09/08/2019 às 17h35min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h46min

Estreias do cinema - 09/08/2019

A Arte de Correr na Chuva onde o vento faz a curva   Comovente "spin off"de Marley e Eu com muito mais conteúdo técnico e espiritual, sem deixar de lado o típico melodrama corriqueiro repleto de clichês, dessa vez mais discreto, incluindo os contratempos do sogro materialista e muitos outros percalços naturais de uma família comum. A trama mostra a dura vida de um piloto de corrida em categorias inferiores remunerado a cada prova, ao contrário dos milionários contratos anuais dos pilotos de ponta da Fórmula 1. Para controlarmos o carro na chuva imprevisível temos de derrapar por conta própria antes do carro descontrolar sozinho, filosofa Denny Swift (Milo Ventimiglia - This Is Us), inspirado na carreira vitoriosa do tricampeão e ídolo Ayrton Senna, de quem recorda com carinho com os inesquecíveis momentos na TV acompanhado do melhor amigo Enzo, desde a primeira vitória na Lotus, o título mundial pela McLaren em 1988 até o trágico acidente na curva Tamburello. A trajetória de Denny é narrada em off na voz marcante de Kevin Costner, análoga aos pensamentos do xará, e criador da Ferrari. Com a câmera sempre enquadrada de baixo para cima, acompanhamos atentamente as angústias do Golden Retriever dourado obrigado a ficar sozinho por vários dias sem perspectiva de futuro. Ocorre que a presença da nova namorada e futura esposa Eve (Amanda Seyfried) dividiu as atenções de Denny, gerando sua primeira crise de ciúmes. Esse comportamento atípico raivoso nos momentos mais difíceis representa sua ansiedade até a chegada na sonhada fase hominal. Entretanto, a divina intuição canina infalível mudou para melhor o rumo da família. Meu Amigo Enzo foi baseado no best-seller de Garth Stein, The Art of Racing in the Rain, inspirado no documentário da Mongólia, O Estado do Cão e no poema de Billy Collins, The Revenant, contado a partir do ponto de vista de um cão.   Meu Amigo Enzo. Direção: Simon Curtis. Drama. (The Art of Racing in the Rain, EUA, 2019, 109min). 10 anos. Nota: 4,0     Simonal - Como  arruinar a carreira de um brilhante cantor no auge da fama   Um dos maiores cantores da música brasileira, tão ingênuo quanto genial e tão cego quanto o tamanho do seu ego. Apesar de ser um dedicado pai de família, de coração bom, cometeu erros graves agindo sob violenta emoção e não por má fé. Fã de Martin Luther King, para Simonal era normal ser um negro rico chapa branca aliado ao governo de direita, em plena ditadura militar, contrário aos ideais comunistas dos invejosos e queridinhos da imprensa criminosa Chico, Caetano e toda sua turma sectária da patrulha. A conspiração sinistra vinculou-o injustamente ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) somado a um boicote ostracista impedindo-o de exercer seu talento artístico até a ruína financeira, culminando na morte precoce por cirrose hepática aos 62 anos. Pouca gente sabe que as músicas Sá Marina, País Tropical, principalmente Meu limão, Meu Limoeiro, cantado à capela no Maracanãzinho lotado em 07 de Julho de 1967, ganharam notoriedade por causa dele. O longa do estreante  diretor Leonardo Domingues, complementado ao documentário Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, lançado em 2009, é contemporâneo à cinebiografia de Elis, Tim Maia e Erasmo Carlos (Minha Fama de Mau). O chefe e guru Carlos Imperial (Leandro Hassum), em uma divertida disputa de egos, foi o grande responsável por impulsionar a carreira do Sammy Davis Jr. brasileiro, interpretado divinamente por Fabrício Boliveira e Ísis Valverde, a charmosa esposa chamada Tereza. Simonal. Direção: Leonardo Domingues. Cinebiografia. (Brasil, 2018, 117min). 14 anos. Nota: 4,0     Histórias Assustadoras para Contar no Escuro agradará os adolescentes     A produção e roteiro assinado por Guillermo del Toro aposta em um terror de suspense divertido mas infantilizado, voltado ao público infantojuvenil. Em 1968, durante o Dia das Bruxas, ao estilo Goosebumps e O Mistério Do Relógio Na Parede, com Jack Black, um grupo de adolescentes liderados por Stella (Zoe Margaret Colletti) rouba um místico livro da casa mal assombrada vizinha e, a partir daí, criaturas macabras passam a persegui-los. Ocorre que, ao invés de contar a história, a história acaba contando sobre eles, auto escrevendo no livro, semelhante a uma psicografia, cujo enredo acontece na prática (materializa) e o protagonista escolhido se dá muito mal. Logo, os que conseguirem sobreviver tentarão quebrar a maldição.   Histórias Assustadoras para Contar no Escuro.Direção: André Øvredal. Terror (Scary Stories to Tell in the Dark, Canadá/EUA, 2019, 111min). Nota: 2,5   Aves unidas vencerão, divididas cairão      Em Voando Alto, um filhote de andorinha órfão é adotado por uma família de gaivotas lideradas pelo pai pragmático e racionalista ao extremo à lá Paulo de Tarso e Javert (Os Miseráveis), que tenta impor seus métodos, hábitos e costumes a qualquer custo a fim de ensiná-lo a voar (sobreviver), planando em vez de bater asas seguidas vezes, adequado apenas ao biotipo milenar das gaivotas distinto das andorinhas. Dividido entre as duas “raças”, Manou passa a sofrer preconceito dos dois lados. No entanto, os agitadores corporativistas esquecem que ambos têm um inimigo em comum: os ratos. Voando Alto. Direção: Christian Haas.Animação. (Manou the Swift, Alemanha, 2019, 90min). Livre. Nota: 3,0   Romeu e Julieta queniano   No ambiente periférico, alegre e colorido neon de Nairóbi, cuja legislação é severa contra homossexuais, somado aos ataques violentos da igreja onde introjetam-se pecados a rodo comparando-os a demônios. Na trama, as estudantes Kena (Samantha Mugatsia) e Ziki (Sheila Munyiva) de pais adversários em campanha eleitoral resolvem quebrar paradigmas apaixonando-se em um envolvente romance lésbico. O alto preço dessa inocente aventura ostraciza-as da comunidade. Inspirado no conto Jambula Tree, da escritora ugandense Monica Arac de Nyeko. Rafiki da queniana Wanuri Kahiu foi proibido no país, mas tornou-se o primeiro longa exibido no Festival de Cannes. Rafiki. Direção: Wanuri Kahiu. Romance dramático. (África Do Sul, Quênia, França, 2018, 83min). 14 anos.   Nota: 3,5             Empoderamento feminino na Cozinha do Inferno    Em 1978, no bairro de Hell’s Kitchen (território do Demolidor), o FBI finalmente consegue prender os três líderes da máfia irlandesa. Com isso, as esposas (Melissa McCarthy, Tiffany Haddish e Elisabeth Moss) decidem assumir o controle dos negócios incomodando os chefões do crime organizado. Baseado na HQ The Kitchen.   Rainhas do Crime. DireçãoAndrea Berloff. Drama policial.(The Kitchen, EUA,2019,102 min).16 anos.    
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