11/09/2020 às 19h38min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h24min

Especial - Marilyn Monroe não se suicidou

A carente Marilyn Monroe teve uma infância difícil e, sem o amparo de uma família, tornou-se extremamente insegura e volátil, consequência da dificuldade em decorar suas falas, tumultuando os sets de filmagem por onde passava. No entanto, apesar dos críticos vorazes a desvalorizarem constantemente, na tela, transmitiu apenas bondade universal, sem distinção, para o descontentamento da tendenciosa imprensa sensacionalista de hoje e de ontem, sedente por intrigas, traições e muita violência gratuita. Na impossibilidade de ser cuidada pela mãe insana, a pequena andarilha vagou erraticamente por diversos lares particulares e orfanatos públicos até que, aos 8 anos, foi abusada sexualmente. Aos 16, a adolescente desesperada tenta fugir daquela vida nômade, casando-se três vezes, sem sucesso. Atuar foi o meio que a inocente musa da cultura pop encontrou a fim de escapar da dura realidade em que se encontrava. Seu sonho era se tornar uma grande atriz e se livrar do estigma de loira burra e supérflua. Atualmente, aparece em todos os rankings, frívolos ou não, considerada tanto um símbolo sexual quanto uma das maiores atrizes da Era de Ouro de Hollywood, quiçá de todos os tempos. Em 1950, já se destacava no papel de uma aspirante atriz de teatro no rápido diálogo que teve com “A Malvada” Bette Davis, premonição de que a arte imita a vida. Porém, em Torrentes de Paixão, sucumbe, vestida com a capa amarela do desenho do Pica-Pau, ofuscada pela belíssima paisagem das cataratas do Niágara em razão da boa índole que bloqueou a única personagem mal-intencionada (ao estilo Jessica Rabbit) da curta e intensa carreira. O fraco e superficial longa Como Agarrar um Milionário, indicado ao Oscar de Melhor Figurino, foi sucesso de público e crítica, mas o trio de interesseiras formado por Marilyn Monroe, Betty Grable e Lauren Bacall não convenceu. A fama de sex appeal se consolida em Os Homens Preferem as Loiras, devido aos trejeitos únicos, marcantes e inconfundíveis dentro e fora dos palcos, homenageados mais tarde por Madonna no clipe: Material Girl, e Nicole Kidman no frenético musical cinematográfico: Moulin Rouge, cantando a mesma canção: Diamonds Are A Girl's Best Friend. Apesar dos diálogos a rebaixarem a todo momento, a Showgirl desse famoso musical adaptado da Broadway teve sacadas sutis inteligentíssimas de incrível timing de comédia, equivalente à cena politicamente incorreta na qual contracena com um garotinho superdotado, ao estilo de Charlie Chaplin. A eterna dançarina de sorriso contagiante viajava no tempo por épocas e culturas distintas desde a excêntrica monarquia de O Príncipe e a Corista, até o presente, variando no tom um pouco mais dramático ou alegre, a exemplo da película: Nunca Fui Santa, ao interpretar uma texana conquistada de súbito pelo amor incondicional de um cowboy imaculado, e, em Adorável Pecadora, interpretando uma estudante de teatro, é surpreendida pelo discreto bilionário que mendigou ao fingir ser o sósia dele mesmo, determinado a ficar ao seu lado com a ajuda fundamental de Gene Kelly e Bing Crosby (interpretando a si mesmos). Nesse sentido, teve uma conturbada relação com o trio de vaqueiros “Desajustados”, liderado por Clark Gable em seu último trabalho antes de ir rumo às estrelas também. Sob a competente direção de Billy Wilder aconteceram as melhores atuações; tanto em O Pecado Mora ao Lado, da famosa cena copiada pela Dama de Vermelho, Kelly LeBrock, quanto no multipremiado politicamente incorreto: Quanto mais Quente Melhor, seguramente uma das melhores comédias de todos os tempos, que lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz. Por fim, no filme inacabado Something's Got to Give, disponível no YouTube, a diva de estilo original incopiável aparece pela última vez em cena, dona de uma expressão sublime sob um olhar melancólico, já visualizando o infinito. Ao deparar-se com um garotinho tristonho, diz, prestativa, com a característica voz suave, sussurrando baixinho, que pretende chorar por ele; exemplo do verdadeiro Amor caridoso que um dia sentiremos pela Humanidade inteira. Três anos após o desencarne, ainda convalescente e com a face desfigurada, Marilyn concedeu gentilmente ao Espírito de Humberto de Campos (Irmão X) uma entrevista publicada no livro psicografado por Chico Xavier: Estante da Vida, importantes revelações e ensinamentos, demonstrando impressionante lucidez para uma caloura desnorteada que acabara de ingressar no Mundo Espiritual: “não se iludam a respeito de beleza e fortuna, emancipação e sucesso. Isso dá popularidade e a popularidade é um trapézio no qual raras criaturas conseguem dar espetáculos de grandeza moral, incessantemente, no circo do cotidiano. A desencarnação me alcançou através de tremendo processo obsessivo. Em verdade, na época, me achava sob profunda depressão. Desde menina, sofri altos e baixos, em matéria de sentimento, por não saber governar a minha liberdade. Depois de noites horríveis, nas quais me sentia desvairar, por falta de orientação e de fé, ingeri, quase semi-inconsciente, os elementos mortíferos que me expulsaram do corpo, na suposição de que tomava uma simples dose de pílulas mensageiras do sono...”.
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://gazetadepinheiros.com.br/.