27/07/2020 às 17h46min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h26min

Dicas de Filmes e Séries - 24/07/2020

Twin Peaks – Os principais segredos revelados Twin Peaks é a série investigativa “sitcom” de maior sucesso da história e que inaugura a Terceira Era de Ouro televisiva, referência aos clássicos subsequentes: Família Soprano (na HBO GO) e Arquivo X (na Claro Video, Globoplay e Amazon Prime), a partir de 1990. A criação da dupla infalível Mark Frost e David Lynch, cancelada precocemente logo na segunda temporada, retorna na Netflix após 25 anos, como profetizou a Rainha do Baile, presa no Limbo. Quem matou Laura Palmer? Questionamento infantil feito pela grande maioria do público ansioso demais, fomentado principalmente nas chamadas da Rede Globo aos domingos, sem entender o espírito dos criadores. Época do auge das novelas norte-americanas, a trama original vive os sonhos prediletos daquele telespectador noventista, transportados para dentro da televisão, alimentada de eletricidade (fogo) e de audiência, enquanto perdurar a eterna investigação do traumatizante assassinato. O umbralino Salão Vermelho representa os bastidores da TV e o piso preto e branco em zigue-zague são as ondas do rádio (vento). O vento chacoalha o fogo (o som das ondas do rádio unido à corrente elétrica da TV), o equilíbrio entre a luz (o Gigante) e a escuridão (o Anão), formam a enigmática Twin Peaks. No prelúdio, “Os Últimos dias de Laura Palmer", (Twin Peaks: Fire Walk with Me), somos apresentados ao icônico chefe surdo do departamento regional do FBI, Gordon Cole (David Lynch), o superior imediato do sensitivo Agente Especial, Dale Cooper (Kyle MacLachlan), dividido, mais tarde, entre o amor de Janey-E Jones (Naomi Watts) e Diane Evans (Laura Dern). A intuição do detetive Cooper naquela investigação caminha de mãos dadas com os anseios e fantasias intrínsecas daquele público ativo, movido por café, donuts e principalmente, pela deliciosa Torta de Cereja, preparada com muito esmero pela bela garçonete Shelly Johnson (Mädchen Amick), na saudosa lanchonete preferida: Double R Diner, onde trabalha, gerenciada por Norma Jennings (Peggy Lipton). Shelly, em 2017, vive casada com Bobby Briggs (Dana Ashbrook) e é mãe da problemática jovem Becky Burnett (Amanda Seyfried). É por isso que em “Twin Peaks – O Retorno”, a assistente dos irmãos mafiosos, Bradley (Jim Belushi) e Rodney Mitchum (Robert Knepper), chama-se “Candie” (Amy Shiels), símbolo do amor adocicado. Esses amáveis habitantes de moralidade duvidosa que escondem segredos obscuros, sobressaíram ao notório crime que abalou a pequena cidade interiorana, conquistando a audiência do público com seus inconfundíveis jargões, liderados pela Mulher do Tronco (Catherine E. Coulson). Já a sexy e sedutora Audrey Horne (Sherilyn Fenn), quando jovem, fazia de tudo para ganhar a audiência, simbolizada na figura de Dale Cooper. Atualmente casada e envelhecida, na terceira temporada, vive recordando os extintos anos dourados que desfrutou ao lado do rico namorado “Fantasma”, John Justice Wheeler (Billy Zane). Por fim, Bob (Frank Silva), o verdadeiro assassino, é o Espírito maligno que abusava de Laura (Sheryl Lee) desde criança, podendo incorporar em qualquer pessoa. Portanto, o culpado pela morte da colegial torna-se irrelevante ao enredo da série. Fundamental é curtir todos os excêntricos personagens ambíguos, a fim de conhecer os lugares turísticos, alegorias e imagens iconográficas complementada nos livros: O Diário Secreto de Laura Palmer (Jennifer Lynch), A História Secreta de Twin Peaks (Mark Frost), Dale Cooper – Minha Vida, Minhas Gravações (Scott Frost) e Twin Peaks – Arquivos e Memórias (Brad Dukes). Twin Peaks – O Retorno. Criação: David Lynch, Mark Frost. Comédia Policial. (Twin Peaks – The Return, EUA – 2017, 1 Temporada. 50 min). 16 anos. Nota: 4,5 O Cassino de Martin Scorsese completa 25 anos Ambientado dos anos 70, quando a Máfia controlava o jogo, até o gradual surgimento das grandes corporações, que ficaram no lugar das quadrilhas e transformaram a cidade em uma Disneylândia. A partir daí o cineasta Martin Scorsese arquiteta com maestria o complexo funcionamento do seu "Cassino", na Netflix, administrado por Sam “Ace” Rothstein (Robert De Niro), baseado em uma história real, adaptada pelo roteirista do longa, Nicholas Pileggi, inspirado na própria obra literária: Cassino - Amor e Honra em Las Vegas. Ace, responsável por fiscalizar minuciosamente a jogatina contra os trapaceiros de plantão, auxiliado pelo bom companheiro e amigo esquentado de longa data, Nicky Santoro (Joe Pesci), capaz de matar usando apenas uma caneta para defendê-lo de um simples desaforo. Isso até surgir abruptamente, Ginger McKenna, (Sharon Stone), a estonteante prostituta para completar a trindade. Antes de se casar com Ace para mergulhar numa profunda decadência (do luxo ao lixo), a prostituta independente, controladora e impulsiva, cuidava da propina dos funcionários e trazia políticos influentes. Ocorre que parte do lucro arrecadado pelo Cassino Tangiers era distribuído a mafiosos ligados, por exemplo, ao multimilionário Sindicato dos Caminhoneiros com a condescendência desses parlamentares corruptos que jogavam até o amanhecer, trazidos em avião particular e hospedagem gratuita. Empolgação desenfreada que acabava dando lucro ao cassino no final das contas. Um ciclo perfeito de dinheiro maldito, quebrado apenas após a demissão de algum funcionário ligado ao establishment ou alguma esposa amargurada que sabia demais. Cassino. Direção: Martin Scorsese. Drama. (EUA/França – 1995, 178 min). 18 anos. Nota: 4,0   Um psicólogo sofrendo de transtornos psicológicos O psicólogo infantil Dário (Rafael Sieg), mesmo afastado da profissão da alma, vai à casa da hiperativa e temperamental Sofia (Isabella Lima), de 9 anos, a fim de tratar sua disforia, enquanto ampara a calada esposa Silvia (Juliana Wolkmer) quase em estado catatônico numa clínica psiquiátrica. No entanto, os poderes mediúnicos na garotinha enigmática trazem à tona visões horripilantes, ligadas a peculiares sensações de agonia e aflição, conectando-o a uma misteriosa morte ocorrida dentro daquela família estranha. Ambiente tóxico que acaba deteriorando paulatinamente sua saúde psicofísica. O suspense psicológico imersivo com toques de terror, devido àquela atmosfera misteriosa criada pelo estreante diretor e roteirista gaúcho, Lucas Cassales. "Disforia" (disponível no Amazon Prime Video) peca ao ocultar revelações preciosas da trama, através de simbólicas imagens rápidas e dispersivas, deixando a cargo do espectador a interpretação fundamental. Disforia. Direção: Lucas Cassales. Suspense. (Brasil – 2019, 97 min). 14 anos. Nota: 3,5
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