24/05/2019 às 11h25min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h49min

Estreias do cinema 24/5

Aladdin, as 1001 Noites e todo o seu simbolismo Will Smith substitui Sherazade como o contador de uma das mais queridas e populares histórias das 1001 Noites, passada entre o século III e VII na China, em Agrabah, durante o domínio do Império Persa, seguidores da religião de Zoroastro, deturpada por Maomé. Os dois números um significam o começo e o fim de um ciclo. O nome Aladdin significa: gênio de Alá, ou seja, o espírito de Deus. A figura do gênio (Mestre) representa a partícula divina latente dentro de nós aprisionada “por mil anos” até cumprirmos todas as provas e expiações necessárias, tornando-se assim um espírito puro que não precisa mais reencarnar, livre desse corpo denso e pesado. O belíssimo longa de Guy Ritchie (Sherlock Holmes) corrige as poucas lacunas da animação de 1992. O visual é impecável composto por um elenco afinadíssimo e interativo, incluindo a arara, o macaquinho e o tigre agridoce. Apesar de ainda fanfarrão, o Gênio (Will Smith) assume aqui um caráter mais sério e humanizado, dando sábios conselhos de forma sutil e pontual ao seu pupilo – um ladrão de boa índole e coração puro que rouba apenas para sobreviver. A união matrimonial entre as almas gêmeas Aladdin (Mena Massoud) e Jasmine (Naomi Scott) expressa as virtudes que ainda nos faltam para nos tornarmos relativamente perfeitos, por exemplo, o requinte, disciplina, obediência e resignação dela unida à humildade, fidelidade, simplicidade e a naturalidade dele. Aladdin. Direção: Guy Ritchie. Fantasia. (EUA, 2019, 128min). 10 anos. Nota: 4,0   Tolkien e a verdadeira Sociedade do Anel O britânico John Ronald Reuel Tolkien (Nicholas Hoult), o autor de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, desde a infância divide-se entre o mundo real e sua fantástica “Terra Média”; sua jornada heroica mitopoética inicia-se logicamente após a perda precoce da mãe. Com a ajuda do Padre jesuíta Francis Xavier Morgan (Colm Meaney), ele e o irmão mais novo passam a viver na mansão de uma bondosa senhora especializada em acolher órfãos, onde conhece sua alma gêmea, “a elfa Arwen", Edith Bratt (Lily Collins), em 1908. A mítica Sociedade do Anel, chamada na verdade de Sociedade Barroviana, foi o lugar onde seus melhores amigos se reuniam, desfeita em razão da convocação obrigatória para ele servir o exército britânico na Primeira Grande Guerra. Conflito que provocou também a interrupção dos estudos de filologia em Oxford. O universo de O Senhor dos Anéis foi inspirado na grande ópera: O Anel do Nibelungo, composta por Wagner, peça que J.R.R. Tolkien assistiu ao lado da futura esposa Edith, mulher empoderada, de atitude e personalidade sobressaindo-se em um círculo composto de machões adolescentes. Destaque ao encantado figurino de época, e à bucólica fotografia dos arborizados bosques falantes de Oxford em contraste ao colorido gritante do Front, lembrando o sangrento e aterrorizante covil de Sauron. Tolkien. Direção: Dome Karukoski. Cinebiografia. (EUA, 2019, 112min). 14 anos. Nota: 3,5   Hellboy e sua turma de detetives insossos Remake comemora os 25 anos do maior detetive paranormal dos quadrinhos (David Harbour, o xerife do seriado Stranger Things) criado pelo roteirista do longa Mike Mignola. Baseado principalmente em quatro HQs: Clamor das Trevas, Caçada Selvagem, Coroa & Fúria e Tormenta, protagonizada pela Rainha de Sangue Nimue ou Viviane, a Dama do lago (interpretada por Milla Jovovich), arqui-inimiga do mago Merlin (Brian Gleeson) e do Rei Arthur (Mark Stanley), popularizada nos clássicos literários As Crônicas de Artur e as Brumas de Avalon. Devido ao roteiro confuso, diálogos artificiais e pouco cativantes, o diretor Neil Marshall erra o tom, somado à parte técnica deficitária composta de efeitos especiais pesados demais. Uma grande oportunidade desperdiçada para retratar os espíritos das sombras segundo as inúmeras doutrinas ocultistas. Ao contrário da divertida franquia dirigida por Guillermo del Toro em 2004 e 2006 onde tínhamos um Hellboy expansivo, atrapalhado e caricato em perfeita sintonia com os colegas de trabalho, além de ótimos alívios cômicos individuais para divertir o público.   Hellboy. Direção: Neil Marshall. Fantasia. (EUA/Inglaterra/Bulgária, 2019, 120min). 16 anos.   Nota: 1,5   Superboy do Mal   As inúmeras origens adaptadas aos quadrinhos foram consideradas as melhores histórias do Homem de Aço, como na vez em que ele virou comunista (Entre a Foice e o Martelo) ou foi adotado por Darkseid (The Dark Side), sobretudo quando ele resolveu constituir uma grande família (Identidade Secreta) sentindo na pele as dificuldades de ser pai em um mundo real, sem perder com isso a bondade, a humildade e o altruísmo inerente. Despretensioso, porém corajoso filme de terror de apenas 20 milhões de dólares, discorre sobre um casual alienígena acolhido pelos singelos interioranos Tori (Elizabeth Banks) e Kyle (David Denman), que aos 12 anos manifesta poderes semelhantes aos do Superman. Apesar de ser bem educado e instruído, em vez usar esses dons para auxiliar o próximo, o garoto David (Brandon Breyer) torna-se cruel e visceral agindo com indiferença, sem demonstrar qualquer culpa ou arrependimento, a pura manifestação do mal, à lá Rei da Noite, de Game of Thrones. Excelente ideia nunca antes vista no cinema de forma tão simples, natural e realista. Produzido por James Gunn (Seres Rastejantes e Guardiões da Galáxia).   Brightburn – Filho das Trevas. Direção: David Yarovesky. Terror (EUA, 2018. 91 min). 16 anos. Nota: 4,0
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