01/10/2020 às 22h19min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h24min

Sem brasileiros no grid, Lewis Hamilton inspira nova geração de pilotos

Obra prima: é assim que Lewis Hamilton, piloto de Formula Um, define o trabalho que vem fazendo. Quer deixar um legado. Quer superar seus limites. Quer mudar a maneira de fazer as coisas. Quer fazer a diferença, levantar não só troféus, mas bandeiras, contra o preconceito, contra a desigualdade. Se orgulha de ser o primeiro negro vencedor de tantos títulos no automobilismo. É um piloto limpo, bom caráter, daqueles que não admitem trapacear para vencer. Sorriso largo, conquistou a todos com sua humildade. Fã de Ayrton Senna e do Brasil. Desde que surgiu na Formula Um, o inglês vem acumulando poles, pódios e títulos. O incrível hexacampeão e maior recordista de pole positions chega ao patamar de igualar os triunfos de Michael Schumacher. Além de ter sido o primeiro e ainda único homem negro a dirigir um carro no esporte e colecionar a quebra de vários recordes, o atleta inglês luta constantemente pelo fim do racismo e por pautas relacionadas à sustentabilidade, como veganismo e o respeito aos direitos dos animais. Nascido em 1985 na cidade de Stevenage, na Inglaterra, o pequeno Hamilton já vencia adultos em pequenas competições de carros de controle aos seis anos de idade, quando ganhou o primeiro kart do pai e percebeu a paixão pelas pistas. Tudo começou a mudar em dezembro de 1995. Com dez anos de idade, Lewis foi receber um prêmio num evento promovido pela conceituada revista Autosport inglesa, por seu título no kart. Na cerimônia teve a ousada atitude de se aproximar de Ron Dennis e dizer “Eu quero pilotar pra você, eu quero ser piloto da McLaren”. Dennis pediu que o procurasse em nove anos. O que aconteceu, na verdade, é que três anos depois, o sócio da McLaren telefonou para Lewis e o integrou ao grupo de formação de pilotos da escuderia, com as temporadas no automobilismo pagas. Lewis estreou na F1 em 2007, pela McLaren, e terminou no pódio já na primeira corrida. Contratado pela Mercedes desde 2013, detém todos os recordes da categoria até agora. Muitos jovens se espelham em Hamilton. Esta semana entrevistei William Oliveira da Silva, de 12 anos, promessa do Kart nacional. Ele não é filho de ex-pilotos milionários, não tem dinheiro, não tem patrocínio, e mesmo assim está conseguindo se destacar no meio automobilístico. No torneio Kart Kids, corre com kart emprestado. Treina na Tuka Racing School, escolinha de kart para crianças idealizada pelo ex-piloto Tuka Rocha, que morreu vítima da queda de um jato executivo na Bahia em novembro de 2019. William vive na comunidade, onde o normal é bola no pé. Ninguém entende muito bem de onde vem essa paixão por automobilismo. O pai, Severino, relata que quando o viu entrar num kart pela primeira vez aos 8 anos, se assustou com tanta habilidade. Com a ajuda dos amigos, segue incentivando o filho a realizar o sonho de se tornar um piloto de Formula Um. Cenários diferentes, sonhos iguais e muita vontade de vencer! Afinal, nada é impossível. E se puder ser sonhado, então pode ser feito.


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