06/06/2024 às 22h52min - Atualizada em 06/06/2024 às 22h52min
Mortes no trânsito em São Paulo: quais as causas?
Parte da imprensa justificou o elevado número de mortes no trânsito na cidade, em razão de inúmeros eventos pós pandemia, e o grande número de pessoas circulando na capital. Não há dúvida de que este é um dos fatores, mas existem outros, pois não se vê mais nas vias com frequência os integrantes do CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o que se permite apenas às câmeras instaladas a aplicação de multas. Não há fiscalização, tampouco controle geral do trânsito.
Basta circularmos a pé ou de carro, para constatarmos o enorme número de infrações de trânsito: motocicletas avançando nos semáforos vermelhos, trafegando pelas calçadas, na contramão de direção, ultrapassando pela direita com pouco espaço, veículos pesados circulando em horários indevidos, automóveis desrespeitando várias regras do tráfego, entre outras gravíssimas infrações.
Se não bastasse esse verdadeiro caos no trânsito, as bicicletas circulam sem qualquer respeito aos pedestres, e seguem as mesmas atitudes dos motociclistas e motoristas: infrações permanentes.
Além de todos esses problemas, os semáforos têm aversão à chuva, mesmo nos casos de pouca precipitação, visto que muitos não funcionam e raros são os casos de verificarmos o devido controle pelos guardas de trânsito.
E os buracos feitos pelas concessionárias como a Sabesp, Comgas e outras? A capital ganha centenas deles constantemente, e as empresas realizam serviços de qualidade duvidosa, quando o fazem...
Quem já viajou à Índia ou assistiu a algum vídeo ou filme de Nova Delhi, constatou que o trânsito lá é anárquico. Chegaremos a essa situação em breve. Até quando? Onde está o CET? As mortes, infelizmente, tendem a aumentar, caso nada seja feito.
*Oduvaldo Donnini é jornalista, advogado, sociólogo e diretor do Grupo 1 - Gazeta de Pinheiros