12/03/2021 às 00h11min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h17min

As Mil Faces do Dinheiro

No aniversário de 30 anos de casado, o recém coroado Rei Akeem Joffer (Eddie Murphy) descobre um herdeiro bastardo, vivendo na saudosa periferia do Queens, e vai ao encontro do rapper amador (Jermaine Fowler). Um Príncipe em Nova York 2, da Prime Video, é nostalgia pura exagerada, ao relembrar quase todos os personagens, contando praticamente as mesmas piadas, modernizadas. Do mesmo diretor de Meu Nome é Dolemite, o longa é quase todo ambientado em Zamunda, terra rival do Rei Leão. Nesta sequência, temos outro divertido choque de cultura, só que ao contrário, partindo da periferia nova iorquina até a monarquia africana. Ocorre que o roteiro apressado e mal desenvolvido, sem a mesma dramaticidade adulta do original de 1988, traz soluções demasiadamente confortáveis. Porém, as ótimas atuações descompromissadas, sem lacração, incluindo a participação de Wesley Snipes e Morgan Freeman, compensam com novas gargalhadas. Nesse sentido é a ótima comédia romântica brasileira da Netflix: Ricos de Amor, cheia de clichês americanos trazidos à nossa cultura brasileira peculiar, graças ao ótimo elenco escolhido. A exemplo de Akeem, o jovem fazendeiro playboy, filho do rei do tomate, Teto (Danilo Mesquita), na busca de um amor verdadeiro e sincero, troca de identidade com o filho do caseiro, Igor (Jaffar Bambirra), a fim de conquistar o coração da bela residente em medicina, Paula (Giovanna Lancellotti), na capital do Rio de Janeiro. Ocorre que, conforme o tempo passa, torna-se mais difícil sustentar o plano, provocando confusões inusitadas que envolvem até o zelador “Beiçola” (Marcos Oliveira), análogas às icônicas cenas de Uma Babá Quase Perfeita com Robin Williams. Já o clássico de 1985, Chuva de Milhões, na Claro Video, revela outra face perigosa da fortuna, extremamente arriscada. Essa é a quinta versão homônima baseada no livro de George Barr McCutheon, além das comédias derivadas, espalhadas por aí, como a brasileira, Tô Ryca!, no Telecine. Na trama, o jogador de Baseball, Montgomery Brewster (Richard Pryor) para herdar uma herança de 300 milhões de dólares, terá de gastar outros 30 milhões em apenas um mês. Ocorre que o pobretão, deve gastar um milhão por dia, sem possuir ou destruir nada, doando apenas 5% do montante à caridade e outros 5% com jogos de azar. Os gastos devem ser todos registrados e o seu verdadeiro propósito jamais revelado, principalmente ao amigo falastrão (John Candy), até o fim da aposta mensal. A estratégia inicial do empreendedor trapalhão em investir no mercado capitalista de ações foi por água abaixo, gerando um lucro estratosférico. Em oposição, Brewster, candidata-se à prefeito, gerando um eficiente gasto estratosférico para a sua campanha política, somado aos inúmeros processos por difamação, movidos pelos adversários. O slogan é o mais honesto possível: “Não vote em mim, não vote em nenhum deles”. Esse jargão autêntico quase o elegeu com folga, caso não tivesse renunciado na última hora. Inspirado no sogro de Akeem, Cleo McDowell (John Amos), que imitou o McDonald's, Morgan Spurlock em 2004 produziu o clássico documentário: Super Size Me - A Dieta do Palhaço, na Prime Video, denunciando as comidas gordurosas, a principal causa da obesidade, segunda maior causa de morte no mundo, perdendo apenas para o cigarro. Uma pandemia silenciosa já que o derrame, o câncer e a diabete estão relacionados a má alimentação. Enquanto o cigarro é bombardeado diariamente com sérias restrições de circulação, as junk foods reinam soberanamente pelo fato da gordura não causar dependência química. Sendo cobaia do próprio experimento, Morgan comeu por 30 dias apenas no McDonald's, e quase foi a óbito, engordando 8 kg em 12 dias. De acordo com seus exames médicos finais, o colesterol subiu 65 pontos e o fígado ficou muito inflamado. Em Super Size Me 2: O Frango Nosso de Cada Dia, na Prime Video, o documentarista põe em prática seus objetivos, ao tentar finalmente comercializar comida saudável, inaugurando uma lanchonete à base de frango grelhado. Para isso, ele cria milhares de pintinhos saudáveis em uma granja no Alabama, já que a indústria do "Big Chicken", monopolizada pelos cinco maiores produtores de frango: Tyson Foods , Pilgrim's Pride, Sanderson Farms , Koch Foods e Perdue Farms, o impediu de comprá-los, além de boicotar suas futuras remessas de pintinhos. Por quanto tempo o empresário irá aguentar? Assim como as cinco empresas anarcocapitalistas: Google, Facebook, Twitter, Amazon e Apple monopolizam a internet. Ocorre que, o internauta que não seguir suas diretrizes progressistas pode ser cancelado por crime de opinião e banido das redes sociais (a praça pública dos debatedores modernos).
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