23/04/2021 às 00h09min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h16min

O Oscar vai para Minari ou Nomadland neste domingo

Representantes de quatro fases da evolução humana, os quatro indicados ao Oscar, entre eles, três favoritos ao Melhor Filme, em exibição nos cinemas abertos, além de figurarem em todas as outras categorias principais, cujo resultado será conhecido neste domingo dia 25 de abril na TNT. Anthony Hopkins de 84 anos em um dos melhores papéis de sua extensa carreira brilhante, interpreta o xará, um demente senil de intensa intelectualidade, mascarada pela teimosa loucura convicta. Anthony, à primeira vista, parece viver dentro de um simulacro, viajando por diversas realidades, impregnadas pelo seu orgulho e egoísmo dominante. Baseado em sua peça de teatro, Lê Père, de 2012, o diretor Florian Zeller, através da brilhante tecnologia que só o cinema pode proporcionar, entra na mente confusa do protagonista (indicado a Melhor Ator), equiparada a um filme de ficção científica, a exemplo de Matrix. Nas realidades peculiares de “Meu Pai”, a primogênita Anne (Olivia Colman) pode morar em Londres ou em Paris, ser solteira ou casada, enquanto a irmã dela, Laura (Imogen Poots), pode estar viva ou morta de verdade. Fica a critério do ­espectador. Em Amor e Monstros, na Netflix, continuamos em um mundo caótico, agora dominado por monstros na superfície terrestre, enquanto alguns humanos privilegiados sobrevivem no subsolo. Na trama, Joel Dawson (Dylan O'Brien), decide sair da zona de conforto para desbravar o sinistro território acima, a fim de encontrar o grande amor da sua vida, Aimee (Jessica Henwick). Indicado ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais, Amor e Monstros, é o programa ideal dos pré-adolescentes, contando com um cachorro mais inteligente do que o novo dono. Do caos para a vida nômade moderna, durante a crise econômica de 2008, a famosa marolinha, três anos depois, em 2011, a U.S. Gypsum, mineradora de gipsita e fábrica de placas de gesso instalada em Empire, Nevada, faliu, transformando a cidade numa cidade fantasma. Lá, a empresária Fern (Frances McDormand), de 60 anos, sem o amparo do marido falecido, passa a viver de bicos para a gigante Amazon, por exemplo, rodando em um trailer modesto por campings de todo o país. Em uma bela fotografia combinada a uma marcante trilha sonora, o grande favorito ao Oscar de Melhor Filme equipara-se a um documentário vivido por atores anônimos, interpretado por eles mesmos como hippies, trabalhadores  desempregados e até milionários de passagem em suntuosos motorhomes, ao lado de apenas dois astros hollywoodianos, numa experiência intrigante, inesquecível. A personagem vivida pela atriz indicada ao Oscar optou pelo minimalismo, apesar do insistente convite da irmã e do melhor amigo (David Strathairn) para morar com eles numa casa própria, confortável. Ao contrário do longa: Na Natureza Selvagem, Nomadland procura ser neutro, imparcial e apolítico. Dirigido pela indicada ao Oscar, Chloé Zhao, o longa explora toda a praticidade de morar numa casa móvel, sem ignorar as dores de cabeça de uma custosa manutenção habitual em um veículo complexo, desde um trailer singelo até o sonhado motorhome, gerando ocasionalmente a típica tensão imprevisível do pneu furado no meio da estrada à noite. Por fim, em Minari - Em Busca da ­Felicidade, indicado ao Oscar de Melhor Filme, chegamos à última fase simbólica da evolução humana quando o homem passou de nômade para sedentário ao se estabelecer em um território em definitivo, constituindo propriedade privada e família, mais tarde. Ambientado nos anos 1980, Minari, dirigido por Lee Isaac Chu, retrata a mudança de uma família coreana da Califórnia para uma fazenda no Arkansas, onde cultivam um novo estilo de vida começando do zero, em busca do sonho americano. Na comunidade caipira de lá, o casal de dois filhos pequenos se estabelece facilmente, apegados aos clássicos valores irreversíveis da família e da moral cristã na missa habitual do domingo. A história real se desenvolve sob o olhar do pequeno David (Alan Kim), portador de uma doença grave, um dos inúmeros motivos que motivam a mãe, Monica (Han Ye-Ri), a cogitar desistir de tudo, cortar o mal pela raiz, apesar da irrestrita insistência do marido, Jacob (Steven Yeun), confiante no sucesso do seu negócio. As dificuldades imprevisíveis da ousada empreitada, se multiplicam após a chegada da avó astuta e desbocada, mas incrivelmente amorosa, vinda da Coreia do Sul, Soon-ja (Youn Yuh-Jung), desenvolvendo divertidos diálogos com a neta, principalmente com o neto meigo e travesso.
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