04/04/2024 às 21h31min - Atualizada em 04/04/2024 às 21h31min

​USP quer cortar 81 árvores seguindo o péssimo exemplo do Instituto Butantã e a Sabesp

A USP segue com o plano de remover 81 árvores de seu campus, contrariando os pedidos da comunidade, de ambientalistas, do TJ e MP. As críticas ocorrem após outros incidentes relacionados, como a derrubada de mais de 2 mil espécies arbóreas realizada pelo Instituto Butantã e o corte do bosque de 300 árvores pela Sabesp em frente ao Estádio do Morumbi, crime este condenado pelo Tribunal de Justiça após denúncia feita pelo Ministério Público.

Resposta da USP
A USP alega que as árvores representam um perigo para os transeuntes devido ao risco de queda, especialmente os que esperam o transporte parados nos pontos de ônibus. Procurada pela Gazeta de Pinheiros, a USP, através do vice-prefeito Wagner Ribeiro, respondeu:
“A partir de um episódio de queda de uma árvore na Faculdade de Saúde Pública junto a uma creche, a administração central pediu atenção para a situação das árvores nos campi. Frente a isso, a PUSP adotou as seguintes iniciativas: reunião com especialistas em arborização urbana; elaboração de um plano de arborização do Campus Capital Butantã e levantamento de árvores com risco de queda junto aos pontos de ônibus. Disso resultou um levantamento que apontou a necessidade de supressão de 81 exemplares que colocam em risco a comunidade por risco de queda total ou parcial. Encaminhado o processo à SVMA, com a documentação comprobatória do risco de queda de cada um dos exemplares, foi aprovada a execução, após a tramitação. É importante destacar que os exemplares serão substituídos através de plantios de novos exemplares arbóreos de acordo com a legislação ambiental. A PUSP tem clareza da importância do patrimônio arbóreo do Campus Butantã, que tem mais de 20.000 exemplares, bem como os serviços ecossistêmicos e ambientais que esse patrimônio oferece a São Paulo. Por isso também, além do plano arbóreo está em tratativas um convênio com o IPT para uso de um aplicativo para monitorar o acervo arbóreo. Temos enorme responsabilidade e apreço por este patrimônio e sua conservação.”

Ambientalistas contestam
“Antes tínhamos a informação (dada na reunião com a administração do Campus da USP) que a medida de cortar todas as árvores próximas foi decorrente de morte de uma jovem estudante, atingida por uma árvore, numa lanchonete da USP de São Carlos, em 2013. Agora há um relatório informando da queda de árvore sadia na Faculdade de Saúde Pública, na Rua Teodoro Sampaio, longe da Creche, que se encontra no outro lado, perto da Av. Dr. Arnaldo. Neste local pelo descrito foram cortadas 2 árvores encostadas ao prédio da Creche”, concluem
“De qualquer modo não há justificativa para condenar 100% (todas!) as árvores próximas dos pontos de ônibus, porque todas (100%) não podem estar ruins! Deixando estes locais, sem os serviços ambientais prestados pelas árvores”.
“Se 100% destas estão ruins, significa que a totalidade ou a maioria das 20 mil do Campus também estão e deveriam ser todas cortadas?” E.J.B.C.

Comunidade reage
A posição da USP sobre a poda foi ainda motivo de mais críticas após o aviso, na forma de uma faixa posicionada nas portarias 1 e 3, de que o campus estaria fechado para a comunidade externa nos dias 13 e 14 de abril, com o objetivo de realizar a remoção das árvores. O comunicado surpreendeu a Rede Ambiental Butantã, os conselheiros do CADES e moradores locais.
A atitude é considerada pelos moradores como uma “reação” ou retaliação por parte da universidade, após o pedido de intervenção do Ministério Público feito pela comunidade. No ofício expedido, apontam o descumprimento do item 2 da Liminar judicial deferida na ADI 2085569-32.2023.8.26.0000, não atendendo às normas da Lei 10.919/1990.
No texto da lei em questão está estabelecido que deve haver “uma consulta aos moradores diretamente envolvidos com a poda, remoção ou corte das árvores”, ou seja, no caso não se limita ao mero aviso de que haverá cortes de árvores em datas já determinadas. 
A Gazeta de Pinheiros, Jornal do Butantã, Morumbi News, Tribuna de Santo Amaro e Morumbi News, do Grupo 1 de Jornais e a ‘Rede Bandeirantes de Rádio’ continuarão acompanhando o caso.

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