05/05/2023 às 00h00min - Atualizada em 05/05/2023 às 00h00min

​Da escravidão à guerra civil e ideológica

Rogério Candotti | [email protected] | blogdorogerinho.wordpress.com

Emancipation — uma história de liberdade (2022), é o novo trabalho em Tom Vintage (quase preto e branco) do mesmo diretor de Dia de Treinamento e O Protetor 3 — Capítulo final: em exibição nos cinemas a partir de 31 de agosto. A trama heroica, patriótica e cristã do especialista em filmes de ação, Antoine Fuqua, foi ignorada completamente pelo Oscar, cuja preferência é o drama piegas, vitimista e sentimentalista. A história real do ex-escravo, exclusivo da Apple TV Plus, ficou conhecida pela fotografia: “As Costas Açoitadas”, tirada pelos fotógrafos William McPherson e J. Oliver no final da Guerra Civil Americana: a Guerra de Secessão. O antagonista Jim Fassel, interpretado pelo “Anjo dos X-Men”, Ben Foster, foi inspirado em Artayou Carrier, símbolo da maldade com os escravos daquela época. O capataz era auxiliado por negros apelidados de “Uncle Tom”, semelhante aos Capitães do Mato brasileiros. Gordon ou “Peter chicoteado” (Will Smith) lavou os pés da esposa Dodienne (Charmaine Bingwa) antes de ser afastado da família e ajudar na construção de uma rodovia, embora continuasse ligado a Deus a todo momento, desafiando qualquer fazendeiro, — tamanha era a sua fé n'Ele. Ao contrário de outros escravos que acabam mortos dentro do pântano durante a fuga, antes de se juntarem ao Exército da União: a Guarda Nativa da Louisiana, formada por recrutas negros livres. O blues, assim como o country e o jazz, nasceram da junção de ritmos africanos e cantos religiosos de louvor (gospel) nas vozes harmoniosas dos escravos do sul, enquanto trabalhavam em plantações de algodão. A partir da emancipação desses escravos, após a promulgação da Décima Terceira Emenda Constitucional pelo Presidente Republicano Abraham Lincoln, o blues migrou até outras cidades do país, tornando-se influente entre os brancos, também.
Em 1852, a escritora abolicionista Harriet Beecher Stowe publicou o romance anti-escravista Uncle Tom’s Cabin (A Cabana do Pai Tomás) sobre um escravo idoso espancado até a morte ao se negar contar o paradeiro de escravas fugitivas ao seu dono. No entanto, o mártir acabou sendo deturpado intencionalmente por escravagistas maldosos da época, tornando-se hoje um símbolo de lealdade ao homem branco, a exemplo do traidor interpretado por Samuel L. Jackson em Django Livre. Uncle Tom: An Oral History of the American Black Conservative (2020) foi dirigido por Justin Malone, escrito por Ryder Ansell, Larry Elder e Justin Malone; com Elder como produtor executivo, estrelado por Chad O. Jackson, Robert Woodson, Stephen Broden, Jesse Lee Peterson, Herman Cain, Carol M. Swain, Allen West e Candace Owens; com imagens de arquivo de Ben Carson, Shelby Steele e Thomas Sowell. Os depoentes são unânimes ao afirmar que o Partido Democrata é a origem de todos os males do povo afro-americano desde a sua fundação em 1828, incluindo o famoso Massacre de Tulsa em 1921. O partido que implantou a escravidão no país e votou contra a revogação das leis segregacionistas Jim Crow, teria saído vitorioso caso não fosse pela maioria republicana á favor, liderada pelo senador Everett Dirksen nas duas casas do congresso americano. Contudo, o Presidente democrata racista Lyndon Johnson em 1965 foi quem levou todo o crédito ao assinar a revogação dessas leis, embora o seu mandato tenha sido marcado pelo assassinato de Martin Luther King, também. O único democrata com alma republicana, segundo o documentário, foi o presidente assassinado John Kennedy que promoveu um intenso corte de impostos, sendo a favor do porte de armas. A farsa do New Deal que  demorou uma década para recuperar a economia em frangalhos; e a pressão da Ku Klux Klan nos eleitores em cada eleição, engrandeceu aquele partido escravagista, identificado ao exibir o filme: O Nascimento de uma Nação (1915) na Casa Branca. Antes de começar a guerra à pobreza em 1964, 87% dos negros viviam abaixo da linha pobreza; “naquela época, era comum ter os pais dentro de casa”. Porém, de 1940 até 1960 esse número caiu para 47%.“Não se tratava apenas de uma família direta, mas de uma família da igreja”. “Naqueles dias, o homem negro estava no controle e a mulher negra o respeitava”. “Durante a escravidão um garoto negro tinha mais chance de ser criado sob um teto com a mãe e o pai biológico do que hoje em dia”. “O bem-estar estatal fez mais para destruir e desestabilizar a família negra do que a escravidão”. “Permitimos que eles removessem os pais de nossos lares: a espinha dorsal de nossas famílias”. “Hoje em dia, existem negros entrando em gangues de modo a simular uma unidade familiar que só pode ser resolvida com a presença do pai”. “Essa ausência geracional de pai é muito mais perigosa para comunidade negra do que o racismo institucional ou  geracional”. “O governo não pode criar uma família; mais de 93% de vítimas negras em homicídios são mortas por outros negros”. “Por que as negras estão fazendo mais abortos do que qualquer outro grupo étnico? “Porque as clínicas da Planned Parenthood, que detém 77% das pílulas abortivas no país, estão localizadas em subúrbios”. “Tornou-se um direito civil abortar uma criança: é o corpo dela, é o direito dela, é a decisão dela: 52% de toda a gravidez afro-americana termina em aborto: são 1786 por dia”. “Desde 1973 quando o aborto foi legalizado pela Suprema Corte mais de 20 milhões de afro-americanos foram assassinados somente por aborto”. “O Partido Democrata sempre esteve focado em empurrar eugenia e aborto na comunidade negra”. “Por isso, o número de negros estagnou; em oposição ao número de latinos, com 60% dos partos no país”. “Os negros, em geral, estão começando a perceber que estamos sendo trocados por imigrantes ilegais”.” Os democratas farão exatamente aos ilegais o que fizeram à América negra nos anos 60: deixá-los viciados pelo governo, dar-lhes benefícios e torná-los uma classe permanente de eleitores vítimas”. “Por muito tempo, deixamos a esquerda na cultura: a América negra está no meio de uma guerra civil ideológica”.

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