13/06/2019 às 18h59min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h48min

Estreias do cinema - 14/06/2019

Ficção cientifica rasa, boba e infantilizada estraga a franquia   MIB – Homens de Preto – Internacional expande criando filiais escondidas em todo planeta. Visualmente muito bonito, o longa produzido por Steven Spielberg tenta ser uma sátira da franquia Missão Impossível, mas infelizmente não chega a lugar algum. Peca tanto na ação fraca, quanto no suspense dramático inexistente. O enredo raso e infantilizado faz questão de revelar de cara quem é o traidor infiltrado. O que salva são as atuações femininas. No caso, M (Tessa Thompson), uma obcecada geniazinha que, após 20 anos estudando a agência secreta, consegue finalmente ser contratada. Rebecca Ferguson, em uma ótima participação especial, interpreta a assassina de quatro braços, ex-namorada do agente H (Chris Hemsworth). Já o ator encorpado parece conformado em papéis de loiro-burro sexy, mestre das piadas infames e sem graça. Entretanto, ele acerta no tom de comédia novamente, ao contrário dos antigos papeis dramáticos.   MIB – Homens de Preto – Internacional. Direção: F. Gary Gray. Comédia. (Men in Black: International, EUA/Inglaterra, 2019, 114min). 12 anos.   Nota: 1,5   Dor e Glória - Autobiografia melancólica de Pedro Almodóvar   Salvador Mallo (Antonio Banderas - melhor ator no Festival de Cannes 2019) é um melancólico cineasta em declínio que se vê obrigado a pensar sobre as escolhas que fez na vida quando seu passado retorna. Entre lembranças e reencontros, ele reflete sobre sua infância na década de 1960, seu processo de imigração para a Espanha, seu primeiro amor maduro e sua relação com a escrita e com o cinema.   Dor e Glória. Direção: Pedro Almodóvar. Biografia dramática. (Dolor y Gloria, Espanha, 2019, 113min). 16 anos.   Nova psicopata feminina   Após perder a mãe, a jovem Frances (Chloë Grace Moretz) decide se mudar para Nova York, onde faz amizade com a viúva moradora do mesmo prédio Greta (Isabelle Huppert). Pela notória carreira das atrizes e os acordes de terror diante da presença da notória vilã, o diretor Neil Jordan deixa claro desde os primeiros minutos a atuação antagônica das duas. O roteiro falho e premeditado não prejudica tanto a “Obsessão” pela competência das atrizes, mas deixará o público dividido. Nasce uma nova psicopata no cinema, mistura de Alex Forrest (Atração Fatal) e Max Cady (Cabo do Medo), versão com Robert De Niro em 1991 ou  Robert Mitchum em 1962, que também fez O Mensageiro do Diabo em 1955, unindo-se ao seleto grupo de: Peyton Flanders (A Mão Que Balança o Berço), Esther (A Órfã), Coringa, Jack Torrance (O Iluminado), Alex DeLarge (Laranja Mecânica), Hannibal Lecter (O Silêncio dos Inocentes) e Norman Bates (Psicose).   Obsessão. Direção: Neil Jordan. Terror. (Greta, Irlanda/EUA, 2018, 98min). 14 anos.   Nota: 3,0   Messias ou serial killer?   Gaia é a mãe natureza de Adão (Adamá, em hebraico), o primeiro homem terreno do planeta Terra, essa mesma terra vermelha e fértil como o sangue que corre em nossas veias. Desde o protoplasma até os dias de hoje, o criacionismo científico darwiniano entende que o homem veio da terra, o que não significa que todos nós somos feitos de terra, argila. Golem é Alfa, é Mônada (Jesus é Ômega), feito de matéria-prima, sem alma, sem fala. A exemplo de Pinóquio, guiado apenas pelos extintos divinos dos animais esperando a hora de comer o fruto proibido para finalmente adquirir sua ”alma independente” chamada livre arbítrio. Mary Shelley interpretou muito bem o mito análogo ao seu xodó literário “sem livre arbítrio” também. Sua alma simbolicamente é o próprio pai-criador, o cientista Victor Frankstein. A partir do momento que o monstro se afasta do criador, e única família, ele se descontrola e mata. Maldade primária e primitiva, semelhante a de Adão e Eva ao se esconderem de Deus, envergonhados por estarem nus, esquecendo-se de que sempre estiveram nus. No entanto, os diretores Doron Paz e Yoav Paz acabaram materializando A Lenda de Golem, transformando-a numa “Sexta-feira 13” sangrenta. Durante a peste bubônica em 1673 um grupo de anti-semitas da Lituânia, inconformados com a felicidade de alguns judeus saudáveis resolvem atacá-los. Logo o casal Hanna (Hani Furstenberg) e seu marido Benjamin (Ishai Golan), inspirados no famoso conto contemporâneo do rabino Judá Loew ben Betzalel, de Praga, criam uma espécie de Jason Júnior quase imortal à lá Cemitério Maldito para tentar salvar o gueto dos invasores.   A Lenda de Golem. Direção: Doron e Yoav Paz. Terror. (The Golem, Israel, 2018, 95min). 16 anos.   Nota: 3,0   Falsos Cristos e Falsos Profetas da Africa   Em Eu Não Sou uma Bruxa (representante do Reino Unido no Oscar 2019), o espertalhão oficial do governo (Henry B.J. Phiri) tenta se dar bem em cima de diversas mulheres humildes espalhando boatos de que elas são bruxas. De tantas mentiras e superstições inculcadas nas pessoas e divulgadas até em programa de TV, o povoado de uma aldeia na Zâmbia acaba acreditando e condenando-as a se isolarem amarradas com uma fita branca no deserto. Até o delegado de polícia da comarca acredita que a menina de 8 anos Shula (Maggie Mulubwa) fará chover. “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade“, Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler.   Eu Não Sou uma Bruxa. Direção: Rungano Nyoni .Comédia dramática. (I Am Not a Witch, Inglaterra, 2017, 93min). 12 anos   Nota: 3,0    


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