O melhor e mais premiado filme do ano até agora, com 10 indicações, reúne arte e representatividade de primeira em comoventes atuações envolvendo reflexões políticas, socioeconômicas e filosóficas. O longa dirigido por Alfonso Cuarón é atual como "Vice"(sobre era George W. Bush), mesmo ambientado no início dos anos 70 em um bairro de classe média alta do México chamado Roma. Destaque aos naturais planos-sequência e às grandiosas e dramáticas cenas em preto e branco em close isentas de exibicionismo barato, encaixando-se perfeitamente na trama, ao contrário do romanceado “Guerra Fria”, que quase se esqueceu da guerra, e do sonolento “Se a Rua Beale Falasse”. Assim como “Pantera Negra” e ‘Infiltrado na Klan’, que são igualmente artísticos e representativos sem ser arrastado demais, ”Roma” valoriza a empregada doméstica simbolizada pela descendente de índios Cleo (Yalitza Aparicio), tratada como membro da família que se esforça ao máximo para corresponder. Cléo arruma tempo até para fazer exercícios físicos noturnos regularmente no apertado quarto onde dorme amparada pela bondosa patroa Sofía (Marina de Tavira), com tempo para levá-la ao médico pessoalmente, mesmo dirigindo muito mal. “Roma” não escolhe lados diante da grave crise política que vivia o país. No entanto, “A Favorita” e “Green Book” venceriam caso a Academia premiasse o melhor elenco a exemplo do SAG Awards, que premiou em 2019 “Pantera Negra”. Quanto a um hipotético melhor casal estariam na disputa Bradley Cooper e Lady Gaga em “Nasce uma Estrela” e Jonathan Pryce e ‘A Esposa’ Glenn Close, sem desmerecer o drama da estrela solitária Freddie Mercury (Rami Malek) em "Bohemian Rhapsody". O Oscar acontece neste domingo, 24 de fevereiro, com transmissão na Globo depois do BBB 19, e na TNT, a partir das 22h.
