Em tempos de pandemia, atletas não têm um centro de treinamento para treinar aqui no Brasil. O Comitê Olímpico Brasileiro formou então o Time Brasil, que reúne 150 atletas de várias modalidades, para compor a Missão Europa em Portugal. Em terras portuguesas foi retomada a preparação dos atletas brasileiros visando os Jogos Olímpicos de Tóquio, programados para 2021. A missão Europa vai até dezembro e faz um revezamento dos principais atletas de diferentes categorias, uns já classificados e outros com chances de conquistar vagas. O objetivo do projeto é permitir que o atleta brasileiro consiga treinar com segurança e qualidade após longa inatividade, oferecendo a eles a melhor estrutura possível. Isso tudo respeitando os protocolos de saúde que o momento exige. Após obter uma autorização do governo português, já que a legislação do país oferece condições especiais de ingresso para o desempenho de atividades de natureza profissional, o COB desenvolveu protocolos rígidos para evitar a contaminação da Covid-19 e oferecer boas condições aos seus atletas. Todos os integrantes da Missão Europa só podem viajar para Lisboa se testarem negativo. Em Portugal o Time Brasil se divide em três bases: Rio Maior, Coimbra (judô), Sangalhos (ginástica) e Cascais (vela). No aeroporto e durante o voo, atletas e oficiais usam máscaras o tempo todo. Assim que desembarcam em Portugal, os componentes do Time Brasil passam por nova testagem e permanecem isolados até a saída dos resultados. A ex-jogadora de basquete Hortência embarcou para Portugal e de lá manda notícias. Ela faz parte da comissão de atletas do COB, que dá suporte mental e psicológico. Com palestras e muitas conversas, Hortência compartilha sua experiência vencedora com a nova geração. Fala principalmente da importância do engajamento deles com as confederações, já que cada atleta tem direito a voto. Outro ponto importante é que, com a abertura gradativa, alguns países já começam a ter competições. E para os atletas que estão em Portugal, fica mais fácil a entrada. A natação, por exemplo, está lá há 1 mês já que tem competição na Espanha. Existe uma programação para receber os esportes coletivos também. O basquete feminino foi desclassificado e o masculino teve o pré-olímpico cancelado. Como vários atletas jogam na NBA, esse esporte não deve participar do projeto em Portugal. As modalidades coletivas programadas são o handebol e o rúgbi. A ideia do COB, é dar condições para que todos os atletas em nível de competição possam, na medida do possível, retornar aos treinamentos com segurança. Todas as ações estão sendo monitoradas para identificar qualquer necessidade específica. Os atletas brasileiros que moram no exterior, por exemplo, também recebem a atenção. De acordo com o COB, Thiago Braz, do salto com vara, na Itália, Núbia Soares, do salto triplo, na Espanha, Nathalie Moellhausen, da esgrima, na França, Tati Weston Webb, do surfe, no Havaí, entre outros, receberam apoio e voltaram às suas atividades em lugares que a doença está sob controle. A verdade é que vivemos um momento único. Os atletas sofreram com o cancelamento da Olimpíada e muitos ficaram impedidos até de manter a forma. Imagine isso para quem vive a expectativa de competir por uma medalha olímpica! Já se fala em Tóquio 2021 sem público. Resta torcer para que uma vacina eficaz possa garantir a realização dos Jogos. Porque sem ela...o sonho olímpico será cancelado.
