11/04/2024 às 23h44min - Atualizada em 11/04/2024 às 23h44min

​Relatório aponta argumento injustificável para derrubada de árvores na USP

A grande celeuma em torno da iniciativa da USP de derrubar 81 árvores frondosas segue com o embate entre universidade e comunidade. A alegação por parte da USP permanece a mesma: as árvores, que estão posicionadas ao lado de pontos de ônibus dentro do campus, correriam o risco de cair e ferir transeuntes.
“Laudos técnicos” 
A USP se blinda com a expedição de despachos baseados em ‘laudos técnicos’, que apontaram que estas árvores se enquadram em condições que justificariam sua derrubada em caráter excepcional. No entanto, um relatório encabeçado por Prof. Gláucia Santelli – ICB-USP e CADES Pinheiros, Élio J. B. Camargo – CADES Butantã, Fabíola Lago – Rede Ambiental do Butantã, José Antonio Oka – Conselho Gestor do Parque da Chácara do Jóquei e Renata Esteves de Almeida Andretto, advogada ambientalista, discorda frontalmente dos argumentos presentes no despacho.

Mudanças dos pontos é sugerida
O relatório oferece contrapontos de cada uma das justificativas presentes no despacho da USP e, segundo a vistoria realizada por esses órgãos independentes, existe pouca ou nenhuma justificativa real para a derrubada das árvores. Entre outros argumentos, o relatório a favor da preservação aponta que "se necessária a ação de prevenção de acidentes, (...) se há receio de quedas de algumas árvores, há meios técnicos adequados de travamento e amarração a outras na proximidade, conservando os exemplares."
Não somente isso, mas o próprio relatório aponta soluções alternativas, entre as quais se destaca "que se mude os pontos de ônibus para locais adequados e se mantenham as árvores, dispensando-lhes inspeção anual e objetiva para sua saudabilidade, inclusive empregando todos os meios para prevenção de quedas."

Na contramão global
A percepção geral da comunidade sobre o assunto permanece alinhada com a tendência e necessidade global de preservação ao máximo do patrimônio vegetal que ainda existe. A opinião é que não existe mais justificativa - a não ser em casos realmente específicos e pontuais - para a derrubada de árvores. 
Não apenas em uma perspectiva macroscópica, no sentido de agir contra fenômenos como o aquecimento global, mas também pensando a partir das necessidades das comunidades. É unânime entre engenheiros, cientistas e ambientalistas que a presença do verde melhora substancialmente a qualidade de vida local. A derrubada que não é absolutamente necessária, portanto, é vista como uma ação contra a própria comunidade.
A Gazeta de Pinheiros continuará em contato com associações comunitárias e com a própria USP para acompanhar o caso.

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