O legado da Rainha Elizabeth II

Rogério Candotti | [email protected] | blogdorogerinho.wordpress.com

Elizabeth Alexandra Mary Windsor, nasceu em 1926, a primeira filha de Albert Frederick Arthur George e Elizabeth Bowes-Lyon, Duque e Duquesa de York, posteriormente, Rei George VI e Rainha Elizabeth (A Rainha Mãe), interpretados por Colin Firth e Helena Bonham Carter, assumiram o trono em 11 de dezembro de 1936 após o rei egoísta Edward VIII (Guy Pearce) abdica-lo com o intuito de se casar com uma norte-americana divorciada. Ocorre que George VI sofria de gagueira crônica em razão de uma infância traumática, cujo problema psicológico se confundia com um problema físico, e que não foi solucionado colocando pedras na boca, mas através de um tratamento individual de autoestima, visando sobriedade e equilíbrio nos momentos chave, orientado pelo fonoaudiólogo australiano Lionel Logue (Geoffrey Rush). O monarca corajoso se preparou adequadamente para assumir a sua investidura, disposto a fazer sacrifícios (sacro ofício) ao lado do professor e melhor amigo que enxergou o potencial daquele aluno prepotente, melhor do que ele próprio, chamando-o de Vossa Majestade apenas no final de O Discurso do Rei (2010), na HBO Max, pois, é pelas obras que se reconhece o verdadeiro cristão e não pelos seus rótulos.
A Rainha (2006), disponível na Globoplay, aborda o pior momento do reinado da Rainha Elizabeth II (Helen Mirren) devido à morte da Princesa Diana em 31 de agosto de 1997. Mesmo assim, Helen Mirren rouba a cena, e ainda, ganha o Oscar de Melhor Atriz. A soberana caiu nas graças do Primeiro-Ministro do Reino Unido, Tony Blair (Michael Sheen), assim que o premiê tomou posse, apesar das críticas ao típico distanciamento da realeza para com o público. Os responsáveis pela tragédia para o diretor Stephen Frears foram os tabloides fúteis e sensacionalistas que desinformam e confundem os leitores, além de contratar paparazzis como aqueles que provocaram o acidente da Princesa de Gales, a Princesa do Povo.
O roteirista de A Rainha, Peter Morgan, observou as limitações do longa-metragem biográfico e resolveu criar uma série de grande sucesso na Netflix que atualmente está na sua 4.ª temporada, quando o Príncipe Charles e a Princesa Diana não haviam se separado ainda. O showrunner de The Crown (2016) pretende encerrar o legado de 70 anos da Rainha Elizabeth II com chave de ouro apenas na 6.ª temporada. A produção mais cara da plataforma digital conta com um figurino e um elenco impecável, composto por Claire Foy, Vanessa Kirby, Olivia Colman, Helena Bonham Carter e Gillian Anderson, envoltos na música-tema de Hans Zimmer, desde o casamento da mais longeva rainha britânica da história com o Duque de Edimburgo, Philip Mountbatten, em 1947, até o fim do reinado, provocado pela sua morte.