22/11/2018 às 19h19min - Atualizada em 05/05/2021 às 10h03min

Estreia do Cinema - 23/11/2018

Infiltrado na Klan

O incompreendido bom samaritano pelos sectaristas (com spoilers) Inspirado em um caso real, o diretor Spike Lee critica a hipocrisia humana com a ajuda do humor ácido inteligente do produtor Jordan Peele (Corra!). A cultura pragmática americana paga um alto preço por combater violência com violência, bola de neve tão grande quanto ao orgulho da nação. A Ku Klux Klan é fruto da abrupta Guerra da Secessão em vez das paulatinas Leis do Ventre Livre e do Sexagenário, por exemplo, que antecederam a Lei Áurea brasileira. Imposição que provocou a vingativa Lei Jim Crow sulista “separados, mas iguais” e em contrapartida deu-se o surgimento do movimento armado dos Panteras Negras em prol de direitos civis e o combate à doutrinação nas escolas cujo objetivo era resgatar heróis negros esquecidos. Nome homônimo em homenagem aos pilotos negros da Segunda Guerra cuja cauda devia ser diferenciada em vermelho. Em 1978, Ron Stallworth (John David Washington, filho de Denzel Washington), um policial negro do Colorado mal visto por alguns colegas da corporação, se infiltra na KKK passando-se pelo oficial judeu Flip (Adam Driver), enaltecido pelo presidente da organização terrorista que idolatrava a supremacia ariana David Duke(Topher Grace) quando falava com ele ao telefone. Flip e Ron impedem a explosão de um dos QGs dos “Black Power”, atitude samaritana que causou incômodo tanto ao governo racista quanto à presidente Patrice Dumas (Laura Harrier), da militância socialista, ao descobrir que Ron é um policial infiltrado. A priori, mesmo salvando sua vida ainda considera-o seu inimigo comparando-o aos Capitães do Mato (milícia especializada na recaptura de escravos e a destruição dos Quilombos) e aos “porcos” (apelido vulgar dado aos policiais). Infiltrado na Klan - Direção: Spike Lee. Comédia dramática. (BlacKkKlansman, EUA, 2018, 135min). 14 anos. Nota: 4,0.

O Segredo de Davi

Matar os vivos para viver com os mortos (com spoilers) Depois de  “O Animal Cordial”, outro assassino frio e calculista ao estilo Norman Bates aparece no cinema nacional. Um ótimo acerto do diretor estreante Diego Freitas. Davi (Nicolas Prattes)  é um estudante de cinema antissocial com graves transtornos mentais e espirituais que sente prazer em matar pessoas no plano físico para se comunicar com elas no plano espiritual (O Mundo das Ideias) libertando-as da matéria, como dizia o filósofo grego Platão. O objetivo não é matar a esmo: as vítimas são apenas de um selecionado grupo que fez parte de sua infância traumática, lembrada de forma confusa e desordenada. O Segredo de Davi - Direção: Diego Freitas.  Thriller. (Brasil, 2018, 113min). 16 anos. Nota: 3,0.

Parque do Inferno

Caverna do Dragão mortal Hellfest é um parque de diversões repleto de atrações macabras bem criativas, fruto do imaginário popular, relembrando as saudosas “Noites do Terror” do Playcenter, o típico trem fantasma e as festas à fantasia dos nerds. O problema é que um mascarado serial killer de verdade invade o lugar justamente na noite do Dia das Bruxas, idêntico ao Michael Myers (maníaco da cinessérie “Halloween”, em cartaz desde o dia 25). A única diferença é que esse psicopata é bem mais inteligente e apaixonado pela bela protagonista Natalie (Amy Forsyth). Se tivesse estreado ano passado causaria mais impacto. Parque do Inferno - Direção: Gregory Plotkin (Hell Fest,EUA, 2018, 89min).Terror. 16 anos. Nota: 2,5.

Refém do Jogo

Futebol e Duro de Matar Terroristas russos tomam posse de um estádio de futebol fechando todas as saídas e cortando as comunicações durante a semifinal da Liga Europa entre West Ham e Dynamo de Kiev. Tudo para localizar o compatriota Dimitri (Pierce Brosnan), chave de seu plano maquiavélico. O que eles não contavam era a presença indigesta do torcedor inusitado, Michael Knox (Dave Bautista), um ex-militar acompanhado da sobrinha. Filme genérico de ação ao estilo “Duro de Matar”, diferenciado apenas pelo grandioso cenário futebolístico que o brasileiro ama e o carisma do grandalhão de “Guardiões da Galáxia” ao lado do icônico vigia franzino Faisal (Amit Shah), alívio cômico com ótimas sacadas criativas. Refém do Jogo - Direção: Scott Mann. Ação. (Final Score, 104min). 16 anos. Nota: 2,5.

Po

Genioso e genial em seu mundinho O autismo é uma doença incompreendida devido à convivência fora dos padrões do portador, na maioria dos casos de raciocínio brilhante, voltado às ciências exatas. É o caso do introspectivo Po (Julian Feder), enfurnado em seu mundo privado de sonhos e fantasias recusando-se aceitar a morte da mãe e a convivência do pai superprotetor David (Christopher Gorham) dividido entre o filho especial e a carreira brilhante de engenheiro. Um roteiro falho de boas e comoventes ideias. Po - Direção: John Asher. Drama. (A Boy Called Po, EUA, 2016, 95min). 12 anos. Nota: 2,0.

Sequestro Relâmpago Isabel é vítima de um sequestro relâmpago. Os sequestradores, inexperientes, notam que não conseguirão chegar ao caixa eletrônico antes de 22h. Um pesadelo à bela jovem refém em seu carro. Sessão gratuita seguida de debate com a diretora Tata Amaral, sábado (24), na quadra da EMEF General de Gaulle Rua Mourisca, 16 – Jardim Ibirapuera, São Paulo. Direção: Tata Amaral. Drama. (Brasil, 2017, 89min). 16 anos.
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