28/08/2020 às 17h11min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h25min

Dicas de filmes e séries - 28/08/2020

Especial - A Era de Ouro do Velho Oeste no cinema foi o oposto da realidade A verdadeira conquista do Oeste A região que ficou conhecida como Velho Oeste corresponde, hoje, a uma porção de estados americanos do centro e do sudoeste do país, como Texas, Nevada, Arizona, Utah, Novo México e Califórnia. Até a saída dos britânicos em 1781, as 13 colônias que fundaram os EUA tinham como fronteira ocidental a Cordilheira dos Apalaches, uma área do tamanho de Minas Gerais e São Paulo, espremidas entre o litoral e o rio Mississipi –  equivalente a menos de um quarto do território atual. Em 1803, o governo de ideais republicanos comandado pelo presidente Thomas Jefferson, comprou a Luisiana dos franceses, simbolizando o avanço dos colonizadores à costa Oeste em busca de progresso e riqueza. Em 1819, foi a vez da Flórida, adquirida dos espanhóis e em 1846, uma guerra de dois anos custaria ao México metade de seu território. No mesmo ano, o Tratado do Oregon garantiu a porção noroeste, definindo a fronteira com o Canadá. O primeiro impulso de colonizadores para além do Mississipi veio com a descoberta de ouro na Califórnia, em 1848. Anos depois, em 1862, o presidente republicano Abraham Lincoln baixou o Homestead Act, uma lei que doava lotes de 160 acres (65 hectares) de terras federais a quem se dispusesse a ocupá-las por pelo menos cinco anos. De 1845 a 1860, praticamente 300 mil pessoas viajavam por terra em comboios de carroças, para os mais variados lugares do Oeste. Em 1855, o Exército levou ao Congresso um plano detalhado com rotas possíveis para formar a malha ferroviária do país. A primeira partiu de Sacramento (Califórnia) e a segunda de Omaha (Nebraska). Em 10 de maio de 1869, o encontro das locomotivas de costa a costa foi um acontecimento nacional.  Assim que inventaram o arame farpado, tornou-se possível cercar e proteger os campos abertos colonizados. Os lendários Cowboys, criadores de gado e fazendeiros também adotaram um novo sistema de direitos de propriedade sobre a água, batizados de “doutrina da apropriação original” — ou “o primeiro a chegar, o primeiro a se apropriar”. Esses assentamentos eram rigidamente controlados pelo governo, e os pioneiros estabelecidos tinham de enviar documentos ao Congresso pleiteando o reconhecimento de seus domínios. Feito isso, criava-se um conjunto de regras locais e se institucionalizaram os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para elegerem prefeito, juiz e xerife. Os xerifes e seus assistentes, conhecidos como deputies, se submetiam à autoridade dos marshals – agentes da lei que representavam o governo federal. No começo, as cidades não tinham tribunais, exército, delegacias de polícia nem qualquer sinal de segurança oficial. É daí que brotam as histórias de atiradores rápidos e baderna generalizada. Na maioria dos casos, os caçadores de recompensas eram sujeitos terceirizados pelo governo, atuando como marshals, rangers (patrulheiros) ou xerifes em busca de criminosos. No entanto, após constituídas em meio ao caos, os condados apresentavam uma média de 1,5 homicídio por ano. Há mais assaltos a bancos na atual Dayton (Ohio) em um ano do que houve em todo o Velho Oeste durante todo o período da colonização. Vemos à exceção ao invés da regra nos faroestes hollywoodianos. Fonte: Site: Superinteressante e Mises Brasil   No Tempo das Diligências marca o início da Era de Ouro do Faroeste O Grande Roubo do Trem (1903) foi o primeiro faroeste (ainda na época do Velho Oeste) que escandalizou os espectadores, após o vilão na última cena quebrar a quarta parede ao atirar em close contra a tela. A partir daí, sucederam-se várias décadas decadentes do gênero em excelência, rebaixado a preliminares filmes B de média metragem. Isso até o diretor John Ford em 1939 reinventá-lo, acompanhado da sua polêmica figurinha carimbada como a personificação do caubói destemido, John Wayne. A trama, que completou 80 anos, destaca o “choque cultural” entre colonizadores e ameríndios Apaches, filmado magnificamente nas pradarias do clássico Monument Valley, divisa entre os estados de Arizona e Utah. Apesar da cena de ação monumental e inesquecível, o longa refilmado em 1966, baseado no conto “Stage to Lordsburg”, de Ernest Haycox, se desenvolve a partir do choque cultural entre os passageiros de uma diligência entre a cidade de Tonto e Lordsburg, com paradas previstas em Dry Fork, Apache Wells e Lees Ferry. De um lado, os párias da sociedade como a descriminada prostituta Dallas (Claire Trevor), o hilário médico bêbado, Doc Boone (Thomas Mitchell que ganhou o Oscar), expulsos do Condado de Gila por uma "liga da moral", e o vaqueiro Ringo (John Wayne) que fugiu da cadeia ao ser acusado de assassinato; todos vistos com maus olhos, principalmente pelo banqueiro pedante Henry Gatewood (Berton Churchill) e a amedrontada jovem esposa de um oficial da cavalaria, Lucy Mallory (Louise Platt). No Tempo das Diligências (disponível no Netmovies e Looke) foi um marco na história do cinema que inspirou o ídolo do cineasta John Ford, Orson Welles, a idealizar o “Cidadão Kane” e Quentin Tarantino, Os Oito Odiados. No Tempo das Diligências. Direção: John Ford. Faroeste. (Stagecoach, EUA –  1939, 95 min) 12 anos. Nota: 5,0   A Trilogia dos Dólares inaugurou o saudoso Bang Bang à Italiana A Trilogia dos Dólares, dirigida por Sergio Leone, popularizou os filmes de faroeste, principalmente, nos anos 60, envolto na inconfundível trilha sonora de Ennio Morricone, falecido mês passado aos 91 anos. O diretor e pai do Western Spaghetti, em razão daquelas produções ocorrerem nos estúdios da Cinecittà, em Roma, (aportuguesado carinhosamente de Bang Bang à Italiana - nome do famoso programa dos anos 80, exibido na TV Record às quartas-feiras). A também conhecida Trilogia do Homem Sem Nome, caracterizado com poncho, galocha, chapéu e um micro charuto na boca, munido de um Colt 1851 Navy Revolver, protagonizando um faroeste metafísico ao lado de personagens cartunescos, análogos aos do desenho do Pica-Pau, impulsionou a carreira do futuro diretor Clint Eastwood (todos disponíveis no Telecine, Looke e Netmovies). Em Por um Punhado de Dólares (1964), Clint interpreta esse típico forasteiro andarilho, precavido com uma placa de metal embaixo da roupa que inspirou a clássica cena em De Volta Para o Futuro 3, mal recebido pelos desconfiados moradores locais no meio do eterno conflito entre duas famílias rivais que controlavam o condado. Já em Por uns Dólares a Mais (1965), o mesmo mercenário caricato faz uma “honrada” parceria conturbada com o Coronel, Douglas Mortimer (Lee Van Cleef), para impedir o assalto ao banco mais seguro de El Paso, no Texas (algo raro na época, deturpado pelos filmes). Para isso, o “Loirinho” se infiltra naquele bando chefiado por El Indio (Gian Maria Volontè). No último longa e mais famoso da trilogia, Três Homens em Conflito (1966), o astro, que completou 90 anos este ano, se une a dois bandidos piores do que ele, trio apelidado: O Bom (Clint), O Mau (Lee Van Cleef) e O Feio (Eli Wallach), determinados a encontrar duzentos mil dólares enterrado em um cemitério por um Confederado soldado morto no auge da Guerra da Secessão. Trilogia dos Dólares. Direção: Sergio Leone. Trilogia del dollaro. Western Spaghetti. (Itália, Alemanha Ocidental, Espanha, EUA • 1964–1966, 409 min). 14 anos. Nota: 4,0   Há meio século um dos melhores filmes de todos os tempos marcava o fim do Western Clássico A notícia da passagem da ferrovia pela vaga propriedade de uma família inteira assassinada, atraiu olhares da estonteante ex-prostituta Jill McBain (Claudia Cardinale - excelente), vinda de Nova Orleans à fictícia Flagstone, no Oeste; do foragido, Cheyenne (Jason Robards), do pistoleiro de aluguel Frank (Henry Fonda) e do misterioso cowboy harmônico com sua inseparável gaita (interpretado por Charles Bronson devido ao desentendimento de Clint Eastwood com o diretor), observado de longe pelo manco barão ferroviário que mora dentro do trem, Morton (Gabriele Ferzetti). O longa de Sérgio Leone marca a despedida do faroeste clássico com chave de ouro, envolto numa trilha sonora composta novamente por Ennio Morricone, dessa vez, marcada por ensurdecedores 15 minutos iniciais com apenas sons naturais, angustiantes. A história foi escrita por Dario Argento e Bernardo Bertolucci. Era uma Vez no Oeste (1968) é uma aula de cinema audiovisual, de sonoros duelos mortais com cenas de suspense imaginativas fora do comum, em um tom um tanto melancólico de despedida que estreou nos cinemas ainda sob o impacto da morte de Martin Luther King e Bobby Kennedy (disponível no Telecine, Netflix, Looke e Netmovies). Era uma Vez no Oeste. Direção: Sergio Leone. Faroeste. (C’era una Volta il West, EUA/Itália/Espanha – 1968). 145 min) 14 anos. Nota: 5,0  
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