02/02/2024 às 00h06min - Atualizada em 02/02/2024 às 00h06min

​Governo do Estado e Prefeitura iniciam obras de ‘piscinões’ com corte de 60 árvores

Governo do Estado e Prefeitura iniciaram obras estratégicas no combate às enchentes, no último dia 29, com o início da construção de um novo reservatório e da canalização de parte do córrego Antonico, no Morumbi. Ambientalistas mostram que o melhor caminho não são mais piscinões, que requerem uma zeladoria constante e são focos de insetos e muita poluição. A ação contará com um investimento de R$ 117 milhões do Estado e terá a participação da administração municipal. “Sobre o piscinão atrás do clube social do São Paulo, junto ao Colégio Porto Seguro, parece ser necessário e deve resolver as enchentes recorrentes do local todos os anos. Mas o outro reservatório anunciado na frente do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, é desnecessário e ineficiente, e ainda pretende cortar inúmeras árvores cinquentenárias, canibalizar toda a área verde, cimentar todo o local, pois será subterrâneo”, informam. O MP foi acionado, mas para a infelicidade da comunidade, a Promotoria de Justiça pediu arquivamento e está dando aval para continuidade desta contestada obra.”Depois que a Sabesp e a Cetesb, foram condenadas pelo Tribunal de Justiça, pelo crime ambiental e colocaram no chão 213 árvores adultas, vizinho do local, para a construção da famigerada e ineficiente ‘usina de esgoto’ UR Antonico, eis que nova violação à natureza pode acontecer na região. Não há respeito para minimizar as alterações do clima e proteção ao meio ambiente”, concluem os moradores.

MP deve arquivar processo
No ano passado, representantes locais entrarem com uma ação no Ministério Público de São Paulo para tentar reverter a construção de um dos piscinões no Morumbi, este na frente da  Praça Roberto Gomes Pedrosa. Questionado sobre o processo, o MP informa que a “Promotoria de Justiça pediu arquivamento do procedimento, ainda a ser homologado pelo Conselho Superior do MP”.
Para dar entrada com a ação, a comunidade alegou que “as mencionadas ações de “compensação ambiental” têm sido utilizadas para justificar a continuidade de corte de árvores e redução de áreas permeáveis em nossa cidade, inclusive em praças, patrimônio público ambiental, cujo uso vem sendo sistematicamente alterado pelo Poder Executivo Municipal para abrigar canteiros de obras e também obras permanentes para atividades diversas da proteção ao meio ambiente”, apontam.
Um dos pontos levantados está na emergência climática, que “exige, cada vez mais, políticas públicas que apontem a redução destes riscos para que possamos alcançar um futuro mais sustentável para as próximas gerações, em especial. Desastres ambientais tem sido cada vez mais comum, e em maior escala. Todavia, a busca por ‘soluções fáceis’ deve ser evitada, sob risco de incorrermos em desastres maiores no futuro não tão longínquo”.

Obra complexa
O prefeito Ricardo Nunes explicou que a obra é bastante complexa. “É importante ressaltar que a Prefeitura e o Estado dividiram as obras. Só um fazer um piscinão não resolveria e a soma dos esforços, dos trabalhos da Prefeitura e do Estado, que vão dar um resultado aqui”. 

Novo crime ambiental
O reservatório do Governo do Estado, está contestado e apontado pelos ambientalistas como um verdadeiro crime ambiental, pois ficará embaixo da praça Alfredo Gomes Pedrosa, necessitando o corte de todas as árvores cinquentenárais que embelezam o local, e dezenas de outras das áreas verde laterais. “Faltam estudos e até ‘audiências públicas’ com os moradores, que não aprovam este projeto do Governo, feito em gabinete, com a aprovação do ‘Governo para o Governo’, ou seja da Cetesb, Secretaria do Verde e Meio Ambiente, Daee e outros órgãos governamentais, sem detalhes e somente de maneira ‘preventiva’, pois neste local das Avenidas Giovanni Gronchi, Jules Rimet e João Saad, inexistes alagamentos. Não há beneficios para os moradores, como informa o governador e com total desconhecimento do bairro. E o pior, tem o apoio do presidente da agremiação, que alardeia ter conseguido a obra sem efeito nenhum...” 
Por total desconhecimento da área, o Governo Tarcísio de Freitas afirma que “o piscinão de 27 metros de profundidade e 48 m de diâmetro, vai acumular o excesso de água e proteger o sistema de drenagem urbana, mitigando riscos de alagamentos”. Ambientalistas e engenheiros afirmam que “está afirmação carece de estudos, pois a fala é fantasiosa e não acontece enchentes nesta área”.

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