18/04/2024 às 23h02min - Atualizada em 18/04/2024 às 23h02min

​Mapa da desigualdade aponta maior concentração de favelas na Vila Andrade

Estatística aponta uma porcentagem quase 2 vezes maior na Vila Andrade, grande Morumbi,  que o segundo colocado. É um fato que São Paulo, espelhando a realidade brasileira como um todo, é uma cidade muito desigual. Todo paulistano sabe que, se deslocando em minutos, o cenário da cidade muda e bairros nobres, com imóveis caríssimos e lojas luxuosas, são rapidamente substituídos por bairros com grande presença de favelas, com precariedade de infraestrutura e pouca presença do estado.

Vila Andrade
E o destaque do Mapa da Desigualdade, divulgado pela 'Rede Nossa São Paulo' e realizado anualmente desde 2012, vai para a Vila Andrade. O estudo usa 53 indicativos de administração pública, baseados em indicadores oficiais, para fazer uma avaliação dos 96 distritos da cidade. E nessa avaliação é possível aferir que a Vila Andrade não apenas possui a presença de favelas: com um percentual de 49,15, o número alcança quase o dobro do segundo colocado, Brasilândia, com 29,60.

Contrastes sociais marcam o mapa
Em contraste com a Vila Andrade, alguns locais da cidade não possuem nenhum tipo de favela. No entanto, esse dado não pode ser visto de forma bruta. Apesar da ausência de favelas em locais como Alto de Pinheiros, Perdizes e Moema, distritos como Sé, Santa Cecília e República também não possuem. 
Ademais, os números brutos são negativamente impressionantes: são 391 domicílios na capital que estão localizados em favelas, o que equivale, de forma abrangente, a 1 casa localizada dentro de favelas para apenas cada 10 fora delas. Destes, metade das favelas de São Paulo se localizam em apenas 10 dos 96 distritos - 8 deles apenas na zona sul da cidade.

Distribuição geográfica aponta desigualdade
Como não poderia deixar de ser, os dados do mapa apontam para uma distribuição geográfica das favelas que representa um movimento comum no mundo contemporâneo provocado pela concentração de capital e subsequente gentrificação da cidade: quanto mais pobre, mais periférico. A solução é paradoxalmente simples, porém complexa: tudo depende da conscientização da população sobre os prejuízos de uma sociedade desigual e uma mobilização mais intensa e mais eficaz sobre o poder público para que medidas mais efetivas possam ser tomadas para o benefício de toda a população de toda a cidade, e não apenas aqueles em bairros privilegiados.

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