moradores afirmam que as novas famílias que agora ocupam as margens do córrego não são de Paraisópolis, mas foram trazidas por membros do PCC de outras regiões, possivelmente para pressionar o poder público com pedidos de indenização. Criminosos armados foram posicionados no local para impedir o retorno dos trabalhadores e intimidar os vizinhos.
Benefícios para 1 milhão de pessoas
A canalização do córrego Antonico é considerada crucial para reduzir alagamentos em Paraisópolis e na região do Estádio do Morumbi, beneficiando aproximadamente 1 milhão de pessoas. No entanto, enquanto o trecho em Paraisópolis está paralisado, as obras em outras áreas continuam.A Prefeitura de São Paulo afirmou que está colaborando com as autoridades policiais para solucionar o impasse. A Secretaria da Segurança Pública do estado informou que está investigando as denúncias e que a Polícia Militar está prestando apoio ao processo de reintegração de posse.
A situação em Paraisópolis destaca os desafios enfrentados pelas autoridades em áreas dominadas pelo crime organizado, onde a continuidade de projetos essenciais para a população é constantemente ameaçada.
