20/11/2020 às 09h15min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h20min

As bruxas no cinema e na vida real

Estreou nos cinemas nesta quinta feira (19) o remake do clássico da Sessão da Tarde estrelado por Anjelica Huston, Convenção das Bruxas (1990). A versão moderna é mais realista, porém menos fantasiosa e assustadora que a anterior, mas usa muito bem os recursos tecnológicos disponíveis, corrigindo algumas falhas do roteiro original com mais ação e suspense. Dirigido por Robert Zemeckis (De Volta Para o Futuro, Uma Cilada Para Roger Rabbit), protagonizado por Anne Hathaway e a meiga, Octavia Spencer, uma alegre dona de casa com dificuldades financeiras para criar o neto órfão (Jahzir Bruno) em 1968, no auge no racismo americano, um exemplo de que é possível frequentar a alta sociedade burguesa e ainda ter sucesso através de bons contatos, inteligência emocional e muita criatividade, deixando o vitimismo de lado, principalmente. O ponto negativo foi o desperdício do grande ator Stanley Tucci, comparado à atuação hilária de Rowan Atkinson, o Mr Bean, antes da fama. Ainda tem a estreia gospel do ano: Enquanto Estivermos Juntos, sobre a dramática trajetória do aclamado músico Jeremy Camp (com participação de Shania Twain) e o novo filme catástrofe de Gerard Butler: Destruição Final - O Último Refúgio. Apesar da mediunidade habitar em todos nós com maior ou menor ostensividade desde a aurora dos tempos, as bruxas só ganharam esse estereótipo negativo na Idade Média, ao levar luz aos que necessitam através das sombras. A exemplo dos alquimistas, as bondosas feiticeiras incompreendidas manipulam elementos da natureza descortinando os mistérios deturpados pelas religiões humanas. Para obstruí-las de qualquer forma a Igreja que na época dominava um terço da Europa conhecida, matou quase todos os seus companheiros sagrados, os gatos. Ocorre que o tiro saiu pela culatra e dois terços da humanidade acabou morrendo infectada pela Peste Bubônica. O Mágico de Oz (1939) introduziu pela primeira vez no cinema a popular bruxa boa e bonita do norte enquanto Elvira, a Rainha das Trevas (1988) foi uma das mais sensuais e A Bruxa de Blair (1999) a mais enigmática porque ninguém sabe se ela realmente existiu. Em 1987, houveram as belas e famosas Bruxas de Eastwick, interpretadas por Michelle Pfeiffer, Susan Sarandon e a cantora de voz grave contralto, Cher, contra o forasteiro galanteador metido à cupido, Daryl Van Horne (Jack Nicholson) que as flechou através de vodu por estarem na mesma sintonia dele. Nesse sentido, As Jovens Bruxas (1996) retrataram a essência desses rituais ocultistas cujo pentagrama está sempre voltado para baixo (matéria) ao invés do Céu, o Mundo das Ideias; o típico espírito de vingança manifestado à base de macumba contra as bulinadoras colegas de classe além dos amores incompreendidos das bruxinhas. No entanto, o clássico estrelado por Neve Campbell, a mesma da franquia Pânico, mostrou que a magia branca unida à mediunidade pura e ostensiva que canaliza o éter sagrado, venceu a magia negra dos viciados Espíritos Trevosos que vampirizam o fluido vital de pessoas e animais, cobrando o triplo pelo serviço maldoso. Já a versão moderninha e infantilizada: Jovens Bruxas - Nova Irmandade, disfarçada de continuação (em cartaz nos cinemas), estrelada por Michelle Monaghan e David Duchovny, de Arquivo X, se perde na pirotecnia exagerada e não captura a essência do original, mas manifesta o quinto elemento etéreo de maneira brilhante, quase despercebido, agregado aos 4 elementos primordiais da natureza: Água, Terra, Fogo e Ar, que cada bruxinha ­canalizou.


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