11/09/2020 às 19h24min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h24min

Tostão e os novos ídolos

Quem viu Tostão jogar, sabe que ele foi um dos símbolos do Brasil campeão mundial de 1970 ao lado de Pelé, Rivellino e as inesquecíveis estrelas que fizeram história. Um jogador que marcou época, mas que a torcida brasileira perdeu precocemente. Um problema no olho esquerdo fechou as portas do futebol para ele, aos 26 anos. Hoje colunista, Tostão faz análises sobre a nova geração de ídolos. Considera Messi o melhor jogador do mundo, o mais completo, um magistral passador, um magistral artilheiro, um magistral driblador. Compara com outro grande astro, Cristino Ronaldo, que considera um magistral finalizador. Para Tostão, Messi só não é considerado melhor que Maradona porque até hoje não venceu uma copa com as cores da Argentina. Segundo ele, Messi é mais regular, fez mais gols, deu mais passes e é muito mais completo. Diego era mais artístico, um Ronaldinho melhorado, mas como Maradona ganhou a copa e foi o melhor jogador no México em 1986, e ainda fez o gol mais bonito da história, é normal que para muitos argentinos Maradona seja superior a Messi. E Tostão vai mais longe, afirma que o argentino é o melhor jogador da história depois de Pelé. “Pelé tinha algo que Messi não tem, a força física. Era um touro. Quando precisava, empurrava os zagueiros, se chocava com eles. Tinha muita técnica, habilidade e criatividade, como Messi tem, mas era mais forte. E quando as coisas não saíam bem, Pelé ficava uma fera. Messi é mais tranquilo. Segundo os argentinos, falta liderança pra Messi. Pelé não era um líder, mas tinha muita força psicológica”. Quanto a Neymar, Tostão é contundente. “Acho que Neymar tem tido um comportamento desnecessário e irresponsável. Vive da fama. Ficou muito convencido, parece um pop star. E tudo isso foi ruim para sua carreira. Mas são escolhas dos jovens de hoje em dia. São muito diferentes dos do passado. E não é o único. Messi é uma exceção. A maioria leva uma vida irresponsável, cheia de problemas. Seria bom que mudasse, que tivesse um comportamento mais correto fora do campo. Ele treina muito, prepara-se muito bem para cada jogo. Se não fizesse isto, a situação seria muito pior. Eu vi quase todos os seus jogos no Santos, no Barcelona e no PSG. E em quase todos ele jogou muito bem e foi destaque. Cada vez que vejo um jogo dele, inclusive pela seleção, é assim. Demonstra todo o seu talento, mas não tem a regularidade do Messi, do Cristiano Ronaldo ou de outros jogadores, porque teve lesões graves. E nos últimos anos, nos momentos mais importantes pra ele, estava contundido. É um jogador espetacular, mas precisa ser bom dentro e fora de campo”. As considerações do craque Tostão estão de acordo com as de muita gente. Neymar tem sido inconstante nos últimos tempos. O craque é alvo das principais manchetes dos jornais ressaltando um comportamento discutível. Após vários incidentes que roubaram a cena nos tabloides mundiais e redes sociais, recheados com festas e escândalos, a final do PSG contra o Bayern de Munique resgatou uma imagem desgastada. Parecia que os efeitos da pandemia tinham acalmado os ânimos do jogador. Mas nem bem tocou o apito final da Liga dos Campeões, Neymar partiu para a paradisíaca Ibiza na Espanha. Ao lado de amigos e do filho, curtiu grandes momentos sem proteção alguma. Resultado: voltou pra casa com Covid-19, incluindo o filho Davi Luca e outros jogadores importantes que também testaram positivo ao vírus. Péssimo exemplo para o mundo e de quebra, prejuízo ao PSG que não pode contar com um de seus principais jogadores. O Brasil anda carente de ídolos, mas como disse Tostão, é preciso muito mais para se tornar um.


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