Capitã Marvel é representativo e fundamental, mas apático Finalmente a tão esperada guerra entre a raça Kree e os Skrull acontece no cinema baseado na ótima saga dos quadrinhos “Invasão Secreta” sobre alienígenas que se disfarçam de humanos, afinal, os extraterrestres já estão entre nós. Outro ponto positivo é o ambiente nostálgico dos anos 90, dos fliperamas e os primeiros PCs caseiros com tela de tubo que travava a toda hora, envolto na deliciosa trilha sonora. As piadas lideradas pelo “inexperiente” Nick Fury (Samuel L. Jackson), acompanhado do Agente Coulson (Clark Gregg), contribuem para humanizar a heroína mais poderosa da Marvel por ter absorvido os poderes de uma Joia do Infinito. Mas na verdade quem rouba a cena é o gatinho Goose, homenagem ao parceiro de Maverick (Tom Cruise) em “Top Gun”. No entanto, as graves falhas de roteiro e a direção quase amadora atribuíram um tom mecânico e artificial na maior parte do tempo, em um filme repleto de diálogos forçados. Isso infelizmente acabou contagiando todo elenco galáctico transformando-os em personagens apáticos, sem emoção nos momentos-chave em que o drama, suspense e a alta tensão deveriam prevalecer. Até a esperada transformação da Capitã Marvel (Brie Larson) na hora mais escura cortando o espaço sideral para salvar a humanidade ficou indiferente aos fãs apaixonados que lotavam a sala do Shopping Eldorado na madrugada do dia 7, emocionados apenas com as cenas pós-créditos e as homenagens póstumas a Stan Lee. Inegavelmente é um filme importante e representativo para o futuro do M.C.U (siga em inglês para Universo Cinematográfico Marvel), composto de ótimas ideias mal executadas. Capitã Marvel. Direção: Anna Boden e Ryan Fleck. Ficção científica (Captain Marvel, EUA, 2019, 124 min). 12 anos. Nota: 3,0
Albatroz O fotógrafo Simão (Alexandre Nero), casado com Catarina (Maria Flor), uma compositora de jingles publicitários, se apaixona pela atriz judia Renée (Camila Morgado), com quem viaja a Jerusalém. Lá ele acaba registrando um atentado terrorista, o que lhe torna mundialmente famoso. Mas, ao mesmo tempo, surgem críticas negativas por ele ter fotografado cena em vez de tentar evitar a tragédia. Simão entra em depressão e fica na fronteira entre realidade, sonho e delírio. Albatroz. Direção: Daniel Augusto. Thriller (Brasil, 2019, 97 min). 14 anos
Faroeste lusitano O cenário paupérrimo dos remotos campos do Baixo Alentejo, no sul de Portugal, se confundem com o agreste nordestino muito bem retratado nos filmes “Mutum” e “Abril Despedaçado”, que revelou para o mundo Rodrigo Santoro. Adaptação do romance “Seara do Vento”, escrito por Manuel da Fonseca, baseado em uma história real de faroeste, cru e seco em preto e branco, filmado peculiarmente pelo diretor Sérgio Tréfaut. Não é de hoje que os grandes proprietários de terra exploram os menores e estes, sem ter o que comer, passam a contrabandear. Esse é o caso do Clint Eastwood lusitano Palma (Hugo Bentes), que, desesperado para salvar sua família, opta pela ilegalidade. Isso até ser denunciado pelo aristocrata mesquinho Reis (Diogo Dória), que deu falta de um pouco de cereal em sua propriedade. Por vingança, posteriormente o camponês sai armado e invade o casarão do adversário até ser cercado pela polícia. Loop interminável que a maioria da população fomenta, em vez de incentivar a confraternização entre as classes sociais. Nota: 3,0 Raiva.
Direção: Sérgio Tréfaut. Drama. (Portugal/França/Brasil, 2018, 84 min). 14 anos.
Yomeddine - Em busca de um lar Após a morte de sua esposa, Beshay decide deixar a comunidade isolada onde foi abandonado quando criança. Junto com Obama, seu jovem amigo órfão, e seu amado jumento, ele embarca em uma jornada pelo Egito até sua cidade natal para descobrir por que seu pai nunca cumpriu a promessa de voltar. Juntos, ele e Obama enfrentarão os problemas do mundo unidos pela amizade e compaixão, em sua busca por uma família, um lugar para pertencer e um pouco de humanidade. Yomeddine – Em Busca de um Lar.
Direção: Abu Bakr Shawky. Drama. (Yomeddine, Egito/EUA, 2018, 97 min). 10 anos.
O Rei de Roma Numa Tempesta é um focado e carismático homem de negócios que, levado por uma gigante necessidade de ser bem sucedido, faz qualquer coisa para fechar um negócio, mesmo que isso o leve a infringir a lei. Depois de uma negociação dar errado, ele é pego pela polícia e condenado a cumprir um ano de serviço social, mas agora fará de qualquer coisa para voltar a trabalhar normalmente O Rei de Roma. Direção: Daniele Luchetti. Comédia dramática. (Io Sono Tempesta, Itália, 2018, 97 min). 14 anos
Violência fugaz Benjamin (William Lebghil) acaba de se formar na faculdade de medicina. Já Antoine (Vincent Lacoste) está começando o primeiro ano pela terceira vez. Logo os dois se unem para enfrentar noites mal dormidas, um ambiente extremamente competitivo e a pressão das expectativas para o futuro. O foco do longa do diretor Thomas Lilti consiste numa amizade verdadeira de altos e baixos em virtude da severa competitividade europeia universitária. Um retrato fiel do que todos passaremos um dia . Ensaio para a vida prática onde não se admitem erros para quem quer vencer. Por isso surgem professores impiedosos quanto à assiduidade e a disciplina, principalmente. Raridade no Brasil. Primeiro Ano. Direção: Thomas Lilti. Drama. (Première année, França, 2018, 92 min). 12 anos. Nota: 3,5
