03/06/2021 às 22h02min - Atualizada em 03/06/2021 às 22h02min

Terceira carta ao Governador João Doria. E AS FERROVIAS?

Logo após as eleições de 2018 e, portanto, antes da posse do governador João Doria, escrevei nesta coluna a matéria intitulada “CARTA AO FUTURO GOVERNADOR DE SÃO PAULO JOÃO DORIA”, em que preconizei a premência na construção e recuperação de nossa malha ferroviária. Passado um ano, escrevi uma segunda carta nesta coluna, cobrando uma iniciativa nessa direção. Demonstrei, nas duas oportunidades anteriores, que uma viagem ligando São Paulo, a maior e mais importante cidade da América Latina, a Santos, maior porto, poderia demorar três horas de viagem para pouco mais de 70 quilômetros e, dependendo do local, pouco mais de 50 quilômetros. Nas duas cartas anteriores, frisamos que o mesmo ocorre no transcurso da Capital a Campinas ou Sorocaba, em que, dependendo do tráfego, horas são consumidas para um percurso em que, num trem moderno, pouco mais de 30 minutos seriam suficientes. Não tem mais sentido abandonarmos um meio de transporte de energia limpa e ficarmos reféns do caótico trânsito de todas as cidades médias e grandes, além dos constantes congestionamentos e poluição nas rodovias e cidades. O “lobby” das montadoras de veículos precisa ser vencido, pois não tem mais sentido uma única maneira de transporte entre cidades, que polui e causa acidentes constantemente. Se houvesse uma ligação do metrô paulistano com trens, que não necessitam ser de alta velocidade, na medida em que as distâncias são pequenas, poderíamos chegar à baixada santista, Campinas ou Sorocaba em menos de meia hora. Da mesma forma, em menos de duas horas estaríamos em Ribeirão Preto. Na realidade, foram intencionalmente destruídas nossas ferrovias e cabe ao governo do Estado de São Paulo dar o exemplo e fazer o que deveria ter sido realizado há decênios, ou seja, construí-las ou modernizá-las para não dependermos exclusivamente de rodovias e seus caminhoneiros que, a qualquer momento, param o País. Soma-se a isso o fato na diminuição de acidentes nas estradas, provocados, em sua maioria, por veículos pesados. Para a implementação de novas e eficientes linhas de estradas de ferro seria mais adequada a utilização de Parcerias Público-Privadas (PPPs). Sem isso, continuaremos a ter um fluxo de milhares de veículos que chegam e saem todos os dias de São Paulo, que poluem e agravam ainda mais nosso já insuportável trânsito paulistano que, passada a pandemia, deve se agravar, sem falarmos da inegável interação cultural entre tantas universidades e centros de pesquisa paulistas que estão, a cada dia, mais distantes uns dos outros, embora geograficamente muito próximos. Considerando que, apenas de Santos a São Paulo, antes da pandemia, 100 mil veículos faziam esse itinerário diariamente, já é hora de termos uma linha férrea moderna ligando essas duas cidades. Governar é, também, construir estradas, mas preferencialmente as de ferro, com a máxima urgência. O. Donnini, advogado e jornalista.


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