14/02/2019 às 17h06min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h53min

Estreias da semana - 15/02/19

Pinóquio cibernético A “Nova Jerusalém” Zalem foi a única das doze cidades flutuantes acima das nuvens que se manteve em pé após uma guerra apocalíptica de proporções inimagináveis. Um paraíso proibido a quase toda população do submundo em meio ao lixo tóxico despejado de lá de cima. Uma espécie de velho oeste cibernético totalitário isento de polícia e sistema judiciário, dominado por robôs sentinelas chamados centuriões e guerreiros-caçadores ciborgues com licença para matar ou desmontar outros ciborgues, a fim de vender as peças a jogadores de Motor Ball. Esses mercenários eram comandados pela "Fábrica", elo físico-governamental centralizador conectado a Zalem. Foi na esperança de encontrar algo valioso naquele imenso lixão, cenário semelhante ao da animação "Wall-E", que o cybercirurgião Dyson Ido (Christoph Waltz) acolheu Alita (Rosa Salazar) quase sem vida: bondoso médico traumatizado pela morte da filha, um dos únicos da "Cidade de Ferro" que se recorda da boa vida antes da "Queda". “Alita - Anjo de Combate” tinha todo potencial para ser um "Pinóquio futurista", mas se rendeu aos clichês de sempre aproveitando mal o grande elenco nas mãos, como Mahershala Ali, favorito ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, que aqui decepciona. Ficção científica com ares de aventura romântica infantilizada, repleta de diálogos superficiais e previsíveis. Felizmente o carisma do pai adotivo altruísta e da filha de “Grandes Olhos” de mentalidade adolescente de 14 anos agrada bastante, deixando pontas soltas instigantes para o próximo capítulo da possível trilogia. Alita – Anjo de Combate. Direção: Robert Rodriguez. Fantasia.(Alita: Battle Angel, EUA/Canadá/Argentina, 2019, 122min). 14 anos. Nota: 3,0 O cérebro, a bonequinha e seu melhor amigo comandando a Jovem Guarda Outra biografia Wikipédia um pouco arrastada com diálogos redundantes e didáticos demais. Ao contrário do particular simbolismo misterioso presente na relação entre Erasmo e os amores da sua vida em uma só mulher (interpretados pela atriz da série “3%” da Netflix, Bianca Comparato). Apesar de ter muitas parceiras, o “Tremendão” buscava o único amor da sua vida, Narinha. O ponto alto é o figurino e toda a caracterização da época. Além de atores, o trio de apresentadores também são cantores profissionais em performances exclusivas, sobretudo a bonequinha Malu Rodrigues como Wanderléa. Por fim, destaque óbvio ao melhor amigo e parceiro de Erasmo (Chay Suede), Roberto Carlos (Gabriel Leone), que o incentivou a iniciar a carreira até chegar ao topo das paradas com a música “Minha Fama de Mau” e ainda o salvou da falência. Parceiro de trabalho ideal, amigo de fé e irmão camarada que ainda se encontram regularmente. Os dois se completam, por isso têm o mesmo sobrenome artístico. Juntos estiveram na pré-estreia (11) no Rio de Janeiro. Minha Fama de Mau .Direção: Lui Farias. Biografia. (Brasil, 2017, 116min). 12 anos. Nota: 2,5   O medo leva à raiva, a raiva leva ao ódio e o ódio leva ao sofrimento (Yoda) O representante do Brasil no Oscar 2019, indicado ao Annie Awards, retrata o esforço do menino Tito auxiliado pelos amigos pombos em convencer toda população a combater o medo juntos, em oposição ao magnata sensacionalista Alaor (Mateus Solano), disposto a promover o caos e a discórdia usando ideias sectárias preconcebidas em horário nobre na TV. É o famoso “quanto pior, melhor” ou ”dividido cairemos”. Essa insegurança contrária a vontade e a determinação dos indivíduos gera pânico ao redor do mundo transformando-se em uma epidemia misteriosa que deforma as pessoas com o tempo. Na visão espírita de Ricardo Di Bernardi: os Ovoides são espíritos de forma esférica ou aproximadamente elíptica de coloração plúmbea (cinza escuro). Isso em decorrência da manutenção de uma ideia fixa e doentia (monoideísmo), acabam estabelecendo uma vibração de baixa frequência e comprimento de onda longo que, com o passar dos anos, produz uma deformação progressiva no seu corpo espiritual. Tito e os Pássaros. Direção: Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto. Animação. (Brasil, 2018, 73min). Livre Nota: 4,0 Clint Eastwood: negócios ou família? Clint Eastwood, aos 88 anos, felizmente descumpriu a promessa em parar de atuar nos brindando com outra marcante performance além da concisa direção que estamos acostumados anualmente. Baseado em uma história real, ele interpreta Earl Stone, um desnaturado decano workaholic da mesma faixa etária que nunca tem tempo para a família. Isso até casualmente vir a trabalhar como entregador “mula”, abastecendo um poderoso cartel de drogas mexicano em El Paso (Texas), cidade onde mora. Depois dos esquecíveis “Sully” e “Trem Para Paris”, o diretor abstém do peculiar ufanismo americano para abordar um tema com diversos alívios cômicos familiarizados pelo púbico em geral. A Mula. Direção: Clint Eastwood. Comédia dramática. (The Mule, EUA, 2018, 116min). 16 anos. Nota: 3,5 Escritora fantasma das estrelas Lee Israel (Melissa McCarthy) era uma ótima revisora quase falida inconformada por não ganhar dinheiro, enquanto porcarias literárias vendiam como água à mercê da idolatria cega dos fãs. Ao deixar a rudeza e o vitimismo de lado, Lee tenta se locupletar forjando cartas das falecidas Katharine Hepburn, Tallulah Bankhead, Estée Lauder e da jornalista Dorothy Kilgallen. Não foi à toa que Sócrates e Jesus desprezaram a forma a fim de valorizar o conteúdo não escrevendo uma linha sequer. Baseado em uma história real, a dupla dinâmica de Indicados ao Oscar a Melhor Atriz, Melissa McCarthy, e Melhor Ator Coadjuvante, Richard E. Grant, debocha do gosto fútil e materialista da sociedade de um jeito muito divertido sem parecer dramático. McCarthy surge irreconhecível de início, no entanto toda sua irreverência e autenticidade inconfundível não deixam dúvidas ao longo do filme que também concorre a estatueta de melhor roteiro adaptado. Poderia Me Perdoar? Direção: Marielle Heller. Biografia.(Can You Ever Forgive Me?, EUA, 2018, 106min). 16 anos. Nota: 3,5 Os extraterrestres já aterrissaram no litoral de São Paulo A Pedra da Serpente é um lugar místico de Peruíbe, no litoral sul paulista, famoso pelas abduções e relatos de discos voadores. Uma dessas testemunhas, quando pequena, foi a executiva Joana (Claudia Campolina), que casualmente passa a investigar esses fenômenos durante as férias. Surpresa agradável do diretor estreante Fernando Sanches ao lado do desconhecido elenco do grande público. Um enredo simples e amarradinho, filmado em apenas sete dias, proporciona bom ritmo e mantém o suspense sem ser arrastado demais, lembrando vagamente o estilo de Alejandro Iñárritu. A Pedra da Serpente. Direção: Fernando Sanches. Ficção científica dramática (Brasil, 2018, 75min). 14 anos. Nota: 3,5
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