04/12/2020 às 17h25min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h20min

Desafio de legados no boxe

Evander Holyfield, o eterno rival de Mike Tyson voltou a cobrar uma nova luta. O ex-pugilista quer ter a chance de enfrentar Tyson pela terceira vez. Para quem não se lembra, Holyfield chocou o mundo do boxe ao derrotar o lendário Mike Tyson há 24 anos, conquistando seu terceiro título mundial dos pesos-pesados. O segundo confronto entrou para a história do boxe pela forma como terminou: Tyson mordeu a orelha de Holyfield e foi desclassificado. E não houve um terceiro combate. Hoje, aos 58 anos, Holyfield treina em Miami, na Flórida, nos Estados Unidos, e quer uma oportunidade de voltar ao ringue contra Iron Mike. Houve uma grande expectativa para que um terceiro confronto entre os dois fosse anunciado, mas Tyson acabou decidindo por Roy Jones. Uma terceira luta entre os dois está sendo especulada há meses. Holyfield já começou as provocações dizendo que Tyson precisava de uma luta de ajustes e que agora entende o porquê não querer lutar antes com ele. Afinal, até um super campeão tem suas inseguranças. Tyson ficou muito tempo fora dos ringues e sua história de superação e lutas é de domínio público. No fundo, queria provar que era capaz. De astro de cinema a dança dos famosos americana, o pugilista amargou um bom tempo no ostracismo. Desde que começou a treinar com o brasileiro Rafael Cordeiro, transformou o corpo de uma forma impressionante. Precisava, como ninguém, recuperar a autoestima. O ex treinador físico de Ayrton Senna, Nuno Cobra, já ensinava que a vitória começa no equilíbrio perfeito entre corpo e mente. E é isso que Tyson busca. Mas a volta tão esperada aos ringues pelo jeito agradou apenas o próprio Tyson. O público não gostou de ver uma luta exibição e quer mais. A verdade é que vivemos um tempo em que o auge da forma física vem mudando. Hoje existe uma superação de limites com a ajuda da ciência e tecnologia. Tyson é mais jovem que Holyfield e os dois podem sim lutar em nível de igualdade. Dentro dos limites da idade, dos reflexos menos rápidos e de menos potência nos golpes, mas mostrando a capacidade de cada um. Quando Holyfield declara que os legados dos dois precisam dessa luta, refere-se a uma lacuna que ficou e que precisa desse desfecho. Tyson encerrou a carreira em 2005, com 50 vitórias em 58 lutas. Já Holyfield parou em 2010, ostentando um cartel de 57 lutas (44 vitórias) Com a repercussão positiva de um possível combate com Tyson, Holyfield voltou a treinar com intensidade e se sente muito bem. Tem feito lutas beneficentes, mas precisa enfrentar Tyson. Após a apresentação em Los Angeles, Tyson declarou que quer lutar de dois em dois meses, que está animado com seus treinos e sua performance. Apesar de não afirmar abertamente a possibilidade do confronto com seu desafeto, Myke Tyson segue exorcizando seus demônios, pagando faturas atrasadas da vida, tentando recuperar o tempo perdido. Muito mais que disputa de legados, o combate entre Tyson e Holyfield é o resgate de uma história interrompida. E que seja valendo, com respeito a todas as regras, sem danças nem exibição. O mundo quer saber, afinal quem é o melhor?


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