21/02/2020 às 14h31min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h36min

Estreias do Cinema - 21/02/2020

O novo e complexo Dolittle naufraga em subtramas desnecessárias   Remake da simplória versão de 1967, bem diferente da posterior protagonizada por Eddie Murphy em 1998. O original era musicalizado, inocente, e os atores contracenavam com animais de verdade ficando mais fácil comprar a ideia de se comunicar com eles a fim de protegê-los da crueldade humana, ao contrário dessa pomposa continuação disfarçada. Dolittle (Robert Downey Jr.) após a morte da esposa vai em busca do fruto sagrado, originário da Árvore da Vida, a fim de salvar a vida da rainha Vitória, envenenada. Uma ótima premissa somada ao carisma dos animais antropomórficos em CGI, muito bem dublados por Emma Thompson, Octavia Spencer, Tom Holland, Rami Malek e Ralph Fiennes. Infelizmente, o roteiro confuso, mergulhado em subtramas desnecessárias, acabou prejudicando muito o novo longa do mesmo diretor de Syriana e Depois da Terra, Stephen Gaghan. Ora o excêntrico médico-veterinário combate o sogro (Antonio Banderas) que tenta ser mal, mas não consegue; ora ele precisa derrotar os inconfidentes assessores da rainha, enquanto trata de maneira esdrúxula pacientes em crises existenciais, fora da realidade.   Dolittle. Direção: Stephen Gaghan. Aventura infantil. (EUA/China/Inglaterra - 2020, 101min). 10 anos. Nota: 2,0   Racismo institucional exterminador de negros no corredor da morte   Bryan Stevenson (Michael B. Jordan), um advogado recém-formado e a esposa Eva Ansley (a ativista Brie Larson) prestam assistência judicial gratuita no Condado racista de Monroe, Alabama, a condenados injustamente à espera de um milagre. Essa atitude nobre de um verdadeiro homem de bem que se encaixa perfeitamente à Parábola do Óbolo da Viúva, gera desconfiança inicial nos clientes, receosos no futuro em ter de retribuir o favor de alguma forma. O caso do lenhador negro Walter McMillian, (Jamie Foxx) que ocorreu em 1987 foi baseado no livro homônimo escrito pelo próprio Bryan, produtor do filme. Descarado conluio orquestrado pelas autoridades competentes a fim de condenar McMillian por homicídio doloso, cometido na verdade por outra pessoa. Condenação mortal baseada em uma única prova testemunhal controversa, ignorando o álibi genuíno do réu.   Luta por Justiça. Direção: Destin Daniel Cretton. Drama. (Just Mercy ,  EUA, - 2019, 137min). 14 anos. Nota: 3,0 Seita religiosa sem religiosidade   Guiado pelas palavras do imã local, um adolescente muçulmano de apenas 13 anos se convence de que sua professora é uma pecadora e por isso decide matá-la. Seguidor fascinado a exemplo de Jojo Rabbit, “O Jovem Ahmed” (Idir Ben Add), torna-se um antissocial arrogante, em oposição ao verdadeiro sentido de paz contido nos versos atribuídos ao profeta Maomé (slam em árabe significa paz). O principal profeta islâmico foi um grande admirador de Jesus, Maria, Moisés e Abraão. Intransigente com quem discorda do seu ponto de vista extremista, ao estilo cego de Saulo de Tarso, o garoto deverá nascer de novo da água e do Espírito a fim de reaprender a amar. O longa dos mesmos diretores de O Filho, A Criança e Dois Dias, Uma Noite, Jean-Pierre e Luc Dardenne, trata o islamismo com respeito sugerindo algumas semelhanças com o judaísmo e o cristianismo primitivo.   O Jovem Ahmed. Direção: Jean-Pierre e Luc Dardenne. Drama. (Le Jeune Ahmed, Bélgica/França - 2019, 90min). 12 anos. Nota: 4,0   Maria e João – O Conto das Bruxas    Após “João e Maria Caçadores de Bruxas” em 2013 é a vez de outra adaptação adulta baseada no conto dos irmãos Grimm, dessa vez voltado para o terror de suspense (ao estilo de A Bruxa e Midsommar). Na trama, após serem abandonados pelos pais na floresta medieval e sombria, Maria (Sophia Lilllis) de 16 anos, assume contra a vontade a responsabilidade em cuidar do irmão mais novo de oito anos, João (Samuel Leakey). Isso até a ardilosa Holda (Alice Krige), especialista em manipulação de poderes sobrenaturais, acolhê-los, oportunamente.   Maria e João – O Conto das Bruxas. Direção: Osgood Perkins. Terror. (Gretel & Hansel, Canadá/Irlanda/EUA -  2020, 87min). 14 anos.   Gostosa caminhada em contato com a natureza   A famosa atriz Françoise Crémont ou apenas Frankie (Isabelle Huppert) reúne familiares (Marisa Tomei, Brendan Gleeson e Pascal Greggory) na aconchegante cidade portuguesa de Sintra - característica pelo famoso bondinho. Um clima pitoresco de paisagens arborizadas, perfeito para longas caminhadas íngremes (sem cortes) e conversas informais a dois entre as inúmeras vielas. Isso até todos se entrelaçarem subitamente em um único e fraternal abraço.   Frankie. Direção: Ira Sachs. Drama. (França/Portugal - 2019, 100min). 12 anos. Nota: 3,0  
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